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01 É preceito positivo [da Torá] o rezar todos os dias, conforme está escrito: "Servireis a Ado-nai teu Deus..." - Ex 23:25. Através da "chemu'á" ensinaram ser este "servir" refere-se ao "serviço do coração" - ou seja - a oração. Quanto à quantia de orações que deve-se efetuar, não provém da Torá, nem a fórmula da oração. A oração tampouco tem tempo determinado pela Torá, portanto, [também] as mulheres e os escravos são obrigados a rezar, por não ser esta um dos preceitos cujo tempo é predeterminado.
02 O cumprimento deste preceito é assim: que todos os dias a pessoa [judia] reze e suplique, louve a Deus, e depois relate suas necessidades conforme o que precisa, por petição e súplica. Após isto, deve dar louvor e agradecimento a Deus pelo bem que lhe proporciona. Cada pessoa, segundo sua capacidade.
03 Sendo pessoa eloquente, seja também assim para com a súplica e a petição, aumentando suas palavras. sendo um "incircunciso de lábios", ou seja, pessoa que tem dificuldade de expressar-se por palavras, fala de acordo com o que pode, e quando pode. O mesmo em concernência ao número de orações - cada um faz o que pode [segundo o determinado pela Torá]: há o que ora uma vez por dia, e há o que ora muitas vezes. E todos rezavam em direção ao Templo, em todo lugar onde se encontrasse. Assim foi desde Moisés até 'Ezra (Esdras).
04 Sendo [o povo de] Israel exilado nos dias do ímpio Nabucodonosor, misturaram-se com os persas, com os gregos e com as demais nações, e nasceram-lhes filhos nas terras dos gentios, e estes filhos tinham o linguajar mesclado, sendo o falado por cada um [uma espécie de dialeto], mescla de vários idiomas. Assim sendo, não conseguiam relatar suas necessidades em apenas um idioma, senão complicadamente, como está escrito: "Quanto a seus filhos, falam metade asdodita, e não conhecem o falar judaico, conforme a linguagem de cada um dos povos." - Ne 13:24.
05 Por esta razão, quando punha-se alguém em oração, era-lhe dificultoso pedir segundo toda sua necessidade, ou louvar ao Santo, Bendito é Ele, senão após mesclar com o idioma sagrado outros idiomas.
06 Vendo isto 'Ezrá e seu bet din, decretaram para eles dezoito bênçãos por ordem determinada: as três primeiras - são louvores ao Santo, Bendito é Ele; as três útimas - agradecimentos; as intermediárias - há nelas pedidos de todas as coisas que são como raízes de todo anelo de cada pessoa, bem como das necessidades públicas, todas elas - com a finalidade de que estejam decoradas por todos, e para que possam aprendê-la rapidamente, tornando-se a reza destes dislálicos uma oração perfeita, como a dos loquentes. Por esta mesma razão - decretaram todas as bênçãos e as orações que acham-se na boca de todos os judeus, para que seja em todo caso a bênção decorada pelo dislálico.
07 Assim também - decretaram a quantidade de orações
[a serem realizadas diariamente] de acordo com os sacrifícios
diários - duas orações todos os dias, isócronas
aos sacrifícios. E no dia no qual haja sacrifício
"mussaf" -
decretara-se que se realizasse uma terceira oração
isócrona ao sacrifício "mussaf".
A oração isócrona ao sacrifício diário matutino -
é a chamada "tefilat chaĥarit", e a que
é isócrona ao sacrifício verspertino -
é a chamada "tefilat minĥá", e a oração
isócrona aos sacrifícios "mussaf" -
é a chamada "tefilat ha-mussafin".
08 Também decretaram que se reze uma oração à noite ("tefilat 'arvit"), pois os membros do [animal imolado no] sacrifício "tamid" vespertino permaneciam sendo queimados durante toda a noite, conforme está escrito: "Estará o holocausto sobre o fogo do altar por toda a noite, até o amanhecer..." - Lv 6:2 (6:9 nas versões cristãs) - de acordo com o que está escrito: "Noite, manhã e tarde - orarei e gemerei..." - Sl 55:18. A oração "'Arvit" não é obrigatória como as rezas "chaĥarit" e minĥá. Apesar disto, os judeus em todos os lugares onde encontram-se foram acostumados a rezar a "'arvit", admitindo-a como obrigatória sobre si.
09 Similarmente - decretara-se uma oração - para que seja efetuada após a oração "minĥá" no dia do jejum (iom kipur), para aumento de súplica e petição, por razão do jejum [expiatório]. Esta é a chamada oração de "ne'ilá" (sign. "fechamento"), significando que os portais dos céus se fecham com o por do sol, pois não se pode rezar esta oração senão junto com o crepúsculo.
10 Assim, são as orações diárias três: 'arvit, chaĥarit e minĥá. Nos dias de chabat e nos festivais e em "roch ĥôdech" - quatro: três de todos os dias, mais a reza de "mussaf". No "iom kipur" - cinco: estas quatro, e a reza "ne'ilá".
11 Estas orações - não se pode delas diminuir mas acrescentar a elas, é permitido: se a pessoa quiser rezar durante o dia todo, a permissão encontra-se em suas mãos. Quanto a todas estas orações que aumentar a pessoa - são como sacrifícios voluntários, portanto, precisa dizer algo novo em cada uma das bênçãos intermediárias de acordo com o assunto da bênção. Caso haja feito assim apenas em uma das bênçãos, é suficiente para fazer saber que esta é voluntária, e não obrigatória. Quanto às três primeiras bênçãos e às três últimas - não se pode aumentar nelas nada jamais, nem delas diminuir, nem mudar nelas algo.
12 O público não pode rezar
oração voluntária, pois o público não pode
trazer [em conjunto] sacrifício de dádiva. E não reze
a pessoa particular "mussaf" duas vezes, uma obrigação do dia
e outra voluntária, pois não se faz sacrifício "mussaf"
como dádiva.
Alguns dentre os "geonim" quem
ensinou que não se pode rezar a oração
voluntária no chabat ou no dia festivo (iom tov),
pois nestes dias não se oferece sacrifícios de
dádiva, senão os voluntários, somente.
01 Durante os dias de Raban Gamaliel aumentara-se grandemente o número de "minim" no povo de Israel, e causavam angústias ao povo judeu, e desviavam-no de seguir a Deus. Vendo que esta era a maior dentre todas as necessidades dos seres humanos, levantara-se ele e seu tribunal, e decretaram uma bênção que nela houvesse um pedido diante de Deus que destruísse aos "minim", colocando-a na oração para que seja dita por todos. Fizeram-se [então] as bênçãos da oração dezenove bênçãos.
02 Em cada uma das três orações diárias, a cada dia, reza a pessoa dezenove bênçãos segundo sua ordem. Em que caso? - em que se ache sua consciência concentrada, podendo sua língua ser rápida no recitar. Todavia, estando ocupada sua mente ou estando apressado, ou em caso de ser [ou estar] dislálico, recita as três primeiras, uma similar a todas as do meio, e as três últimas, cumprindo assim com sua obrigação.
03 Esta é a bênção que decretaram [que seja proferida] similar a todas as do meio [em lugar destas]:
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"Concede-nos conhecimento para entender Teus caminhos; circuncida nosso coração para que Te amemos; sê perdoador para conosco, para que sejamos redimidos; distancia-nos de dores, alimenta-nos e concede-nos que habitemos nas belezas de Tua Terra; e os espalhados dos quatro [cantos] ajunta; os que erram acerca de Teu conhecimento, sejam julgados; sobre os ímpios, levanta Tua mão; alegrem-se os justos na construção de tua cidade e conserto de teu Palácio, e no brotar de um renôvo para David Teu servo, e com o preparar da vela do Filho de Jessé, Teu ungido; antes que clamemos, responde-nos, e antes que falemos, ouve; Pois Tu respondes em toda época de angústia e sofrimento, redime e livra de toda angústia! Bendito és Tu, que ouves a oração!" |
04 Em que caso [recita-se esta oração]? - no verão; mas, no inverno, não recita-se "Havinênu" , por ser necessário dizer o pedido [de bênção de chuvas] na "birkat ha-chanim" ("bênção dos anos"). Igualmente, em saídas de chabat e de dias festivos, não se diz "Havinênu", por ser necessário recitar a "havdalá" na [bênção-petição] Ĥonen ha-da'at ["concededor do entendimento"].
05 Em chabatôt e iamim tovim são recitadas sete bênçãos em cada oração dentre as quatro do dia: três primeiras, três finais e uma bênção intermediária, relacionada com o dia.
06 Nos chabatôt sela-se a bênção intermediária com [a expressão]: "[Barukh atá Ado-nai,] meqadech ha-chabat!" ("[Bendito és Tu, Ado-nai,] que santificas o chabat"). Nos três festivais anuais chamados regalim (pêssaĥ, chavuôt, sukôt) "...meqadech Israel veha-zemanim" ("...que santificas a Israel e aos tempos!").
07 Em Roch ha-chaná
(primeiro dia do ano hebraico e da criação), sela-se:
"[Barukh atá Ado-
08 Em que casos? - nas orações arvit
(noturna), chaĥrit (matutina) e
minĥá (vespertina);
mas na oração de
mussafin (acréscimos sacrificiais),
são recitadas nove bênçãos: três de todos os dias
[comuns para todo o ano], três últimas
[comuns para todo o ano] e três intermediárias.
A primeira dentre as intermediárias -
alude aos reinados; a segunda, às lembranças;
a terceira, aos toques do
chofar.
09 No iom ha-kipurim (dia da expiação),
recita em cada uma das cinco orações sete bênçãos: t
rês primeiras e três últimas [comuns a todos os dias do ano]
e uma intermediária relativa ao dia em si, na qual sela
"[Barukh atá Ado-
10 Em que caso? - em todo iom kipur de todo ano.
Mas, no dia de kipur do jubileu ("iovel"),
são recitadas na oração de mussafin nove bênçãos,
conforme se faz em mussaf de roch ha-chaná,
e são as mesmas bênçãos - nem mais, nem menos.
Mas, não se recita esta oração
senão quando pode-se celebrar o jubileu.
11 Em cada uma de todas as orações
principia-se antes da primeira bênção
proferindo [a frase dos salmos]:
"Ado-nai, sefatái tiftaĥ, ufi iagid tehilatêkha!"
("Ado-nai, abre meus lábios, e minha boca proferirá o Teu louvor!") - Sl 51:17.
E ao selar no culminar de sua prece, diz:
"Iheiu leratzón imre fi vehegion libi -
lefanekha, Ado-nai, Tzuri ve-Goali!"
("Sejam bem aceitas as proferências
de minha boca e a cogitação
de meu coração perante Ti,
Ado-nai, minha Rocha e meu Redentor!") - Sl 19:15.
12 Em roch ĥôdech e em
ĥol ha-mo'ed reza arvit,
chaĥarit e minĥá - dezenove bênçãos,
como [todos] os demais dias [comuns anuais],
recita-se na bênção da
"'avodá":
"Elohênu vElohê avotênu, ia'alê veiavô..."
("Nosso Deus e Deus de nossos pais: possa ascender, e vir perante Ti...").
Em mussaf de Ĥol ha-mo'ed reza-se mussaf como em
iom tov.
Em roch ĥôdech são recitadas sete bênçãos,
as três primeiras e as três últimas [conforme o ano todo]
e uma intermediária respectiva ao sacrifício
de roch ĥôdech, a qual sela:
"...meqadech Israel verachê ĥodachim!"
("que santificas a Israel e aos primeiros dias de [cada] mês!")
13 Em chabat que cair em ĥol ha-mo'ed,
recita-se em 'arvit, chaĥarit e minĥá
sete bênçãos, como [se faz] nos
demais dias de chabat [comuns do ano], e diz na 'avodá:
"Elohênu vElohê avotênu: ia'alê veiavô..."
Na oração mussaf, começa a primeira bênção
intermediária com expressões relacionadas ao chabat,
e completa com expressões de chabat, selando-a em roch ĥôdech:
"...meqadech ha-chabat, veIsrael verachê ĥodachim..."
("...que santificas ao chabat, a Israel e aos primeiros dias do mês!")
No ĥol ha-mo'ed termina como
se faz nos dias de iom tov que caem em chabat.
14 No iom tov que cai no primeiro dia da semana -
bendiz-se a quarta bênço de 'arvit assim:
"...vatodi'enu michpetê tsidqêkha,
vatelamedênu la'assôt retsonêkha,
vatiten lánu, Adonai Elohênu,
qeduchat chabat ukhvod iom tov vaĥagigat
ha-rêgel, uven qeduchat chabat liqduchat iom tov
hivdalta, viom ha-chevi'i ha-gadol veha-qadoch michechet
iamim qidachta, vatiten lánu Adonai Elohenu,
mo'adim lessimĥá..."
("...e nos fizeste conhecer os juízos de Tua justiça,
e nos ensinaste a guardar Tua vontade, e nos deste,
Ado-nai nosso Deus, santidade de chabat e honra de iom tov, e festividade do
rêgel,
e entre a santidade de chabat e santidade de iom tov, separaste,
e o grande e santo dia sétimo dentre os seis dias santificaste,
e nos deste Ado-nai, nosso Deus, épocas para alegria...")
15 Em ĥanucá e em purim,
acrescenta-se na hodaiá (modim) "'al ha-nissim".
Em chabat e ĥanucá
que caírem em chabat - recita-se
"'al ha-nissim" em mussaf, como nas demais orações.
16 Nos dias de jejum - mesmo a pessoa particular que jejua
[sem que seja jejum público] - é acrescentada
[esta súplica] na [bênção]
"chomêia tefilá" ("...que ouve a oração"):
"'anênu, Ado-nai Elo-henu, 'anênu..."
("responde-nos, Ado-nai nosso Deus, responde-nos...") -
e o "chaliaĥ tsibur" (rezador público da sinagoga)
recita-a como bênção à parte
[acrescida às demais] entre [a bênção]
"goel Israel" ("redentor de Israel") e "rofê" ("que curas..."),
selando-a "ha-'onê be'et tsará"
("que respondes em tempos de anústia"),
recitando vinte bênçãos.
Em nove de av acrescenta-se à [bênção]
"bonê Ieruchaláim" (que constróis a Jerusalém):
"Raĥem Adonai Elohenu, 'alênu, ve'al Israel 'amakh,
ve'al Ieruchaláim 'irakh, ha'ir ha-avelá
he-ĥarevá veha-chomemá..."
("Tem misericórdia, Ado-nai, nosso Deus, de nós
e de Israel Teu povo, e de tua cidade Jerusalém,
a cidade enlutada, destruída e desolada...")
17 Durante todo o inverno recita-se na segunda bênção
"morid ha-gêchem" ("que faz cair a chuva")
desde a oração mussaf do último
iom tov
da festividade, até chaĥarit do primeiro iom tov de pêssaĥ,
e desde mussaf do iom tov primeiro de pêssaĥ, "morid ha-tal"
("que faz cair o orvalho").
