Michnê Torá de Rabi Mochê ben-Maimon

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Grandes Figuras do Judaísmo Hispano-Português

Os Grandes Filhos da Nação:

|Rabi Zeraĥiá ben Isĥaq ha-Levi|
(ha-Is'hari)

Entre os maiores dos sábios provençais do séc. XII - destaca-se a imagem de Rabi Zeraĥiá, filho de uma importante família espanhola conhecida como "ha-Is'hari" - por ter sua origem em "Is'har", filho de Qehat, filho de Levi, filho de Jacob, nosso pai (Ex 6:18). Desta família originaram-se posteriormente seis blocos familiares judaicos - sefarditas e asquenazitas: "Benveniste", e "de Oliveira", "Del Medigo" e "Oliva-Cavia" no lado sefardi; "Horovitz" (com suas variantes: "Gurevitch", "Horovici" e outras) e "Epstein" e "Segal"- no lado asquenazi. O local de origem da família nos dias do Império Romano, antes da calamidade destruidora abater-se sobre nosso povo, é conhecida, tratando-se da cidade chamada então Ramatáim, hoje aldeia árabe (Al-Ram) a oito quilômetros ao norte de Jerusalém, no território de Efraim. Neste mesmo lugar nascera o profeta Samuel, provável antepassado de R. Zeraĥiá.

Foi chamado também "gerondi" - por sua cidade de origem na Espanha, Gerona - onde nasceu, e trasladara para Provença ainda jovem, com seus pais.

Seu conhecimento em Torá, adquiriu aos pés de rabi Mochê ben-Rabi Iossêf, em Narbona, e de Rabi Mechulam ben-Rabi Ia'aqob, em Lunelle.

Ainda jovem, revelara-se nele aptidão inefável em conhecimento da Torá em todos seus setores, bem como em ciências gerais. Aos dezenove anos escrevera seu primeiro livro - até nossos dias fonte de buscas e pesquisas em questões pertinentes à halakhá, nos quais percebe-se sua grandeza em Torá, e ao mesmo tempo em conhecimentos gerais, dos quais faz uso em suas explanações. Seu livro foi escrito como complemento ao livro de Rabi Isaac Alfassi, considerado o maior sábio em sua época, ao qual nem os últimos dos "geonim" se equipararam. Em seus escritos há às vezes críticas acerca da conclusãao à qual chegara o grande sábio da cidade de Fez - Rabi Isaac. isto, porém - com estilo e honra, divergindo-se de outros rabinos de sua época, que não muito se preocupavam em controlar o que saía de seus punhos ao escrever palavras contra o que escrevera algum outro sábio, ao divergir de suas conclusões nos intrínsecos sendeiros talmúdicos. revela-se admirador de Rabi Isaac Al-fassi em suas palavras: "...não necessito prolongar [minhas palavras em elogios] pertinentes à grandeza dele, bem como de sua sabedoria, que é conhecida de todos como o sol do meio-dia... Jamais foi compilado um livro tão bem feito que a este sobre as leis talmúdicas (referindo-se ao escrito por Rabi Isaac Al-fassi) após o selar do Talmud... "

Foi também exímio poeta, e muitos poemas compilara em hebraico e em aramaico.

Seu livro sobre o compêndio "Al-fassi" foi chamado "ha-Maor" - que significa: "O Luzeiro" - o qual dividira em dois: "O Grande luzeiro" e "O Pequeno Luzeiro" - aludindo a seu próprio nome - "Zeraĥiá" - cuja derivação provém do verbo "luzir", acompanhado do nome de Deus, como dizendo: "Deus fê-lo luzir" ("zaraĥ Yah").

Os escritos do Rambam não são lembrados em seu livro, pois não chegaram seus livros à França, senão no fim de seus dias.

Entre os que principalmente cuidaram de escrever em sentido contrário e explanativo, acudindo em defesa das palavras de Rabi Isaac Alfassi - está Rabi Mochê ben-Naĥman (mais conhecido como: "nahmânides"). posteriormente, casaram-se os descendentes de ambas as famílias entre si ainda na Espanha, e mais tarde na Holanda, novamente: os "de Oliveira" e os "Sasportas" uniram se em matrimônio, sendo estes últimos descendentes diretos do famoso Nahmânides, e os primeiros, conforme já trazido no princípio da página.

Rabi Zeraĥiá faleceu em 4946 (1186, e. comum ocidental).


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