18 Desde o sétimo dia de marĥechvan pede-se as chuvas na
"bircat ha-chanim" ("bênção dos anos"),
durante todo o período no qual lembra a chuva
[na segunda bênção]. Em que caso? -
que recita na Terra de Israel. Mas, em Sinear,
Síria e Egito e demais locais
19 Nos lugares onde necessitam chuvas no verão,
como nas distantes ilhas do mar - pedem a chuva quando
precisam na bênção [chamada]
"chome'ia tefilá" ("...que ouve a oração").
Nos lugares onde se comemora dois dias de iom tov, diz-se
"morid ha-gechem" ("que faz cair a chuva") na oração
"mussaf" do primeiro dia de "chemini 'atsêret"
(dia oitavo, que encerra a festividade de sucôt
após os sete dias desta festividade),
e prossegue daí por todo o inverno.
20 Durante o ano todo, sela-se a terceira
bênção com a expressão:
"...ha-El ha-Qadoch" ("o Deus Santo"), e
na bênção número onze,
"Mêlekh ohev tsedaqá umichpat"
(Rei amante da justiça e do juízo).
Nos dez dias que estão entre roch ha-chaná
e iom kipur, sela-se na terceira bênção
"ha-Mêlekh ha-Qadoch" ("O Rei Santo") e na décima primeira,
"ha-Mêlekh ha-Michpat" ("O Rei do juízo").
21 Lugares há nos quais
costumaram durante tais dias acrescentar
na segunda bênção:
"Zokhrenu leĥaím..." ("Lembra-nos para a vida...");
e, na segunda: "Mi khamôkha, Av ha-Raĥman..."
("Quem é como Tu, Pai piedoso...").
E, acrescentam na bênção décima-oitava:
"Zekhor Raĥamêkha..."; e, na última:
"...Uvsêfer ĥaím..." ("E, no livro da vida...").
Assim também há lugares nos quais
costumaram acrescentar durante esses dez dias à
terceira bênção:
"...uvkhen, ten paĥdekhá..."
("...portanto, faz que te temam...").
No dia de roch ha-chaná e no iom kipur,
porém, o costume comum [geral]
é acrescentar na terceira
"...uvkhen, ten paĥdekhá...".
01 A oração matutina ("chaĥarit")
segundo seu preceito é que seja efetuada
consecutivamente com o sair do sol.
Quanto a seu tempo [em caso de atraso]
vai até o fim da quarta hora
[por solário], que é um terço do dia.
Caso haja transgredido, rezando após a
quarta hora até o meio-dia, cumpriu com o
preceito da oração, mas não com a
obrigatoriedade de efetuá-la a seu tempo,
pois assim como o preceito da oração
é obrigação da Torá,
assim também é preceito dos Sábios
realizá-la no tempo prescrito para nós
pelos Sábios e profetas.
02 Já
dissemos que a
oração minĥá
é que seja efetuada em
relação ao sacrifício
diário vespertino. Como era o
sacrifício diário vespertino
efetuado todos os dias à nona hora
e meia do dia (por solário),
decretaram que esta oração
fosse efetuada a partir da nona hora e meia,
sendo a chamada "minĥá qetaná"
("pequena minĥá").
Por efetuarem o sacrifício
pêssaĥ [no dia 14 de nissan]
que caía em véspera de chabat a
partir das seis horas e meia do dia, disseram
[os Sábios] que quem orar [esta oração]
após as seis horas e meia (por solário),
cumpre com a obrigação
(de rezar em seu tempo designado, conforme o decreto).
A partir deste momento, incorre-se em sua obrigação,
e é a chamada "minĥá gedolá"
("a grande minĥá").
03
Costumaram muitas pessoas rezar ambas - tanto a grande como a pequena -
uma delas como permissividade.
Os geonim ensinaram que não é
apropriado orar como permissividade senão
a primeira, e a isto entorna-se a balança
do juízo, pois esta é relacionada a algo
que não é comum a todos os dias.
Mas, se rezou a "grande" como obrigatoriedade,
não reze a pequena senão como permissividade.
04 Disto aprende-se que o tempo de
"minĥá gedolá"
principia das seis horas e meia até
as nove e meia (por
relógio de sol),
e o tempo de "minĥá qetaná"
desde as nove e meia, até que fique do dia
uma hora e um quarto (por solário),
podendo rezar ainda até a posta do sol.
05 A oração "mussafin" [ou: "mussaf"]
vai seu tempo desde após o término da oração
matutina até a sétima hora do dia.
Quem a reza após a sétima hora -
apesar de haver agido culposamente -
cumpriu com a obrigação
do preceito, por ser seu tempo o dia todo.
06 A oração noturna ("'arvit") -
apesar de não ser [originalmente em seu decreto]
obrigatória, deve o que a faz rezar desde o
princípio da noite até o subir da alva.
A oração
"ne'ilá" -
[seu tempo deve ser] que esta seja terminada
próximo crepúsculo vespertino.
07 O que antecipa a oração a seu tempo
[prescrito], não se desobriga do cumprimento preceitual,
devendo tornar a rezar a seu tempo.
E, se rezar "chaĥarit" antes de seu tempo
em momento de extrema necessidade após o
subir da alva, considera-se cumprido o preceito.
E assim, pode rezar 'arvit de entrada de chabat antes
do crepúsculo, e 'arvit de motsaê
chabat (saída de chabat) ainda em chabat.
Por ser [em seu decreto originalmente]
permissiva, não se cuida de seu horário
com peculiosidade. Só exige-se que a recitação
do "Chemá'"
[com suas bênçãos anteriores e posteriores]
seja efetuada a seu tempo, com a saída das estrelas.
08 Todo sobre o qual transcorrer o tempo da reza
sem que haja orado, se intencional - não tem conserto,
se estava impedido ou desconcentrado -
pode rezar uma oração em seu lugar no horário
da oração após mais próxima,
orando primeiro a do horário, e em seguida, a complementar.
09 Como assim? - se errar, e não rezar
chaĥarit até passar o meio dia, reza minĥá
duas vezes: a primeira, oração de minĥá;
a segunda, complemento de chaĥarit.
Se errar e não rezar minĥá,
reza 'arvit duas vezes: a primeira, 'arvit; a segunda,
em lugar de minĥá.
Caso errar, e não rezou 'arvit até o subir da alva,
reza chaĥrit duas vezes: a primeira,
chaharit; a segunda, em lugar de 'arvit.
10 Em caso de engano, se não rezar nem uma reza,
nem a outra que é-lhe próxima - não
pode rezar o complemento senão pela última.
Como? Se errar, e não orar nem
chaĥrit, nem minĥá - rezará 'arvit duas vezes:
a primeira, por 'arvit; a segunda, por minĥá.
Quanto a chaĥarit, não tem como preenchê-la
com complemento, pois já passou seu tempo.
O mesmo com as demais orações.
11 Tendo duas orações
para efetuar, de minĥá e de mussaf -
reze antes minĥá, e depois mussaf.
E, há quem ensinou que não se
faz isto em oração pública,
para não fazer com que confunda o povo.
01 Cinco pormenores impedem a oração, mesmo havendo chegado seu tempo: ablução das mãos, cobertura das regiões genitais, pureza do local no qual a oração é efetuada, coisas que desconcentrem a pessoa e a devoção do coração.
02 A ablução das mãos, como? Deve-se abluir as mãos até o pulso, após o que pode-se rezar. Caminhando pelo caminho, chegando o momento da oração - caso não tenha água - havendo entre si e [o local no qual encontra-se] a água quatro milin (ver "mil"), que equivalem a oito mil côvados - deve ir até o local no qual encontre água e lavar [as mãos], e após, reze. Estando entre si e a água mais que esta distância, esfregue suas mãos em um feixe ou em terra, ou em uma viga, e reze.
03 Em que caso [deve ir até a água, estando esta na distância prescrita]? - adiante, mas se ficou para trás, não é obrigado retornar, senão até um mil. Mas, caso haja passado da água mais que um mil, não precisa voltar, senão esfregar suas mãos [em algo], e rezar. E, em que caso não purifica senão somente suas mãos? Nas demais orações, exceto chaĥarit (a oração matutina), mas em chaĥarit deve lavar seu rosto, suas mãos e seus pés, e depois rezar. Estando longe da água - esfrega simplesmente suas mãos [em algo] e reza.
04 Todos os impuros - lavam suas mãos somente, assim como os puros, e podem rezar, mesmo podendo efetuar a tevilá e emergir [antes do horário da oração], a tevilá não é impecilho. Já esclarecemos que o Bet Din de Ezrá (Esdras) decretara que não leia-se palavras de Torá a pessoa que teve ejaculação somente, até que se efetue a imersão [em miqvá para purificação], e um bet din posterior decretara também para a oração, que não reze a pessoa que teve ejaculação até que efetue a imersão purificadora [tevilá]. Não por purificação fizeram isto - senão para que não estejam os talmidê ĥakhamim permanentemente com suas esposas, como se fossem galos [com suas galinhas], e decretaram esta imersão para os que tiveram ejaculação somente, tirando-o dentre os impuros [para este decreto, ou seja, não decretaram para os demais impuros, senão para este caso, e por este motivo].
05 Portanto, dizia-se por ocasião deste decreto que mesmo o zav do qual saíra fluxo de sêmen, ou a mulher que expelira o esperma [de si], precisam imersão para que possam recitar o qeriat chemá' e orar, por causa da ejaculação, mesmo sendo [ainda] impuros. E, assim percebe-se que não é esta imersão a não ser para purificação, para que não estejam exacerbadamente relacionando-se com suas esposas sempre. E, já anulara-se também este decreto acerca da reza, por não haver sido aceito por todo o povo de Israel, não havendo no povo capacidade para observá-lo.
06 O "minhag" (costume) geral em Sefarad e em Sinear que a pessoa que teve polução não reze até lavar todo seu corpo em água, devido ao escrito "prepara-te para encontrar-te com teu Deus, ó, Israel!" - Am 4:12.
Em que caso? - que seja a pessoa sadia ou enferma que teve relação. Mas, quanto ao que teve polução involuntária, nisto não há minhag.
O mesmo com respeito ao zav que teve fluxo seminal, ou nidá que expeliu esperma - em ambos não há minhag - senão limpam-se, lavam suas mãos simplesmente, e rezam.
07 Cobertura genital - como assim? - apesar de haver coberto sua região genital como faz para
qeriat chemá, não reze até cobrir seu peito. Caso não haja coberto seu peito, e rezado, ou fê-lo forçadamente, por não ter com que cobrir, já que tinha coberta a região genital, e rezou, cumprira com o preceito da oração. Contudo, não faça assim por ação premeditada.
08 pureza do local da oração - como assim? - Não reze em local imundo, nem na casa de banhos, nem no local designado para necessidades fisiológicas, nem no [local onde haja] lixo. Regra geral: todo local no qual não se lê qeriat chemá' não se reza nele. E, da mesma forma como se distancia do excremento e de urina, do mau odor, do morto e da nudez para a recitação do chemá' - igualmente se faz para a oração.
09 A pessoa que, orando, encontrou excremento em seu lugar, por razão de haver cometido um erro, por não haver verificado bem antes de rezar - deve tornar a rezar em um lugar puro. Estando no ato da oração, havendo visto excremento perante si - se puder andar para diante, postergando-o - ande; se não, deixe-a para um dos lados; caso não possa postergar e nem deixar para os lados, interrompa sua oração. Os grandes dentre os Sábios não rezavam numa casa na qual houvesse bebida [em depósito quantitativo], nem onde houvesse caldo de peixe em sua fase de envelhecimento, por razão do mau cheiro, mesmo que o local estivesse puro.
10 Coisas que causam-lhe desconcentração - como? - se sente necessidades fisiológicas, não pode rezar. Todo o que sente necessidades fisiológicas e reza, sua reza é abominação. Deve tornar a rezar, após realizá-las. Se conseguia suportar suas necessidades pelo tempo que levaria para transcorrer uma parsá, sua oração é considerada oração [não abominável], e mesmo assim, não reze deliberadamente [nessa situação] senão após verificar-se muito bem, tentando fazer suas necessidades, limpando seus pulmões e narinas, e todo tipo de coisa que possa atrapalhar sua concentração.
11 O que arrota, boceja ou espirra na oração - caso seja por vontade própria - é vergonhoso. Caso haja verificado seu corpo antes de orar, e ocorreram-lhe forçadamente, não há nada nisto [que se considere desreipetoso]. Juntando-se-lhe saliva em sua oração, deve envolvê-la em seu manto ou em sua roupa. Em caso que isto cause-lhe angústia, deve lançar para após si com sua mão, para que não esteja angustiado na oração, e atrapalhado. Havendo saído de si gazes ventrais durante a oração sem que percebesse, deve calar-se, até desfazer-se o vento [odorífico], e tornar à oração.
12 Em caso de necessidade de exalar gazes ventrais,
angustiando-se muito, sem que possa suportar, deve dar passos para trás quatro côvados (mais ou menos dois metros), e espera
até que se desfaça o vento, após o que diz: "Ribon ha-'Olamim! Ietsartani neqavim, neqavim veĥalalim ĥalalim! Galúi veiadú'a lefanêkha ĥerpatênu ukhlimatênu! Ĥerpá ukhlimá beĥaiênu, tola;'á verimá bemotênu!" - ("Senhor do universo! me formaste orifícios e cavidades! É conhecido perante Ti nossa vergonha e nosso opróbrio! Vergonha e opróbrio somos em nosso viver, vermes e lama em nossa morte!") e retorna a seu lugar anterior, e a sua oração.
13 Se encontrava-se orando, e empeçara urina a descer por suas pernas, deve esperar até que termine a água, e voltar à oração. Se, porém, esperou o suficiente para que pudesse terminar sua oração, deve voltar ao princípio dela.
14 Similarmente, o que orinou [antes de começar a orar] deve esperar o tempo suficiente para andar quatro côvados, e então pode rezar; e, quem encontrava-se rezando, e após sua oraçã sentiu necessidade de verter água, deve esperar o tempo suficiente para andar quatro côvados, e para que se interrompam as palavras da oração de sua boca.
15 Devoção do coração: como? - Toda oração sem devoção não é oração. Se orou sem devoção, deve voltar a rezar com devoção. Encontrando-se sua consciência descontrolada e seu coração preocupado, é-lhe proibido que reze, até que se tranquilize. Portanto, o que vem de viagem e acha-se cansado ou angustiado, é proibido que reze, até que se acalme sua mente. Disseram os Sábios: "Três dias, até que descanse, se acalme, então pode rezar!"
16 Como é a devoção? - que esvazie seu coração de todo pensamento, e veja-se a si próprio como encontrando-se perante a chekhiná. Portanto, é preciso que se assente um pouco antes da oração, preparando seu coração, e após - pode rezar, tranquilamente e com súplicas. Não faça sua oração como quem portava uma carga pesada, jogou-a e se foi. Portanto, após a oração deve sentar-se um pouco, e após poderá ir-se. Os ĥassidim da antiguidade esperavam uma hora antes da oração, e uma ora após ela, prolongando sua oração por uma hora.
17 Estando bêbado, não reze,
pois não tem devoção, e se rezou, é
sua reza uma abominação - pelo que deve voltar
a rezar após passar-se sua bebedeira.
"Chatúi",
não reze, mas se rezou, sua reza é [considerada]
oração [sem que precise voltar a rezar].
Quem é bêbado, e quem é chatúi? -
bêbado é todo o que não pode falar na
presença de um rei; chatúi, o que pode falar na
presença de um rei sem se atrapalhar. Mesmo assim,
por haver tomado um revi'it de vinho não reze,
até passar de si o [sinal da influência do] vinho.
18 Tampouco pode-se levantar-se para orar a partir de brincadeiras, nem tampouco de ação desrespeitosa, nem de conversa, nem de discussão ou de ira, senão de assuntos concernentes à Torá. E não a partir de juízos de halakhá, apesar de serem assuntos de Torá, para que não venha a estar seu coração ocupado em halakhá, senão a partir de assuntos de Torá nos quais não haja verificação, como halakhôt promulgadas.
19 As rezas dos dias especiais, como por exemplo mussaf de roch ĥôdech, e rezas dos festivais, é preciso decorar sua reza antes, e depois orar, para que não se atrapalhe nela.
20 Ao andar em local periculoso, como por exemplo, onde hajam alcatéias animalescas ou assaltantes, chegando o momento da oração, deve dizer [apenas] uma bênção, e esta é ela: "Tsorkhê 'amekhá Israel merubim, veda'atam qetsará; iehi ratson milefanekha, Ado-nai Elo-henu, chetiten lekhol eĥad veeĥad kedê parnassatô, ulekhol geviá ugeviá dai maĥsorah, vehatov be'enêkha, 'assê! Barukh atá Ado-nai, chomêia tefilá!" - ("As necessidades de teu povo Israel são muitas, e seu conhecimento [ou consciência] é parca; seja Tua vontade, Ado-nai nosso Deus, que dês a cada um o suficiente para seu mantimento, e a cada corpo o que lhe falta, e o bem a Teus olhos, faz! Bendito és Tu, Ado-nai, que ouves a oração.") - e reza enquanto anda por seu caminho, e caso possa parar, pare. Quando chegar a um vilarejo e se acalme, volte e reze a oração conforme decretado, dezenove bênçãos.
01 Oito pormenores é preciso que o que ora tenha cuidado em fazê-los, e caso se acha dificultado demasiadamente ou impossibilitado, ou mesmo intencionalmente deixara de fazê-los, não impedem sua oração. São estas: 1) estar de pé; 2) direcionado ao Templo; 3) Preparação do corpo [para a oração]; 4) Preparação do indumento; 5) Preparação do local; 6) colocação da voz;
7)
o curvar-se; 8)
o prostrar-se por terra.
02 De pé, como? -
Não se reza a não ser de pé.
Estando em navio ou em carruagem - caso
possa por-se de pé,
ponha-se - caso não,
sente-se em seu lugar e reze.
O doente reza mesmo deitado
sobre seu lado, desde que
possa concentrar-se.
Assim também o sedento
e o faminto, que são
como os demais doentes:
caso possam concentrar-se, rezam,
e caso não, não rezem
enquanto não comam ou bebam.
Estando montado sobre um animal -
mesmo tendo quem possa segurar as
rédeas do animal - não
desça, senão reze em seu
próprio lugar, para que possa
manter-se concentrado.
03 Em direção do Templo, como? -
achando-se no exterior da Terra de Israel, dirige sua face para a Terra de Israel,
e reza; na Terra de Israel, dirige sua face para Jerusalém; em Jerusalém,
direciona seu rosto para o Templo; estando no Templo, direciona seu rosto para o
Qôdech ha-Qodachim.
(*)
O cego e quem não pode distinguir os pontos cardeais, bem como o que viaja em navio, direciona seu coração para a Chekhiná, e reza.
04 Preparação do
corpo,
como? - ao por-se de pé para orar,
deve colocar os pés [juntos] um
ao lado do outro, direcionar seus olhos
para baixo, como que olhando para a terra,
e seu coração dispensado
para o alto, como que se achando
no céus, e coloca suas mãos
sobre o plexo solar fechadas [uma sobre a
outra, segurando o pulso], a direita
sobre a esquerda, estando como um
escravo diante de seu dono, com respeito,
temor e medo, e não pondo
suas mãos na cintura.
(Ver nota)
05 Estar adequadamente vestido,
como? - revisa suas roupas antes, melhorando
sua aparência e ostentando-se,
conforme está escrito:
"Curvai-vos a Deus
em ostentar de santidade..."
- 1Cr 1:16,29; Sl 29:2;
Sl 96:9. Não
ponha-se
de pé para rezar com sua
bolsa pendurada sobre si, nem
com a cabeça descoberta.
Tampouco com os pés
revelados, se não é
costume das pessoas do local
virem perante os grandes personagens
senão calçados. Em todo caso,
não segure filactérios
em suas mãos, nem rolo de
Torá em seu braço,
pois seu coração
estará ocupado com eles,
nem tampouco dinheiro ou
utensílios. Pode orar,
porém, com o lulav em sua
mão nos dias da festividade
[de sucôt], pois é
o preceito do dia.
Tendo uma carga em sua cabeça,
chegando o momento
da oração - se é
menos que quatro
qabin,
lança para após si, e reza.
Se era mais que quatro qabin,
deposita-a no chão e reza.
Costume dos sábios e
de seus discípulos é
que não rezem senão
estando envolvidos [com o talit].
06 Preparação do local,
como? - pondo-se de pé
[para a oração] em um local baixo, voltando seu rosto para a parede. E é preciso abrir as janelas ou as portas
em direção de Jerusalém,
para orar em sua direção,
pelo que está escrito:
"Construiu para si janelas
em sua elevação
direcionadas para Jerusalém..."
- Dn 6:11.
O lugar para sua oraŁão
deve ser permanente.
Não se reza em escombros,
nem atrás de uma sinagoga,
a não ser que haja voltado sua
face para a sinagoga. É
proibido sentar-se próximo
ao que acha-se orando, ou passar
perante si até distanciar-se dele quatro
amôt.
07 Não se ponha em um local alto três
tefaĥim ou mais para rezar,
nem sobre cama, nem sobre um banco
ou sobre
cadeira. Sendo o prédio elevado,
caso haja nele quatro côvados
por quatro côvados, que é a
medida mínima de uma casa, é
como uma elevação (andar) e
pode-se rezar nele. Assim também
no caso de ser cercado por cerca por seus
quatro lados, mesmo que não tenha
[em sua extensão ambiental] quatro
côvados por quatro côvados,
pode-se rezar nele por não ser sua
altura conhecida, por ser um local à
parte [devido ao cercado].
08 Os artifícies que trabalham
no cimo de uma parede ou no topo de
uma árvore, ao chegar o horário
da oração, descem e rezam,
após o que tornam a seu trabalho.
Caso encontrem-se no topo de uma oliveira
ou de uma figueira, rezam em seu respectivo
lugar, por ser demasiadamente forçosa
[sua descida de tais árvores]. Que rezam? -
caso seu trabalho seja pelo valor de sua
refeição diária somente,
oram todas as três orações de dezenove
bênçãos. Caso trabalhem
por salário, rezam "havinênu". Tanto em um caso como no outro, não se "desce diante da arca" (significa: não se realiza oração pública, com minian e ĥazan), nem levantam suas mãos [os cohanim ao bendizer o público].
09 Colocação da voz, como? - Não levante o tom da voz na oração, tampouco reze em seu coração, senão movendo os lábios de acordo com as palavras, fazendo ouvir [somente] a seus ouvidos, em sussurro.
Não se ouça sua voz [na oração], senão quando estiver doente, ou quem não pode concentrar seu coração se não fizer ouvir sua voz, é-lhe permitido.
10
O curvar-se, como? - quem ora curva-se cinco vezes
durante cada oração: no princípio da
primeira bênção e em seu final; na ação de graças em seu princípio e em seu final. Ao término da oração, curva-se e dá três passos para trás
curvado, e despede-se à esquerda própria e, em seguida, à direita, após o que levanta a cabeça [endireitando-se]. O curvar-se, fá-lo-á
na palavra "Barukh" ("Bendito"); o endireitar-se, no Nome [Divino].
11 Em que caso [é feito assim]? - quando trata-se de pessoa comum; mas o cohen gadol curva-se no princípio e no final de cada bênção, e quanto ao rei, após curvar-se [no princípio da oração]
não ergue sua cabeça enquanto não finalizar sua oração.
12 Por que despede-se da esquerda antes? - por ser a esquerda da pessoa a direita de quem se acha perante si. Quer dizer: achando-se [o súdito] perante o rei, despede-se da direita do rei, e depois de sua esquerda. Decretaram que se despeça da Chekhiná pela mesma forma segundo a qual se despede [o súdito] do [seu] rei.
13 Todas as vezes nas quais curvar-se [o que ora], é necessário que o faça de forma que todas as vértebras
se movam, até fazer-se a coluna vertebral como um arco.
Caso haja-se curvado um pouco, angustiando-se, como se estivesse fazendo tudo o que pode segundo o que é capaz, não há porque temer [o não haver cumprido com o curvar-se de acordo].
14 Como é o prostrar-se por terra? - após levantar sua cabeça ao término da quinta vez na qual se curvara, senta-se no chão e cai sobre sua face por terra, suplicando com todas as [formas de] súplicas que quiser.
15 "Keriá" dita em todo lugar é sobre joelhos,
"qidá", sobre a face,
"hichtaĥavaiá" é o
estender sobre o chão o corpo todo, com braços e pernas estendidas até estar sobre a face por terra.
16 Quando se faz "nefilat panim" (cair com o rosto por terra) após a oração, há quem faça "qidá", e há quem faça "hichtaĥavaiá", e é proibido efetuar "hichtaĥavaiá" sobre pedras, exceto no Templo, conforme esclarecido nas leis acerca da idolatria. Tampouco pode uma pessoa importante fazer "nefilat panim", a não ser que saiba ser um justo como foi Josué, mas volta um pouco o rosto, sem colocá-lo sobre o chão. E é permitido que ore uma pessoa em determinado local, e caia sobre sua face em outro lugar.
17 Costume geral em todo o povo de Israel que não se faz "nefilat panim" nos chabatôt e nos iamim tovim, nem tampouco na oração de cada dia, e há pessoas que fazem "nefilat panim" [também] nas rezas noturnas. Somente no dia de kipur cai-se sobre a face em cada uma das orações, por ser um dia [especialmente designado] para súplica, pedido e jejum.
01 É proibido que passe a pessoa por
detrás da sinagoga no momento em que
o público encontra-se orando, senão
no caso em que se acha levando sobre si uma carga,
ou que a sinagoga tenha duas entradas para duas
direções, que o que o vê dirá:
"pode ser que entre na segunda porta."
Assim também se haviam na cidade duas sinagogas,
e poderá dizer o que o vê:
"Por certo, vai rezar na sinagoga onde é-lhe costumeiro!"
E caso leve sobre sua cabeça seus
tefilin
(filactérios), é permitido passar,
e mesmo no caso de todas estas possibilidades anteriores inexistirem, pois os
filactérios são-lhe prova que é um perseguidor dos mandamentos,
não dos que anulam-se da oração.
.
02 A pessoa que ora com o público
não deve prorrogar sua
oração demasiadamente. Porém,
ao rezar sozinho, é-lhe permitido.
Caso queira, após sua oração,
dizer comforme a ordem das plegarias de
Iom Kipur, diz. Similarmente, se quiser
acrescer em cada uma das bênçãos
intermediárias segundo o assunto da
bênção, pode acrescentar.
03 Como assim? - estando doente,
pode pedir misericórdia na bênção
"rofê ĥolim" ("...que curas os enfermos...!"),
segundo sua facilidade de seu linguajar.
Necessitanto de sustento de cunho pecuniário,
aumenta sua súplica na "birkat ha-chanim"
("bênção dos anos").
Segundo esta forma de agir, aumenta em cada uma das
bênçãos.
Caso queira ordenar todas suas necessidades
na bênção "chomêi'a tefilá"
pode fazê-lo. Não se pode pedir [nada] nem nas primeiras
três bênçãos, nem nas três últimas.
04 É proibido que a pessoa deguste algo,
ou efetue algum trabalho,
após o subir da alva até
depois que orar a oração
"chaĥarit" ("matutina").
Similarmente, não levante-se cedo para ir à porta
de seu vizinho para saudá-lo antes de rezar a
oração matutina.
Tampouco saia para seu caminho sem antes rezar.
Contudo, pode degustar alimentos
e trabalhar antes de orar a oração mussaf,
e antes de minĥá.
Mas, não pode fazer refeição
antes de minĥá.
05 Havendo chegado o tempo de
minĥá gedolá,
não pode-se entrar
na casa de banhos, mesmo que simplesmente para transpirar,
até que reze, evitando que desmaie e anule-se
da oração; nem comer, e mesmo algo pouco, para que
não deixe-se levar pelo alimentar-se; nem julgar,
e mesmo somente para declarar o veredicto, pois pode ser
que o julgamento descomprovado, tendo que continuar nele,
anulando-se da oração.
Também não se assente perante
o cabeleireiro, mesmo um que não seja
profissional, pois pode quebrar-se a tesoura; não entre no
local designado para curtimento de peles
[a pessoa que trabalha neste ofício]
próximo a minĥá
enquanto não haja rezado,
evitando ver prejuízo em seu trabalho,
ocupando-se dele e atrasando a oração.
Havendo já principiado
em qualquer um destes,
não deve interromper, senão completar,
e depois rezar minĥá.
06 Desde quando é
o começo do corte de cabelo?
desde que ponha a veste dos
cabeleireiros sobre suas rodilhas.
Desde quando é o
começo do banho? -
desde que haja-se
despido de sua roupa mais
próxima a seu corpo.
Desde quando é o começo
de trabalho de peles?
- desde que ate entre seus ombros
como fazem os profissionais.
Desde quando é o
princípio da refeição?
- na Terra de Israel, desde que
lave suas mãos;
na Babilônia, desde que
afrouxem seus cinturões.
Desde quando é
o princípio do julgamento?
- desde que se envolvam os juízes
[em seus mantos] e assentem-se.
Caso já se encontrassem sentados,
desde que os envolvidos no juízo
principiarem suas queixas.
07 Apesar de a oração noturna
('arvit) ser permissiva, não venha a
pessoa de seu serviço, dizendo: "-Comerei um pouco,
beberei um pouco e dormirei um pouco, e depois orarei!" -
pois pode dominá-lo o sono, e estar adormecido durante a
noite toda. Ao contrário, reze antes 'arvit, e depois
coma, beba ou durma. É [porém] permitido cortar-se o cabelo,
ou entrar ao
banho antes de chaĥarit,
pois não decretaram senão
próximo a minĥá, que é
o caso comum, pois a maioria das
pessoas entram ali durante o dia. Todavia, pelo amanhecer,
sendo caso incomum, não decretaram [proibindo-o].
08 O que acha-se ocupado do
estudo da Torá,
havendo chegado o momento da oração,
interrompe seu estudo e ora. E, caso seja seu
estudo sua [única] ocupação,
sem que trabalhe de forma alguma,
encontrando-se ocupado de seu estudo
no horário da oração,
não interrompa, pois
o preceito de estudo da Torá é
maior que o preceito da oração.
E, todo o que se ocupa de
necessidades públicas,
é como quem ocupa-se do estudo da Torá
[em concernência a esta lei
pertinente à oração].
09 Não se pode interromper
a oração senão
por perigo mortal, somente.
Mesmo que um rei israelita o saúde,
não pode responder. Mas, deve interromper
caso trate-se de um rei dos gentios, pois este
poderá matá-lo [por não responder
à saudação].
Encontrando-se na oração, vendo um
compulsor ou rei gentio
vindo em sua direção,
deve encurtar sua oração;
caso não possa,
interrompa. O mesmo caso haja visto
serpentes ou escorpiões
vindo em sua direção -
chegando até si - se
for o caso que nesta determinada
região sejam [suas picadas] mortais -
interrompe e foge; caso não
sejam mortais, não pode interromper.
10 Mulheres, escravos e crianças
são obrigados com o
preceito da oração,
e todo o homem que é isento da
recitação do Chemá',
está identicamente isento da oração.
Quanto a todos os acompanhantes do morto
[a caminho do sepultamento] mesmo que não sejam
imprescindíveis
para o porte do leito - são isentos.
01 Ao decretarem os Sábios estas orações,
decretaram também outras bênçãos a serem
proferidas todos os dias. São estas: ao acostar-se a pessoa no leito
para dormir à noite, bendiz: "Barukh atá Ado-nai Elo-hênu
Mêlekh ha-'Olam, ha-mapil ĥevlê chená 'al 'einái,
umeir leichon bat-'ain. Iehi ratsón milefanêkha Ado-nái Elo-hái
che-tatsilêni miiêtser ra', umipega' ra',
veal ievahalúni ĥalomôt ra'ôt velo hirhurim ra'im, vetihiê
mitatí chelemá lefanêkha, veta'amidêni mimêna leĥaiím
ulechalom, vehaíra 'einái pen ichan ha-mavet! Barukh atá Ado-nái,
ha-meir le-khol ha-'olam!" ("Bendito és Tu, Ado-nái, nosso Deus, Rei do Universo,
que faz cair as sogas do sono sobre meus olhos, e iluminas a menina do olho. Seja vontade perante Ti,
Ado-nái meu Deus, que me livres de má inclinação, e de má ocorrência
nem me assustem maus sonhos, nem [tampouco] maus pensamentos, e esteja meu leito em
plenitude perante Ti, e faças com que me levante dele para vida e para paz, iluminando a meus
olhos, para que eu não durma o sono da morte! Bendito és Tu, que iluminas a todo o mundo!")
02 E [após o recitar desta bênção], recita a
primeira porção do
"qeriat Chemá", depois do que adormece.
03 Ao despertar-se ao final de seu sono,
bendiz, estando [ainda] em seu leito,
assim: "Elo-ái, ha-nechamá
chenatáta bi tehorá! Atá beratah,
veatá ietsartah, atá nefaĥtah bi,
veatá mechamerah beqirbi,
veatá 'atid litelah mimêni,
ulehaĥzirah li le'atid lavô!
Vekhol zeman cheha-nechamá beqirbi,
modê ani lefanêkha, Ado-nái Elo-hái,
Ribon kol ha-ma'assim! Barukh atá Ado-nái,
ha-maĥzir nechamôt lifgarim metim!"
(à fonte hebraica)
("Meu Deus, a força vital que em mim inseriste, é pura!
Tu a criaste, Tu a formaste, Tu insuflaste-a em meu interior,
e Tu a conservas em mim, e Tu futuramente devolvê-la-ás a mim!
Todo o tempo em que a força vital se ache em mim, sou-lhe grato,
Senhor de todos os [entes] criados! Bendito és Tu, Ado-nái,
que devolves a força vital aos cadáveres falecidos!")
(nota explanativa sobre a forma da tradução).
04 Ao ouvir o cantar do
galo, bendiz:
" Barukh atá Ado-nái,
Elo-hênu Mêlekh ha-'olam,
ha-notén lassekhvi viná lhavĥin ben ha-om uven ha-láila!"
("Bendito és Tu, Ado-nái, nosso Deus, Rei do Universo,
que concedeste entendimento ao galo para discernir entre o dia e a noite!" ).
Ao vestir-se, bendiz: " Barukh atá Ado-nái,
Elo-hênu Mêlekh ha-'olam, malbich 'arumim!"
("Bendito és Tu, Ado-nái, nosso Deus, Rei do Universo,
que veste aos desnudados!").
Ao colocar seu turbante sobre sua cabeça,
bendiz: " Barukh atá Ado-nái,
Elo-hênu Mêlekh ha-'olam, 'oter Israel betifará!"
"Bendito és Tu, Ado-nái, nosso Deus, Rei do Universo,
que coroas a Israel com glória! Ao passar as mãos sobre os olhos, bendiz:
" Barukh atá Ado-nái,
Elo-hênu Mêlekh ha-'olam, poqêiaĥ 'iverim!
"Bendito és Tu, Ado-nái, nosso Deus,
Rei do Universo, que proporcionas visão aos cegos!"
Ao assentar-se em seu leito, bendiz:
" Barukh atá Ado-nái,
Elo-hênu Mêlekh ha-'olam,
matir assurim!" "Bendito és Tu, Ado-nái, nosso Deus,
Rei do Universo, que libertas os aprisionados!".
Ao tirar seus pés do leito e pousá-los no chão, bendiz:
" Barukh atá Ado-nái,
Elo-hênu Mêlekh ha-'olam,
roqá ha-áretz 'al ha-máim!
"Bendito és Tu, Ado-nái, nosso Deus,
Rei do Universo,
que expandes a Terra sobre as águas!"
Ao pôr-se de pé, bendiz:
"Barukh atá Ado-nái,
Elo-hênu Mêlekh ha-'olam,
zoqef kefufim!"
"Bendito és Tu, Ado-nái, nosso Deus,
Rei do Universo,
que levantas os abaixados!"
Ao lavar [ritualmente] as mãos, bendiz: "Barukh atá Ado-nái,
Elo-hênu Mêlekh ha-'olam,acher qidechánu bemitsvotav,
vetsivánu 'al netilat iadáim!"
"Bendito és Tu, Ado-nái, nosso Deus,
Rei do Universo,que nos santificaste com teus preceitos,
e nos ordenaste acerca do lavar as mãos!"
ao lavar o rosto [pela manhã ao despertar], bendiz:
"Barukh atá Ado-nái,
Elo-hênu Mêlekh ha-'olam,
ha-ma'avir chená me'einái,
utnumá me'af'apái!
Iehi ratsón milefanêkha,
Ado-nái Elo-hái
vElo-hê avotái,
chetargilêni lidvar mitsvá,
veal targilêni lidvar averá,
vetachlêt bi iêtser tôv,
veal tachlêt bi iêtser ra',
utĥazeqêni bemitsvotêkha,
vetiten ĥelqi betoratêkha,
vetitenêni leĥen uleĥêssed
uleraĥamim be'einêkha uve'einê kol roái!
Barukh atá Ado-nái, gomel ĥassadim tovim!"
"Bendito és Tu, Ado-nái, nosso Deus,
Rei do Universo, que
fazes passar de meus olhos o sono, e de minhas pálpebras a sonolência!
Seja agrado perante Ti, Ado-nái meu Deus e Deus de meus antepassados,
que me acostumes a coisas concernentes aos preceitos, e não a coisas que concernem
às transgressões [aos preceitos],
e que faças com que me domine a inclinação para o bem,
e não a inclinação para o mal, fortalecendo-me em Teus preceitos,
dando-me galardão em Tua Lei, designando-me para graça,
benevolência e misericórdia a Teus olhos, e aos olhos de todos os que me vejam,
concedendo-me boas benevolências de diante de Ti!
Bendito és Tu, Ado-nái, que concedes boas benevolências!"
06 Ao cingir o cinto, bendiz:
"Barukh atá Ado-nái
Elo-hênu Mêlekh ha-'olam
ozer Israel bigvurá"
"Bendito és Tu, Ado-nái nosso Deus,
Rei do Universo, que cinges de poder a Israel!" Ao calçar os sapatos,
bendiz: "Barukh atá Ado-nái
Elo-hênu Mêlekh ha-'olam,
che'assá li kol tserakhái!"
"Bendito és Tu, Ado-nái, nosso Deus, Rei do Universo,
que proveste todas minhas necessidades!"
Quando anda a sair para o caminho, bendiz:
"Barukh atá Ado-nái
Elo-hênu Mêlekh ha-'olam ha-mekhin mits'adê gêver!
"Bendito és Tu, Ado-nái,
nosso Deus, Rei do Universo,
que preparas os passos do homem!"
07 Estas dezoito bênçãos indispõem de ordem
[segundo a qual devam ser proferidas], senão bendiz cada uma de acordo com
o que concerne, a seu tempo. (nota)
Como assim? - [por exemplo:] se cingira-se com seu cinto ainda
estando em seu leito, bendiz "...ozer Israel bigvurá!"
havendo ouvido o canto do galo após [tudo], bendiz [a seu tempo]:
"...ha-noten lassekhvi viná!" E, qualquer das bênçãos
sobre a qual não se vira a pessoa obrigado com ela, não pode bendizer.
08 Como, por exemplo? - se dormiu vestido
[com suas roupas diurnas, de uso diário],
não bendiz ao levantar-se "...malbich 'arumim!".
Saiu a andar descalço, não
bendiz "...che'assá li khol tserakhái!"
Em iom kipur e em 9 de av, nos quais não pode-se lavar,
não bendiz "...'al netilat iadáim!",
nem tampouco "...ha-ma'avir chená me'einái...".
Se não entrou ao recinto designado para necessidades
[ou seja: se não as fez], não bendiz "...acher iatsar et-ha-adam...".
Assim [procede-se] com todas as demais bênçãos.
09 Acostumara-se o povo na maioria das nossas cidades
a proferir estas bênçãos todas uma após a outra em
sequência na sinagoga, seja estando obrigados para com elas,
seja não estando. É errado, e incorreto [este] proceder.
Não bendiga a pessoa nenhuma bênção,
senão encontrando-se obrigado para com ela.
10 O que madruga
para estudar Torá
antes
da recitação do
Qeriat Chemá, seja para ler
na Torá escrita, seja para ler na Torá Oral, bendiz:
"Barukh atá Ado-nái,
Elo-hênu Mêlekh ha-'Olam,
acher qidechánu bemitsvotav,
vetsivánu 'al divrê Torá!
Veha'arêv na Ado-nái Elo-hênu
et divrê Toratekhá befínu,
uvefifiôt 'amekhá kol Bet Israel,
venihiê anáĥnu vetseetsaênu,
vetseetsaê 'amekhá Bet Israel le'olam,
iode'ê chemêkha, velomedê Toratekhá
lichmah! Barukh atá Ado-nái, noten ha-Torá!
Barukh atá Ado-nái Elo-hênu Mêlekh
ha-'olam, acher baĥar bánu mikol ha-'amim
venatán lánu et Toratô!
Barukh atá Ado-nái, notên ha-Torá!"
("Bendito és Tu, Ado-nái, nosso Deus, Rei do universo,
que nos santificaste com teus mandamentos e nos ordenaste acerca
das palavras da Torá! Faz que seja prazeiroso, Ado-nái nosso Deus,
o estar as palavras de Tua Torá em nossas bocas, e nas bocas de
nossos descendentes, e nas bocas de Teu povo,
toda a Casa de Israel, e sejamos nós,
nossos descendentes e os descendentes de Teu povo,
a Casa de Israel, eternamente - conhecedores de Teu Nome e estudiosos
de Tua Torá simplesmente por ela mesma! Bendito és Tu,
Ado-nái, que dás a Torá!
Bendito és Tu, Ado-nái, nosso Deus,
Rei do universo, que nos escolheste dentre
todos os povos e nos deste Tua Torá!
Bendito és Tu, Ado-nái, que dás a Torá!")
11 Todos os dias é
obrigado todo homem [judeu] a
bendizer estas três
bênçãos, após o que
lê um pouco de palavras de Torá.
Acostumara-se todo o povo a recitar a bênção sacerdotal, e
há locais nos quais se lê "Tsav et-benê Israel..."
"Ordena aos filhos de Israel..." - (Nm 28:2 em diante) - e lugares há
nos quais se lê a ambos, e alguns capítulos de
halakhá
da
Michná ou das
Beraitôt.
12 E, elogiaram os Sábios a
quem recita trechos do livro
de Salmos a cada dia, que são
desde
"Tehilá leDavid" (Sl 145)
até
o final do livro [de Salmos] . E, já
acostumara-se o povo a recitar versículos
antes e após. Os Sábios
decretaram uma bênção
a ser proferida
antes da recitação dos Salmos,
que é
"Barukh cheamar...", e uma
a ser dita após, que é
"Ichtabaĥ". Depois
delas,
bendiz-se sobre a recitação
do Chemá, e recita-se
o Chemá'.
13 Lugares há que
acostumaram-se a ler todos os
dias após a recitação de "Ichtabaĥ"
o cântico
da travessia do Mar Vermelho ("chirat ha-iam"),
e outros lugares lêem
a porção "ha'azinu" (Dt 32:1-43),
outros, lêem a ambos os trechos. Todas estas cousas
são de acordo com o costume [local].
14 É obrigada a pessoa [judia]
a recitar cem bênçãos a cada dia,
entre dia e noite.
Que bênçãos são essas?
- vinte e três que contamos neste capítulo,
mais sete bênçãos [de ambas as recitações]
do chemá', anteriores e posteriores, do dia e da noite,
e ao envolver-se com [roupa que leve] tsitsit (franjas - v. Dt 22:12), e bendiz:
"Barukh atá Ado-nái,
Elo-hênu Mêlekh ha-'Olam,
acher qidechánu bemitsvotav,
vetsivánu lehit'atef betsitsit!"
("Bendito és Tu, Ado-nái, nosso Deus, Rei do universo,
que nos santificaste com teus mandamentos e nos ordenaste a envolver-nos
em "tsitsit""), e ao colocar-se os
"tefilin" (filactérios),
bendiz: "Barukh atá Ado-nái,
Elo-hênu Mêlekh ha-'Olam,
acher qidechánu bemitsvotav,
vetsivánu lehaniaĥ tefilin!"
("Bendito és Tu,
Ado-nái, nosso Deus, Rei do universo,
que nos santificaste com teus
mandamentos e nos ordenaste a colocarmos
filactérios!"), e três orações, em cada
uma das quais há dezoito bênçãos,
são ao todo oitenta e seis bênçãos.
Ao comer duas refeições a cada dia,
bendiz catorze bênçãos
- sete em cada refeição -
uma ao lavar as mãos; sobre o pão, uma no princípio
e três ao final, sobre a água ao beber, bendiz antes e após,
são ao todo sete.
15 Neste tempo,
no qual decretaram que disséramos
na oração
"birkat ha-minim",
e acrescentaram a bênção
"ha-Tov veha-Metiv" na "birkat ha-mazon"
(bênção posterior ao pão),
temos cinco bênçãos a mais.
Em chabat e festividades,
nos quais as orações têm
apenas sete bênçãos
[cada uma], bem como nos demais dias
semanais, caso não haja sido obrigado
a proferir todas estas bênçãos,
por exemplo se não dormiu,
e não se desfizera de seu cinto,
ou não entrou no recinto para necessidades
fisiológicas, ou casos similares,
precisa preencher cem bênçãos
com bênçãos a serem ditas sobre frutas.
16 Como assim? - come um pouco de verdura, bendiz sobre ele
a bênção anterior e a posterior. Volta a tomar deste mesmo
fruto, e bendiz novamente antes e depois, e um pouco mais deste fruto, e bendiz
antes e depois, contando todas as bênçãos, até completar
cem bênçãos.
17 A ordem das orações é assim:
pelo amanhecer, levante-se o homem muito cedo,
bendiga estas bênçãos e recite os salmos,
bendizendo antes e após, recita o chemá e bendiz antes e
após, sem dizer trecho chamado "qeduchá" (santidade) que
encontra-se na primeira bênção
[que precede ao chemá']
pois a pessoa que reza solitário não pode
recitar a "qeduchá",
e ao finalizar a última bênção,
nas palavras "gaal Israel",
levanta-se imediatamente e ora, para estar
unificando a [bênção da]
redenção com a oração,
e ora de pé, como dissemos.
Ao término, sente-se e caia sobre seu rosto,
em súplicas. Levantando
seu rosto do chão, suplica um pouco mais,
ainda sentado, em palavras de
súplicas. Após isto, recite "tehilá leDavid" (o sl 145),
e suplica
conforme pode, após o que despede-se para
suas ocupações.
18 Na oração vespertina (minĥá)
começa recitando "tehilá leDavid" sentado, depois do que levanta-se
e ora a reza "minĥá". Ao terminar, cai sobre sua face, e suplica. Levantando
sua face do solo, suplica um pouco mais, e despede-se para seus afazeres.
19 Na oração noturna ('arvit),
recita o chemá' e bendiz antes e após, e
liga a [bênção da] redenção
com a oração, e ora de pé, e quando termina,
sente-se um pouco, após o que despede-se.
Caso haja feito súplicas após a oração noturna,
é louvável. E, mesmo bendizendo "hachkivênu" após
a bênção "gaal Israel", não é
tido isto como interrupção
entre a redenção e a oração,
pois ambas são tidas como se fossem uma
única bênção prolongada.
01 A oração pública é sempre ouvida;
mesmo que haja nele pessoas pecadoras, Deus não se desfaz da
oração da multidão. Portanto, é necessário
associar-se ao público, e não orar solitário, sempre que
possa orar com o público. Sempre levante-se cedo a pessoa para estar
na sinagoga,
e ao anoitecer, que anoiteça já estando na sinagoga,
pois a oração da pessoa não é ouvida em toda
época senão na sinagoga. Todo o que dispõe de sinagoga
em sua cidade, e não entra ali para rezar, é cogominado
'mau vizinho'.
02 É preceito correr para a sinagoga, segundo o que
está escrito: "Saibamos perseguir o conhecer a Deus!..." -
Os 6:3 - e, ao sair da sinagoga, não faça-o
com passos rápidos
e largos, senão devagar. Ao entrar na sinagoga,
entre segundo a medida
de duas entradas, depois do que pode rezar,
cumprindo o que está escrito:
"...Guardando as ombreiras de minhas portas!" - Pv 8:34.
03 o
bet ha-midrach é maior [em santidade] do que
a sinagoga. Grandes Sábios, mesmo havendo em suas cidades
diversas sinagogas, não rezavam senão onde ocupavam-se
da Torá, desde que se rezasse ali a oração pública.
04 Como é [efetuada] a oração pública?
- estando um rezando em voz alta, e todos a ouvir. Não se faz isto
com menos de dez pessoas maiores [de treze anos, que é a maioridade],
e livres, sendo o
"chaliaĥ tsibur" um dentre eles
[livre e em maioridade]. Mesmo que a minoria
[dentre o quórum de dez] já haja rezado,
e cumprido com a obrigação da oração,
completam o número de dez no caso em que a maioria
dentre os dez não hajam rezado.
05 Similarmente, não se profere a
Qeduchá, nem executam a leitura
da Torá bendizendo antes e depois, nem lê-se os
profetas, senão em número de dez. Tampouco
bendiga uma única pessoa as bênçãos do
qeriat Chemá' para que as
demais simplesmente respondam amén!"
[sem que precisem bendizer
também elas] a não ser em dez pessoas,
e isto é o que se denomina "porês 'al Chemá"
. Tampouco diz-se
"qadich" senão em dez pessoas, nem os cohanim
bendizem ao público a não
ser em presença de dez pessoas, sendo os
cohanim
parte integrante dos dez. Pois, todo quórum de dez pessoas de Israel
é chamado 'Edá (congregação),
conforme está escrito:
"Até quando esta 'Edá...?" - Nm14:27 -
e ali haviam dez pessoas, pois excluía-se
Iehochú'a (Josué)
e Caleb.
06 E, todo assunto de "qeduchá",
não se realize a não ser entre dez
[pessoas do povo] de Israel, pelo que está escrito:
"...Santificar-me-ei dentro dos filhos de Israel..."
- Lv 22:32. Todas estas cousas, caso hajam
principiado em dez pessoas, e foram-se parte delas,
apesar de que não é-lhes permitido [sair antes do término],
os que ficaram podem terminar [o que foi começado
como se houvessem dez pessoas].
07 É imprescindível que
encontrem-se todos os dez em um mesmo lugar,
e o
"chaliaĥ tsibur" com eles, em um mesmo lugar.
Um quintal grande que se abre em sua maior parte para um
quintal maior, achando-se nove pessoas no maior,
e uma no menor,
juntam-se [para formar os dez].
Nove no menor e uma no maior, não juntam-se.
O público estando no maior,
e o
"chaliaĥ tsibur"
no menor, cumprem com seu dever
[de oração pública em dez];
e, caso esteja o
"chaliaĥ tsibur"
no maior, e o público no menor,
não, pois encontra-se
separado deles, não achando-se
com eles em um mesmo lugar.
Por ter o maior barreiras em ambos os lados,
acha-se como recinto separado da menor;
o menor, porém,
não se acha separado do maior,
por ser como um canto dele prorrogado.
08 Similarmente, achando-se
excremento no maior,
é proibido recitar o chemá'
e rezar no menor; estando
no menor, pode-se rezar no maior,
caso não seja sentido ali
o odor, por ser [recinto] separado deste.
09 O "chaliaĥ tsibur"
desobriga ao
público. Como assim? - No momento em que este
reza e eles escutam e respondem "amén"
após cada bênção, são
considerados como que se estivessem rezando.
Em que caso isto é dito? -
no caso de que não saiba rezar. Mas, quem
sabe rezar não se desobriga, senão através de
sua própria oração.
(nota)
10 E, em que caso? - nos dias comuns,
exceptuando-se
roch ha-chaná e
iom kipur
do
iovel (jubileu). Nestes dois dias,
porém, o chaliaĥ tsibur
desobriga aos
demais, tanto o que sabe rezar quanto o que não sabe,
por serem as bênçãos
demasiadamente longas,
e a maioria dos que sabem recitá-las não
se concentra nelas como o chaliaĥ tsibur.
Portanto, se quiser o que sabe recitá-las nestes dois dias
apoiar-se na oração do chaliaĥ tsibur,
tem livre alvedrio.
11 Não designa-se para preencher o cargo de
chaliaĥ tsibur senão uma pessoa grande em
sabedoria e grande em seus feitos. E, caso seja velho,
é o mais louvável! Esforça-se para que seja
a pessoa designada para ser o chaliaĥ tsibur
uma pessoa cuja voz seja agradável, e que seja acostumado
a recitar. Quanto a pessoas cuja barba não se completara,
mesmo sendo grande sábio, não seja chaliaĥ tsibur,
devido à honra do público. Porém, pode
empeçar a recitação pública do chemá',
desde que já tenha dois pelos [na região genital],
após haver completado seus treze anos [de idade].
12 Assim também o dislálico,
como por exemplo a pessoa
que pronuncia
'ain como alef
(*),
ou o alef como 'ain,
e todo o que não é capaz de pronunciar as
letras conforme são,
não pode ser designado para ser chaliaĥ tsibur.
O
rav pode designar um de seus alunos para
preencher o cargo de chaliaĥ tsibur perante
o público.
13 O cego [apesar de isento de tsitsit,
e estar descoberto de seu manto] pode recitar o chemá'
público. Mas quem
tem seus ombros descobertos,
mesmo que este possa recitar o chemá' perante o
público, não pode tornar-se chaliaĥ tsibur,
enquanto não cobrir-se.
01 A
ordem da plegaria pública,
é assim: pelo amanhecer, todo o público
assenta-se, e o
"chaliaĥ tsibur"
desce
perante a
tebá
, e começa dizendo o
qadich
,
ao que todo o povo responde
"Amén!
Iehê Chemêh Rabá Mebarakh -
("Amén!
Seja seu grandioso Nome abençoado"),
com toda sua força, e respondem "amén"
após o qadich [segundo os respectivos
trechos previamente determinados para o "amén"]
Depois, diz:
"Barekhu et-Adonai ha-Meborakh"
, ao que respondem:
"Barukh Adonai ha-Meborakh le'olam va'ed!"
, e então principia a proferir
as bênçãos do
Chemá',
em alta voz, e eles respondem após
cada uma das bênçãos,
e o que souber bendizer,
recita com ele até que este diga
"...Gaal Israel!" ("...que redimiste a Israel!")
[que é o selar da
última bênção
do chemá matutino].
02 E, todos levantam-se
imediatamente
[com o selar da bênção
pelo chaliaĥ tsibur],
e oram em voz baixa.
Quem não sabe rezar, ponha-se de pé
calado, até que termine o chaliaĥ tsibur
em voz baixa com o povo em conjunto.
Todo o que termina sua oração
dentre o público, dá três passos
para trás, e põe-se de pé
no local ao qual chegou
ao final dos [três] passos.
03 E, após haver
o chaliaĥ tsibur
efetuado os três
passos, principia [ele]
a orar em voz alta,
desde o princípio
das bênçãos,
desobrigando aos que não
rezaram [que estão
como que orando, ao ouvir
atentamente sua
oração em voz alta],
e todos têm que estar
ouvindo de pé,
sejam os que não
estavam desobrigados,
sejam os que já
cumpriram com sua
obrigação.
04 E, diz a "qeduchá"
na terceira bênção.
Havendo chegado o chaliaĥ tsibur
à qeduchá, cada pessoa
[que ficara de pé onde chegara
após o término
de sua oraço em voz baixa]
tem agora permissão para
tornar ao local onde rezou
[dando três passos de
volta para seu lugar anterior,
à frente]. Ao chegar o
chaliĥ tsibur a
"modim" dobrando-se,
todo o povo curva-se um pouco,
não demasiadamente, e dizem:
"Modim anaĥnu lakh,
Adonai Elohenu vElohê
col bassar, iotserênu,
Iotser berechit, berakhôt
vehodaôt lechimekhá
ha-gadol veha-qadoch 'al
cheheĥeitánu
veqiamtánu!
Ken teĥaiênu
utĥonênu,
veteessôf galiotênu
leĥatsrôt qodchêkha,
lichmor ĥuqêkha
vela'assôt retsonekhá
bilevav chalem, 'al cheanu modim lakh!"
(Damos graças perante Ti,
Adonai nosso Deus e Deus de toda carne,
nosso Formador, e Formador
do princípio [da criação],
bênçãos,
ações de graças a
Teu grandioso e santo Nome,
pelo que nos concedeste vida
e existência!
Assim, conceda-nos vida
e tenha de nós piedade,
juntando-nos de nossos exílios
para Teus santos pátios,
para que possamos cumprir com
Tua vontade de pleno coração,
pelo que Te agradecemos!")
Quanto a todo o que disser
"Modim, modim...!"
("Agradecemos, agradecemos...!"),
fazem-no calar-se.
05 Após concluir
a oração, sente-se,
e caia sobre seu rosto [por terra],
desviando seu rosto um pouco
[deitando sua face esquerda
mais que a direita], tanto ele mesmo
quanto o público,
em súplicas,
caído
no chão.
Depois,
sente-se e levante seu rosto do chão
ele e todo o povo [isocronamente],
e
suplica um pouco mais,
em voz alta,
estando assentado
[no chão].
06 Depois disto, levanta-se
o chaliaĥ tsibur, só ele, e recita o
qadich
pela segunda vez, e todos respondem conforme
no começo [da oração],
e diz:
"Vehu Raĥum
[iekhaper 'avon velo iachĥit,
vehirbá lehachiv apô
velo ia'ir col ĥamatô!
Adonai hochi'a, ha-Mêlekh
ia'anênu beiom qorênu!]"
("Mas, Ele é Piedoso
[expia a iniquidade e
não desperta toda Sua ira!
Adonai salva,
o Rei que nos ouve ao clamarmos!]" - Sl 78:38),
"Tehilá leDavid..."
("Um louvor de David..." - Sl 145:1),
após o que recita
"Uvá leTsion..."
e "Vaani, zot beriti..."
("Quanto a mim, este é
meu pacto..." - Is 59:20:21),
"Veatá qadoch...",
"Veqará zê el zê..."
("Quanto a Ti, Tu és Santo...",
"E, clamavam um ao outro..." - Is 6:3),
completando a [terceira] qeduchá,
e eles [o público] respondem:
"Qadoch, Qadoch, Qadoch..."
três vezes, e torna [o chaliaĥ tsibur]
a repetir a "qeduchá" [estas palavras]
em aramaico, dizendo após
"Vatissaêni rúaĥ..."
("Arrebatara-me um vento..." - Ez 3:12), e
recita [repetindo-o] em aramaico, e diz:
"Adonai imlokh le'olam va'ed!"
("Adonai reina eternamente" - Ex 15:18),
e recita [sua repetição]
em aramaico, para fazer com
que o povo entenda.
Quanto a estes
versículos
recitados antes e a
pós a "qeduchá",
juntamente com
sua tradução,
são chamados
"sêder ha-iom".
Após isto, suplica
[o chaliaĥ tsibur]
com palavras de
súplica e
versículos
de piedade, e recita o
qadich,
e todos respondem conforme,
e despedem-se.
07 Todo o que diz nas súplicas
"Mi cheriĥem 'al ken tsipor,
chelo iiqaĥ ha-em 'al ha-banim!"
("Aquele que teve misericórdia do ninho de passarinhos,
para que não seja levada a mãe deixando os filhos..."),
ou "chelo ichĥot otô veet benô
beiom eĥad", ieraĥem 'alenu!"
("Que não degole ao boi e a seu filho num mesmo dia,
que tenha piedade de nós!"),
ou expressões semelhantes a estas,
obrigam-no a calar-se, pois estes preceitos são
gezerat ha-katuv, e não piedade; caso fosse piedade,
não nos seria permitido o abate de animais de modo nenhum.
08 Tampouco exagere em atributos de Deus,
dizendo: "Ha-El ha-Gadol, ha-Gibor veha-Norá..."
("Deus grandioso, Poderoso e Temível..." - Dt 10:17)
"...Forte, Valoroso, Intrépido...", pois não há
no ser humano força para alcançar o ápice do louvor
a Deus, senão dizemos [simplesmente] o
que fora proferido por Moisés,
nosso Mestre.
09 Na oração
vespertina (minĥá) diz
o chaliaĥ tsibur "Vehu Raĥum..."
("Ele é Piedoso..." - Sl 78:38),
"Achrê Iochevê Vetêkha..."
("Felizes os que habitam em Tua casa..." - Sl 84:5),
"Achrê ha-'Am chekakha lô..."
("Feliz o povo que lhe é assim..." - Sl 144:1),
recitando tanto ele como o povo, assentados, após
o que levanta-se o chaliaĥ tsibur e recita o qadich,
e o público repete após ele "amén", segundo
a eles confere, e oram todos em voz baixa. Após isto,
volta o chaliĥ tsibur a repetir toda a oração em
alta voz, assim como fizera na oração matutina,
até completar toda a oração. Então,
tanto ele como o público assentam-se [no chão]
e deitam a face por terra suplicando,
e ergue sua face, ainda suplicando um pouco [sentado],
assim como fizera na oração matutina.
Erguendo-se [por fim], recita [novamente] o qadich,
e todo o povo responde conforme lhes diz respeito
e despedem-se para suas afazeres.
10 Ao anoitecer, todo o povo se assenta, e ele se levanta,
e diz "Vehu Raĥum..." ("Ele é Piedoso..."),
"Barekhu et Adonai ha-Mevorakh!"
("Bendizei a Adonai, que é o
[único realmente] Abençoado!")
ao que respondem
"Barukh Adonai ha-Mevorakh le'olam va'ed!"
("Bendito é Adonai, que é o
[único realmente] Abençoado, para todo o sempre!"),
e então principia a
perissá 'al chemá, e recita o qadich,
e oram em silêncio.
Ao completá-la, recita [novamente]
o qadich, e despedem-se. Por não ser a oração
noturna [em sua origem] obrigatória, não repete-a
[o chaliaĥ tsibur] em voz alta, pelo que não recita
bênçãos em vão, pois não há a quem
desobrigar, não havendo ninguém obrigado
a recitar tais bênçãos.
11 Nas noites de chabat
torna o chaliaĥ tsibur
a rezar em voz alta, após rezar
com o público conjuntamente.
Entretanto, não reza sete bênçãos
[conforme se recita no chabat], senão um resumo
das sete em uma única bênção.
Assim ele recita [na repetição],
"Barukh Atá Adonai,
Elohênu vElohê Avotênu,
Elohê Avraham,
Elohê Itsĥaq vElohê Ia'aqov,
ha-El ha-Gadol, ha-Gibor veha-Norá -
El 'Elion, Qonê beraĥmav Chamáim va'árets
Gomel ĥassadim tovim, veQonê ha-col
-
Magen avôt bidevarô, Meĥaiê metim bema'amarô
ha-Mêlekh ha-Qadoch cheen camôhu!
Ha-meníaĥ le'amô bechabat qodchô
ki vam ratsá lehaniaĥ lahem,
lefanav na'avôd beirá vafáĥad,
venodê lichô bekhol iom tamid, Me'on ha-berakhôt,
Adon ha-Chalom, mevarekh ha-chevi'i, umeqadech ha-chabat, umeniaĥ
biqeduchá le'am medachenê 'oneg, zêkher lema'assê berechit!
Elohênu vElohê avotênu, retsê na bimenuĥatênu,...
Barukh Atá Adonái, Meqadech ha-chabat!"
(Bendito és Tu, Adonai nosso Deus e
Deus de nossos pais, Deus de Abraão,
Deus de Isaac e Deus de Jacob, o [único]
Deus Grandioso, Poderoso e Temível,
Deus Supremo, em cujo poderio está,
por Sua misericórdia, os céus e a terra.
Égide dos [nossos] patriarcas por Sua palavra,
que faz ressucitar aos mortos por sua pronunciação,
o Santo Rei Inequável, que concede o repouso a
Seu povo no Seu santo dia de chabat,
por nele querer dar-lhes o repouso,
perante Ele prestaremos serviço
[de adoração] temerosos e apreensivos,
sempre gratos a ele permanentemente a cada dia,
Palácio das bênçãos e dos
louvores, Senhor da paz, que bendiz ao [dia] sétimo
e santifica ao chabat, e concede repouso em santidade ao povo
anafado de deleite, [em] memorização do ato da
criação [do universo]!
Deus nosso, e Deus de nossos pais, queira [bem], rogamos,
nosso descanso, ... Bendito és Tu, Adonai,
que santificas ao chabat!)
e recita o qadich, após o que se despedem.
12 Por que razão decretaram isto os Sábios?
- por vir a maioria do povo rezar nas noites de chabat,
e haja entre eles alguém que se atrase a chegar,
sem que complete sua oração, e fique solitário na
sinagoga, e entre em periculosidade. Por isto o chaliaĥ tsibur
torna a rezar, para que todos esperem até o culminar da oração
do que se atrasou, e este possa sair em sua companhia.
13 Por isto, em orações noturnas
de
iom tov que cai em chabat,
ou
roch ĥôdech, ou
iom kipur
não lembra o
oficiante das orações daquele dia o assunto do dia nesta bênção,
dizendo simplesmente "Meqadech ha-chabat" ao selar,
por não serem obrigados os tais dias
com esta bênção.
14 Em chabat e em iom tov, ao terminar o oficiante a reza matutina
em voz alta, diz o qadich, e depois "Tehilá le-David..." (Sl 145), e rezam
mussaf em voz baixa, e torna a repetir
[o oficiante] a reza em voz alta, assim como fizera em
chaĥarit, e todos se despedem.
Não se diz a qeduchá ("uvá letsion...")
e as súplicas [que se recitam com a qeduchá]
na oração matutina, como nos demais dias [comuns],
senão antes da oração vespertina.
15 Como [se procede na oração vespertina]? -
recita "Tehilá le-David", o
sêder ha-iom (ver sidur) e palavras de súplicas,
diz o qadich,
rezam a oração minĥá
e volta a repetir a oração em voz alta, e diz o qadich.
16 Em roch ĥôdech e em
ĥol ha-mo'ed
recita o sêder ha-iom
após a oração mussaf.
Em saída de chabat, diz
sêder ha-iom
tambêm após a oração noturna,
e recita o qadich, e depois disto, efetua a
havdalá.
01 A pessoa que haja orado sem
devoção em seu coração,
deve tornar a orar devoto, e caso haja estado devoto
na primeira bênção, não
necessário que repita sua oração.
A pessoa que se enganara numa das primeiras bênçãos,
deve voltar ao princípio [da oração].
Caso haja errado numa das últimas três
bênçãos, deve tornar à bênção
[chamada]
'avodá.
Caso haja errado numa das três bênçãos
medianas, deve tornar ao princípio da bênção na qual errou,
e completar sua oração segundo a ordem [promulgada].
02 Mas, caso o
"chaliaĥ tsibur" haja errado ao orar
[sua oração que faz] em voz baixa,
eu digo
que não volta a rezar em voz baixa uma segunda oração,
devido ao incômodo público, firmando-se na [própria] oração
que faz em voz alta [que é a repetição da oração para o público],
e [só em] caso haja errado nesta, então deve voltar a rezar, assim como a pessoa particular.
03 Chaliaĥ tsibur que errou
[na repetição da oração em voz alta]
e assustara-se, sem saber de onde deve recomeçar,
e assim ficara por
uma hora, deve outro substituí-lo.
E, caso haja errado na bênção chamada birkat ha-minim,
não espera-se por ele, senão tome imediatamente outro o seu lugar,
pois pode ser que fora tomado por
minut.
04 De onde deve empeçar [o substituto]? -
da bênção na qual errara o primeiro,
caso haja sido uma das intermediárias. Porém,
se errou numa das três primeiras, deve começar o segundo
do princípio
da oração;
se numa das três últimas,
deve principiar o segundo
da [bênção chamada] 'avodá.
05 Quem disser:
"Não descerei perante a
tebá
,
por estar vestido com roupas coloridas", não rezará
[como chalíaĥ tsibur] nem
mesmo vestindo-se com roupas brancas,
naquela mesma oração.
Se disse que não vai oficiar por estar calçado com sandálias,
nem mesmo
descalço poderá fazê-lo.
06 A pessoa que se achar em dúvida se orou ou não,
não volte a rezar, a não ser tendo em consideração que esta
será feita como
oração voluntária.
A pessoa que estiver orando, e lembrar-se no
meio de sua oração que já rezou anteriormente,
deve interromper [sua oração],
mesmo que se ache no meio de uma bênção.
E, no caso de ser esta a oração noturna, não deve interromper,
posto que esta não empeçara a rezar desde seu princípio a não ser
com intenção de não ser ela oração obrigatória.
07 A pessoa que se enganara e rezara oração dos [seis] dias
[comuns] semanais no chabat, desobrigara-se
[do cumprimento do preceito] da oração;
mas, se lembrar-se no meio da oração, termina a
bênção na qual se encontra,
e prossegue a reza na bênção própria do chabat. Em que caso [dizemos que desobrigara-se]? -
nas rezas noturna, matutina ou vespertina. Mas em
mussaf, interrompe, mesmo no
meio de uma das bênçãos. E assim, se completou a oração
de dias comuns, rezando-a por mussaf, deve rezar mussaf novamente, seja em chabat,
iom tov ou
roch ĥôdech.
08 Quem errar no inverno e deixou de dizer
"morid ha-gêchem" nem
"morid ha-tal", deve voltar a rezar desde o
princípio da oração.
E, caso haja lembrado "... ha-tal", não é
necessário voltar a rezar. Se, porém,
errou no verão, e disse "morid ha-gêchem",
deve voltar ao princípio da oração.
Se, porém [simplesmente] não lembrou
"...tal", não obrigam-no a voltar, pois o sereno não cessa de cair,
pelo que não é preciso [que seja proferida uma]
petição [especial para que caia o sereno].
09 Havendo esquecido a petição
na [bênção chamada]
"bircat ha-chanim",
deve efetuá-la na [bênção chamada]
"chomêia tefilá". Se lembrou após haver recitado "chomêia tefilá",
volta à bênção "birkat ha-chanim".
Caso não haja lembrado até finalizar toda sua oração,
torna a rezar uma segunda oração.
10 Se errou e não proferiu
"ia'alê veiavô" -
se lembrou antes de finalizar sua oração -
volta à bênção
[chamada] 'avodá, e lembra [ali em seu lugar].
Se lembrou somente após
haver terminado sua oração,
volta ao princípio. Se tem costume de proferir súplicas
ao final de sua oração, e lembrou
antes de mover os pés
[para os três passos finais], volta à [bênção]
"chomêia tefilá".
11 Em que caso? - em
ĥol ha-mo'ed,
ou na oração matutina e vespertina de roch ĥôdech.
Todavia, em oração noturna de roch ĥôdech, não
volta.
12 Todo lugar onde a pessoa particular
volta a rezar, [também] o chalíaĥ tsibur
deve voltar, caso haja errado da mesma forma ao rezar em
voz alta [a repetição da oração para o público],
exceptuando-se a oração matutina de roch ĥôdech,
quando não obriga-se o oficiante a voltar,
por motivo de importuno do público.
13 Durante os dez dias desde roch ha-chaná até iom kipur,
caso haja errado na terceira bênção [dizendo] ao selar
"ha-El ha-Qadoch",
deve voltar ao princípio da oração. Havendo errado no
selar de "Mêlekh ohêv tzedaqá umichpat" na undécima [bênção],
deve voltar ao princípio desta mesma bênção e selar "ha-Mêlekh ha-Michpat",
continuando a rezar até o final segundo a ordem. Caso não haja lembrado até terminar
sua oração,
torna ao princípio da oração, tanto o oficiante, quanto a pessoa particular.
(V. cap. 2, halakhá 20)
14 Errou, esquecendo de recitar a
havdalá
em ĥonen ha-da'at,
se lembrou-se antes de recitar "chomêia tefilá", recita em "chomêia tefilá", e não precisa
voltar. O mesmo com respeito a quem não lembrou "'al ha-nissim" em
Ĥanucá e em
Purim,
ou
"'anênu", na oração dos jejuns,
não volta a rezar novamente,
tanto a pessoa particular como o oficiante. E, caso lembre antes de mover seus pés,
diz: "'anênu, avinu... ki Atá chomêia tefilá, podê umatsil bekhol 'et tsará! Ihiu leratson imerê fi, ..."
- Sl 19:15.
15 Esqueceu de rezar a oração vespertina na véspera de chabat,
reze duas vezes a reza noturna de chabat. O mesmo em iom tov. Esquecendo de rezar
a oração vespertina de chabat ou de iom tov,
reza duas vezes a oração noturna
da saída de chabat ou de iom tov, e faz a havdalá na primeira
dentre ambas, e não na segunda.
Se fê-lo em ambas, ou não fez em nenhuma delas,
desobrigou-se da oração, [e não necessita voltar].
Se, porém, fê-lo na segunda, sem fazê-lo na primeira,
deve voltar a rezar uma terceira oração, pois a primeira não lhe servira
[por cumprimento do preceito], por havê-la
adiantado á oração que é a noturna.
Todo o que reza duas orações uma após outra,
mesmo a oração chaĥarit e
[a que segue imediatamente, chamada] mussaf,
não reze-as consecutivamente,
senão espere um pouco entre cada oração,
para que se abrande seu estado de concentração.
16 É proibido ao que reza em conjunto
com o público que adiante sua oração
à oração pública. Quanto à pessoa
que entra na sinagoga e encontrou o público [já] orando
em voz baixa, caso possa empeçar e terminar antes que o oficiante chegue à
"qeduchá", comece. Se não, espere até
chegar o oficiante a rezar [a repetição]
em voz alta, e reze isocronamente com ele palavra por palavra, até
que chegue o oficiante à "qeduchá",
onde responderá a "qeduchá" com o público em uníssono,
e continua o resto de sua oração
consigo mesmo [em voz baixa]. Se, porém,
começou a rezar antes do oficiante, ao chegar este à
"qeduchá" não interrompa sua oração
para responder com eles em uníssono,
e tampouco responda com eles [no qadich após a oração]
"Amén! Iehê Chemêh Rabá Mevarakh...",
estando ainda no meio de sua oração.
É desnecessário dizer isto com respeito às
demais bênçãos [em geral].
01 Todo local no qual habitem dez israelitas,
é necessário que seja nele erigida uma casa
no qual entrem para rezar em toda época destinada à
oração. Tal lugar é o chamado
sinagoga. Obriga-se aos habitantes da
tal cidade que construam para si uma sinagoga,
e que comprem um
Sêfer Torá,
Neviím e
Ketuvim.
02 Ao construírem
(*)
uma sinagoga, não constroem-na, senão
no lugar mais elevado da cidade, segundo está escrito: "Do alto dos muros clama..." - Pv 1:21.
E, elevam [a altura da sinagoga] até que seja mais alta que todos os
edifícios da cidade, pelo que está escrito:
"...a fim de elevarmos a Casa do nosso Deus..." - Es 9:9.
E não se faz os portais da sinagoga,
senão para
o oriente, pelo que está escrito:
"Diante do tabernáculo, para a banda do oriente..." -Nm 3:38.
Constrói-se dentro dela
um palacete, onde depositam o sêfer Torá,
e este é colocado no local em cuja direção oram, de acordo com
a cidade, para que estejam as faces voltadas em direção
desse hekhal quando se achem de pé em oração.
03 Levanta-se ao centro da casa um estrado,
para que a ele suba o que lê a Torá
ou quem diz ao povo palavras de repreensão,
para que ouçam todos.
Ao construirem a tevá, colocam-na no centro [desse estrado],
e a parte posterior da tevá
voltada para o hekhal,
e sua frente para o público.
04 Como se assenta o povo na sinagoga? -
os anciãos assentam-se com o rosto voltado para o povo,
e suas costas em direção ao hekhal.
Quanto ao público, assentam-se por filas,
cada uma na frente da outra, estando sempre a face de uma fila para a que se acha adiante, até
estarem as faces todas direcionadas à
[arca] sagrada, aos anciãos e à tevá.
05 Sinagoga e
bet ha-midrach, deve-se portar com relação
a eles com respeito, varrendo-os e limpando-os [sempre].
O costume dos judeus na Espanha, no ocidente, em
Sinear e na Terra de Israel, é
manter acesas lâmpadas [de óleo] nas sinagogas,
e estender pelo chão tapetes para servirem de assento.
Nas terras de
Edom, assentam-se [os judeus em suas sinagogas] em
bancos.
06 Sinagoga e Bet ha-Midrach não se
pode agir em seu recinto desreipeitosamente,
com brincadeira, gracejo e conversa vã.
Não é permitido neles comer ou beber,
nem se enaltece através deles,
nem se passeia neles.
Não entra-se neles para fugir do calor do sol,
nem tampouco para abrigar-se da chuva. Quanto aos sábios
e a seus alunos, estão permitidos comer neles, em casos extremos.
07 Não se faz neles cálculos, a não ser cálculos de
preceitos.
Não se realiza neles hêsped, a não ser hêsped público,
como no caso [de falecimento] dos maiorais dentre os sábios da cidade,
por causa dos quais todo o povo se reúne e vem [à sinagoga e ao bet midrach].
08 Caso a sinagoga ou o bet ha-midrach disponha de duas entradas,
não pode-se fazer deles caminho para entrar por uma e sair pela outra,
no intento de encurtar o trajeto, pois é proibido entrar neles a não ser
por cumprimento de preceito.
09 A pessoa que precisar entrar em uma sinagoga para chamar um menino ou a um amigo,
que entre e leia um pouco, ou diga alguma
chemuá,
e somente depois chame a seu amigo, para que não se ache entrando somente por seus desígnios.
Caso não saiba, diga a algum menino: "Lê para mim o verso que lês [para ti mesmo]!",
ou espere um pouco dentro da sinagoga, e depois saia,
pois a [simples] estadia no recinto é das ocupações preceituais, como está escrito:
"Felizes os que habitam em Tua Casa..." - Sl 84:5.
10 Quem haja entrado para ler ou para orar por uma porta,
pode sair pela outra, encurtando o caminho. E é permitido que entre ao recinto da sinagoga com
seu cajado, [calçado] com seus sapatos e com sua
afundá.
Caso sinta necessidade de cuspir,
é permitido fazê-lo na sinagoga.
11 Ruínas de sinagogas e de
batê midrach
permanecem em sua santidade, como está escrito:
"...e assolarei os vossos santuários..." - Lv 26:31 -
Mesmo quando assolados, continuam em sua santidade,
e da mesma maneira como deve-se portar para com eles
quando estão erguidos, também fá-lo-á quando
destruídos, exceto varrer e limpar, pois não
se varre nem se lava [as ruínas].
Se cresceu neles o mato, não pode tirá-lo;
e, se alguém [outro] tirou-os, deve-se colocá-los onde
se achavam, para que o povo veja, desperte seu espírito
e esforcem-se por reconstruí-los.
12 É proibido destruir uma sinagoga
para construir outra em seu [mesmo] lugar,
ou em outro. Mas, pode-se construir outra, e depois destroem a anterior,
pois talvez ocorra algo forçoso, e não construam. Se uma das paredes
caiu, constrói-se [outra] nova ao lado da antiga,
e [somente] depois destroem a antiga.
13 Em que caso [é assim que deve-se proceder]? -
quando seus fundamentos não se desmoronaram. Mas,
no caso de acharem-se desmoronados, ou que entornaram-se suas paredes
[em decadência] prestes a cair, deve ser destruída imediatamente,
e começa-se sua reconstruição ao dia e à noite,
para evitar que o tempo se vá sem que haja sido reconstruída.
14 É permitido transformar uma sinagoga em bet midrach,
mas bet midrach não pode ser transformado em sinagoga, por ser a santidade do
bet midrach mais elevada que a da sinagoga,
pois [a regra é que]
transfere de uma santidade menor para uma maior, e não o contrário.
Os cidadãos de determinado local que venderam uma sinagoga, podem comprar com
o pagamento uma tevá; se venderam uma tevá, podem comprar com seu pagamento
lenços ou invólucro para o sêfer Torá;
se venderam lenços ou invólucro, podem comprar, com seu dinheiro,
ĥumachim;
se venderam ĥumachim,
podem comprar sêfer Torá. Mas, se venderam um sêfer Torá
não podem comprar com seu dinheiro senão outro sêfer Torá,
pois não há santidade maior que a do sêfer Torá.
Assim, [deve-se proceder] com as demais coisas [da sinagoga e do bet midrach].
15 Similarmente, em caso de arrecadamento de meios pecuniários
para a construção de um bet midrach ou de uma sinagoga,
para a aquisição de uma tevá, lenços ou invólucro, ou para a aquisição
de um sêfer Torá, não podem mudar todo o arrecadado,
senão de santidade menor para santidade maior, mas se fizeram conforme o que pretendiam
com o arrecadado, e sobrara, podem comprar com a sobra o que quiserem. Todo utensílio da sinagoga,
é [em concernência à santidade] como a [própria] sinagoga. A cortina da arca
onde se deposita o sêfer Torá, é [equivalente em santidade]
aos lenços do sêfer Torá. E, caso hajam-lhe imposto condição
[ao fazê-los ou adquirí-los], são de acordo com a condição.
16 Em que caso pode-se vender uma sinagoga? - em tratando-se de sinagoga de aldeia,
a qual construíram em dependência dos aldeões [locais],
para que seja-lhes para local de oração,
e quando quiserem vender, que possam fazê-lo. Mas sinagoga de grandes centros,
por haver sido construída para todas as pessoas do mundo, que todos os que vêm à
[tal] cidade possam vir a rezar ali, foi feita como pertencente a todo o povo de Israel,
e não pode ser vendida eternamente.
17 Aldeões que quiseram vender a sinagoga,
ou construir com seu valor outra sinagoga, ou comprar tevá ou sêfer Torá,
precisam colocar condições ao comprador,
que este não faça dela casa de banhos, nem "bursaqi" - que é a casa de curtimento de peles,
nem casa de tevilá,
nem
casa da água. Se [já anteriormente] fizeram
sete
tuvê ha-'ir que poderá fazer o
comprador tudo isto, é permitido [que o faça].
18 Semelhantemente, se os sete tuvê ha-'ir
condicionaram em presença dos cidadãos da tal cidade
sobre o dinheiro que seja ĥulin,
assim será. Ao construírem com esse dinheiro
outra sinagoga, ou comprarem tevá,
lenços e invólucro, ou rolos da Torá,
ou ĥumachim, o que restar está
conforme sua condição: ĥulin.
Com ele podem fazer o que desejarem.
19 Assim também se aceitaram sobre si
todas as pessoas da cidade ou sua maioria
uma única pessoa sobre si, tudo
o que este fizer está feito, e ele pode vender e comprar por si mesmo,
de acordo com sua visão, condicionando conforme achar correto.
20 Assim como podem eles vender uma sinagoga,
podem também dá-la por presente, pois se o público
não tivesse prazer em presentear tal regalo, não o dariam.
Mas, não se pode alugá-la, nem tampouco colocá-la como garantia.
E, ao destruir sinagogas para reconstruir, é-lhes permitido vender, trocar e presentear
os tijolos, a madeira e a areia delas. Porém emprestar está proibido, pois a santidade
não se vai delas senão por seu valor pecuniário; ou pelo
prazer,
que é comparado a valor.
21 A praça da cidade, apesar de o povo
rezar nela nos jejuns e nos
ma'amadôt,
por ser o aglomerado exacerbadamente grande,
e não há espaço suficiente
no recinto da sinagoga, não há
nela santidade, nem foi designada para local de oração
[pelo motivo de rezarem lá
nestas ocasiões], por ser algo transitório,
sem que seja destinado
para tornar-se local de reza [pública].
O mesmo com respeito às casas e aos pátios,
onde o povo costuma reunir-se para rezar:
não têm santidade,
por não haverem sido dedicados tão
somente à oração, senão por mero acaso rezam nele,
assim como a pessoa particular que ora em sua própria casa.
01 Moisés, nosso Mestre, decretara para
[o povo de] Israel que leia-se a Torá em público
nos dias de chabat, nas segundas e nas quintas, para que
não permaneçam sem ouvir a Torá por
três dias [seguidos].
Ezrá decretou que fosse lida em
minĥá;
a cada chabat, por causa dos
iochvê qeranôt, e também decretara que
na leitura feita nas segundas e quintas fossem chamados três pessoas,
e que não se lesse menos que dez versos.
02 São estes os dias nos quais lê-se a Torá em público:
em
chabatôt, nos
mo'adim, nos
rachê ĥodachim
, nos jejuns [públicos].
em
ĥanucá e em
purim,
e nas segundas e quintas de toda semana. Não se lê o
complemento nos livros dos profetas a não ser em
chabatôt e em
iamim tovim,
em
iom kipur e em
tich'a beav.
03 Não se pode ler a Torá em público menor que
dez pessoas
maiores e livres. Não lê-se menos que dez versos, e
"Vaiedaber..." é contado [como versículo para o complemento dos dez].
Não lêem menos que três pessoas,
nem começam nenhuma
"parachá" com menos que três versos, nem deixam [sem serem lidos] na parachá menos que três versos,
e não leia o
leitor [da Torá] menos que três versos
04 Ao lerem três pessoas dez versos,
leiam dois três veros,
e um, quatro. Seja o primeiro a ler,
o mediano ou o último:
[este procedimento do público]
é louvável.
05 Cada um dos leitores abre um sêfer Torá
e olha o local onde deve ler, e após isto diz:
"Barekhu et-Adonai ha-Mevorakh!",
ao que todo o povo responde:
"Barukh Adonai ha-Mevorakh le'olam va'ed!"
e volta [o que lerá a Torá] e bendiz:
"Barukh Atá Adonai,
Elohênu Mêlekh ha-'Olam,
acher baĥar bánu mikol ha-'amim
venatán lánu et Toratô!
Barukh Atá Adonai, notén ha-Torá!"
,
após o que lê atê completar sua [designada] leitura.
Então enrola o sêfer Torá [fechando-o], e bendiz:
"Barukh Atá Adonai,
Elohênu Mêlekh ha-'Olam,
acher natan lánu Torat Emet,
ĥaiê 'olam nat'á betokhênu!
Barukh Atá Adonai, notén ha-Torá!"
בָּרְכוּ אֶת יְהוָה הַמְּבוֹרָך!
בָּרוּךְ אַתָּה יְהוָה, אֱלֹהֵינוּ מֶלֶךְ הָעוֹלָם, אֲשֶׁר נָתַן לָנוּ תּוֹרָת אֱמֶת, חַיֵּי עוֹלָם נָטְעָהּ בְּתוֹכֵנוּ-- בָּרוּךְ אַתָּה יְהוָה. נוֹתֵן הַתּוֹרָה!
07 A pessoa que vai ler não tem permissão de ler,
enquanto
o maioral dentre o público não diga-lhe que leia.
Nem mesmo o
ĥazan ou o o líder da sinagoga
Não pode ler por decisão própria,
senão após
conceder-lhe permissão o público,
ou o maioral dentre o povo.
É necessário que alguém ponha-se de pé
consigo durante sua leitura, assim como o
ĥazan procede para com os leitores.
08 O leitor pode omitir trechos de um lugar para outro,
em tratando-se de um mesmo assunto, como por exemplo
em "Aĥarê môt" - Lv 16:1 -
e "Akh be'assôr" - Lv 23:27 - que acham-se na porção
"Emor el ha-cohanim". Isto, desde que não declame de cor,
pois é proibido recitar versos que não seja por leitura direta do escrito,
mesmo uma única palavra. Não pode pausar no omitir trechos,
senão o tempo que leva o
tradutor
para traduzir o verso [anteriormente proferido].
09 Havendo principiado o leitor a leitura da Torá,
está proibido conversar mesmo acerca
de assuntos concernentes á
halakhá,
devendo todos estar em silêncio e ouvir,
dando atenção ao que lê o leitor,
pelo que está escrito: "...e os ouvidos de todo
o povo estavam atentos ao sêfer Torá." - Ne 8:3.
E é proibido sair do meio do público no momento
em que o leitor executa a leitura, mas é permitido sair
entre um leitor e outro. Quem se ocupa [do estudo]
da Torá permanentemente, sendo a Torá sua
profissão
, é-lhe permitido ocupar-se do estudo da Torá durante a leitura.
10 Desde os dias de
'Ezrá promulgara-se o
costume de que haja um tradutor traduzindo ao povo o que o leitor lê,
para que entenda o povo a que concernem os pormenores [lidos].
Quanto ao leitor, este lê um único verso,
e cala-se até que o tradutor traduza,
e prossegue após a tradução a leitura do verso seguinte.
O leitor não tem permissão de ler para
o tradutor mais que um único verso.
11 O leitor não é permitido de elevar sua voz mais que a do tradutor,
nem tampouco o tradutor pode levantar sua voz mais alto que a do leitor.
O tradutor não pode [começar a] traduzir,
enquanto não terminar o leitor a leitura do verso.
O tradutor não pode apoiar-se nem na coluna e nem no leitor,
senão deve estar de pé com temor e respeito.
E nem deve traduzir diretamente do escrito, senão de cor.
Não pode o leitor auxiliar ao tradutor, para que não digam
que a tradução [do texto] está transcrita na Torá.
Um pequeno (menor de treze anos, a maioridade hebraica) pode traduzir
ajudado por um maior (de idade), mas não é honroso para um
maior [de idade] que seja ajudado por menor.Não devem ser os tradutores
dois isocronamente, senão um [único] leitor
e um [único] tradutor.
12 Nem todos os versos são traduzidos em público. O caso de
Reuven, a bênção sacerdotal
("bircat cohanim"), e o caso do
bezerro, desde: "Disse Moisês a Aaron..." - Ex 32:21 -
até: "Viu Moisés o povo..." - Ex 32:25. E, ainda um verso:
"Feriu com epidemia Adonai ao povo..." - Ex 32:35 - são lidos, e não traduzidos.
O caso de Amnon, onde está escrito
"Amnon ben-David" - 2Sm 13:1,
não se lê nem se traduz.
13 O
Maftir
no profeta é preciso que leia na Torá anteriormente
pelo menos três versos, voltando a ler o que foi lido pelo
leitor que o antecipara, e não pode principiar a leitura do profeta
enquanto não enrolar o sêfer Torá [fechando-o].
Não pode ler [o maftir] menos que vinte e um versos, mas
se completou o assunto da leitura com menos que isto, não
é necessário [que leia tudo isto]. Caso haja lido dez
versos, e traduzira o tradutor, é suficiente,
mesmo sem completar o assunto [da leitura].
Quanto à leitura do profeta, uma pessoa lê,
e até mesmo dois podem traduzir. E, pode saltar de um
assunto para outro [diferente], mas de um profeta para outro não,
senão unicamente nos profetas dos
doze [livros] unicamente;
e isto, desde que não seja do fim do livro para o princípio.
Quanto ao que omite trechos, não o faça, senão o tempo
necessário para que o tradutor complete a tradução
[do verso anteriormente lido].
14 O maftir ao ler o [trecho designado no livro do] profeta,
pode ler para o tradutor [até] três versos [de uma vez],
e o tradutor pode traduzir três versículos
um após outro seguidamente. Caso sejam os três versos
três porções [distintas], não leia para o tradutor
senão verso por verso.
15 O maftir bendiz antes [de principiar sua leitura] uma bênção:
"Barukh Atá Adonai, Elohênu Mêlekh ha-'Olam,
acher baĥar bineviim tovim!..."
e bendiz após a leitura quatro bênçãos:
a primeira, sela com as palavras
"...Ha-El ha-Neeman bekhol devarav!",
a segunda, com as palavras
"...Bonê Ieruchaláim!",
a terceira,
"...Magen David!",
e a quarta, de acordo com a santidade do dia. Assim, caso caia roch ĥôdech
em chabat, deve lembrar o
roch ĥôdech nesta bênção,
selando-a
"...Meqadech Israel, veha-chabat verachê ĥodachim!"
16 Quantos são os leitores? - no chabat, pelo amanhecer -
lêem sete pessoas. Em
iom ha-kipurim, seis. Nos dias
festivos, cinco. Não pode-se diminuir desses números,
mas pode-se aumentar. Em rachê ĥodachim e em
ĥol ha-mo'ed, lêem quatro.
Em chabat e em iom ha-kipurim,
na oração vespertina (minĥá),
nos dias de segunda e quinta de cada semana
e em
ĥanucá e purim - três.
Sobre este número não se pode aumentar
ou diminuir.
17 Mulheres não podem ler em público
devido à honra do público.
Menor que saiba ler e sabe para Quem se dirige as
bênçãos, pode
ser contado no número dos
leitores [acrescentados aos números
nos dias quando pode-se aumentar os leitores].
Assim também o "maftir", é contado entre
os acrescentados, pois também lê na Torá.
Se, porém, o chaliaĥ tsibur
interrompera com o recitar do qadich entre o último
leitor e o maftir, este não pode ser contado
entre os acrescidos. Público no qual não
haja senão um único que saiba ler,
suba este mesmo e leia,
desça e sente-se, volte e leia em lugar do segundo e do terceiro,
até completar todo o número de pessoas que deveriam ler naquele dia.
18 Em todas estas leituras, o
cohen lê primeiro, após ele
um levi, depois do qual um
israel.
O costume generalizado em nossos dias é que um
cohen,
mesmo sendo leigo em conhecimento da Torá,
antecipa a [todo e qualquer] grande erudito. E,
todo o que for maior em conhecimento [da Torá]
é precedido na leitura; quanto ao último leitor,
que enrola o sêfer Torá,
recebe ele o estipêndio de todos.
Por isto, sobe ele à Torá como consumador
[da leitura], mesmo que seja o maioral
[em sapiênscia de Torá]
dentre o público.
19 Em caso de não haver um cohen,
deve subir um israel, e não suba no lugar do cohen
um levi de modo nenhum. Caso não haja levi,
o cohen que leu em primeiro lugar torna a ler
segunda vez em lugar do levi. Todavia,
não leia após ele outro cohen,
para que não digam que por ser o primeiro
passul, subiu outro cohen. Do mesmo modo,
não suba um levita após outro,
para que não diga o povo que um deles é passul.
20 Qual a ordem da leitura da Torá
na oração [pública]? -
em dias nos quais haja a oração
mussaf, o chaliaĥ tsibur recita o qadich
ao completar a oração
matutina e retira um sêfer Torá
e chama pessoas dentre o público de um em um,
e estes sobem e lêem na Torá
[a porção que se lhes cabe].
Ao término, devolve [o chaliaĥ tsibur]
o sêfer Torá para seu lugar, e recita
[novamente] o qadich, e rezam a oração
[chamada] mussaf. Nos dias nos quais há maftir e mussaf,
costumaram dizer o qadich antes do maftir,
e outros lugares há nos quais
costumaram dizer o qadich após o maftir
21 Em
minĥá de chabat e de
iom kipur,
após culminar o chaliaĥ tsibur a recitação do salmo
"Tehilá le-David" - Sl 145 - e o
"sêder ha-iom",
recita o qadich e tira um sêfer Torá, lêem nele
[os chamados] e o devolve, [depois] recita o qadich e rezam minĥá.
Também nos jejuns públicos, lê-se em minĥá.
Outrossim, em
iom tov não há
costume de ler em minĥá.
22 Dias nos quais não haja mussaf, ao completar a reza
chaĥarit recita-se o qadich e tira-se um sêfer Torá,
lêem e devolvem a seu lugar, após o que recita-se
"Tehilá le-David" (Sl 145) e o "sêder ha-iom",
conforme se faz todos os dias.
Depois recita-se o qadich, e todo o povo despede-se.
23 Não pode-se ler [a leitura pública da Torá]
em
ĥumachim nas sinagogas,
por causa da honra do público.
Não
enrola-se sêfer Torá em público,
para não importunar ao público, que não
os importune obrigando-os a estar de
pé até que termine de enrolar.
Portanto, em caso de necessidade de lerem dois assuntos distintos,
devem tirar dois rolos de Torá. E, não leia um leitor
um único assunto em dois rolos,
para que não digam que o primeiro rolo estava
inapto [para a leitura], por isto é que leu no segundo.
24 Todo o que enrola o sêfer Torá,
fá-lo-á por seu exterior, e ao apertá-lo,
fá-lo-á de seu interior.
É necessário que seja colocado de pé [ao ser guardado].
Local no qual tiram um sêfer Torá depois que lêm nele
e transferem-no para outra casa para escondê-lo, não pode o
público deixar o recinto enquanto não sair o sêfer Torá,
acompanham-no pondo-se atrás dele [seguindo-o, e não postergando-o],
até o lugar onde ocultam-no.
(*)
01 O costume comum em todo o [povo de] Israel
é completar a [leitura da Torá]
em um ano. Principia-se na semana que sucede à festa de
sucôt, quando lê-se a porção
Berechit (Gn 1:1), e na segunda, lê-se
Êle toledôt Nôaĥ..., na terceira
"Vaiômer Adonai el-Avraham...", prosseguindo por esta ordem
até completar a [leitura da] Torá na festa de sucôt.
Há lugares onde a [leitura da] Torá completa-se em três anos,
e não trata-se de costume comum [geral].
02
'Ezrá decretou para [o povo de] Israel que leia
as maldições que se acham no livro de Levítico antes de
'atsêret, e as que acham-se no
Michnê Torá antes de
roch ha-chaná, e o costume simples que leia-se [a porção]
"Bamidbar Sinai", antes de 'atsêret;
"vaetĥanan" após
tich'á beav;
"Atem nitsavim" antes de roch ha-chaná;
"Tsav et-Aharon" antes do pêssaĥ, no
ano simples. Portanto, há
chabatôt nos quais são lidas na oração matutina dois
sedarim, como por exemplo
"Ichá ki tazrí'a" e "Zôt tihiê";
"Behar Sinai" e "Im beĥuqotái",
e assim como estas, para que seja terminada
a leitura da Torá em um ano,
e para que estas porções sejam lidas
em sua época determinada.
03 No local onde interrompera-se a leitura em
chaĥarit [de chabat],
[a partir] dali mesmo lê-se em
minĥá,
na segunda e na quinta-feira,
e no chabat sequente. Como assim?
- no primeiro chabat, lê-se
em chaĥarit no sêder Berechit,
e em minĥá [do mesmo dia] lê-se desde
"Êle Toledôt Nôaĥ" dez versos, ou mais.
O mesmo com respeito a segunda e quinta.
Assim no próximo chabat em chaĥarit,
lê-se desde "Êle Toledôt Nôaĥ"
até o fim do sêder. De acordo com esta sequência
segue-se a leitura de todo o ano.
04 Em
rachê ĥodachim, o primeiro [a ler] lê três versos de
parachat
"Tsav". O segundo, torna a ler o último verso lido pelo primeiro,
acrescentando os dois versos que sucedem-no,
para que restem na parachá três versos.
O terceiro, lê os três versos restantes com
[o verso seguinte] "Uveiom ha-chabat" (Nm 28:9), e o quarto,
lê [desde] "Uvrachê ĥodchekhem" (Nm 28:11).
Caso caia roch ĥôdech em chabat,
tira-se dois rolos da Torá em chaĥarit,
em um deles lê-se o sêder do próprio
chabat; no outro, lê o
machlim "Uvrachê ĥodchekhem".
E, se foi lido assunto de roch ĥôdech
em chabat [na própria parachá],
o maftir lê, e lê a haftará
"Vehaiá midê ĥôdech
beĥodchô" (Is 66:23).
Quanto a roch ĥôdech av que cai em chabat,
lê-se a haftará em "Ĥodchekhem
umo'adekhem saná nafchi" (Is 1:14).
E, roch ĥôdech que cai no
primeiro dia da semana,
a haftará é lida no chabat precedente ao roch ĥôdech
"Vaiômer lô Iehonatan:
"-Maĥar ĥôdech..." " - 1Sm 20:18.
05 Todo o que sobe a ler a Torá,
empeça de algo bom e culmina em algo bom;
todavia, em parachat Haazinu (Dt 32:19), o primeiro lê até
"Zakhor iemê 'olam..." (Dt 32:7), e o segundo principia de
"Zakhor iemôt 'olam..." até "Iarkevêhu..." (Dt 32:13).
O terceiro, desde "Iarkevêhu..." até Vaiáre Adonai, vaineats..." (Dt 32:19),
e o quarto, desde "Vaiáre Adonai..." até "Lu ĥakhmu..." (Dt 32:29).
O quinto, desde "Lu ĥakhmu..." até
"Ki essá el chamáim, iadí..." (Dt 32:40),
e o sexto, desde "Ki essá el chamáim, iadí..."
até o final do cântico. Por que interrompem nestes casos? -
por serem admoestações, para que entenda o povo,
e arrependa-se, e torne a Deus.
06 Os últimos oito versos que
encontram-se no final da Torá,
está permitida sua leitura na sinagoga em presença de
menos de dez pessoas. Apesar de tudo ser Torá,
e da boca de Moisés,
diretamente da Boca da
Gevurá,
por indicar o escrito ser de posterior à
morte de Moisés, são diferentes, e portanto é
permissivo para a pessoa particular ler
[independente do público
imprescindível de dez pessoas].
07 As maldições que constam em
Torat Cohanim,
não se pode interromper nelas, pelo que devem ser
lidas por uma única pessoa. [O leitor] empeça no
verso que as antecede, e termina [sua leitura] no que as procede.
Quanto às maldições que acham-se no
Michnê Torá, se quiser nelas
interromper a leitura, pode fazê-lo. Contudo, o povo
já tem por costume não interromper,
lendo-as todas apenas um leitor.
08 Interrompe-se [a leitura permanente das parchiôt]
para as festividades e para o
iom ha-kipurim, lendo o que concerne ao dia festivo,
e não segundo a ordem de cada semana. E Moisés decretara
para o povo de Israel que leiam em cada festival seu assunto,
e que perguntem e pesquisem acerca do que concerne ao dia
[no que concerne à halakhá em sua pertinência]
em cada festival. Que se lê? - em pêssaĥ, na
parachat ha-mo'adôt, que acha-se em Torat Cohanim.
E já se acostumara o povo a ler no primeiro dia de iom tov "Machkhu..."
(Ex 12:21) e a haftará ler em
pêssaĥ do Gilgal, e no segundo dia
de iom tov, "Chor o khêssev..." (Lv 22:27), e a haftará
ler no
pêssah de Iochiahu.
No terceiro, "Qadech li..." (Ex 13:2); no quarto,
"Im kêssef talvê et-'ami..." (Ex 22:24).
No quinto, "Pessôl lekhá..." (Ex 34:1);
no sexto, "Vaia'assu benê Israel et
ha-pêssaĥ bemo'adô..." (Nm 9:2).
No último dia de iom tov, "Vaiehi bechalaĥ..."
(Ex 13:17) até o fim do cântico, e a haftará
é lida em "'Od ha-iom, benôv la'amôd..."
Is 10:32.
09 Em 'atsêret, lê-se em "Chiv'á chavu'ôt..." (Dt 16:9).
O costume simples é que leia-se no primeiro iom tov
"Baĥôdech ha-Chelichi..." (Ex 19:1), e a haftará
lê-se na visão da
"Mercavá". No segundo, lê-se
na "parachat ha-mo'adôt", e a haftará em Ĥabaquq.
10 Em roch ha-chaná, lê-se em
"Baĥôdech ha-chevi'í,
beeĥad laĥôdech..." (Lv 23:24; Nm 29:1).
Mas o costume comum [geral] é ler no primeiro dia
"VAdonai paqad et Sará..." (Gn 21:1) e a haftará,
"Vaiehi ich min ha-Ramatáim..." (1Sm 1:1).
No segundo dia, lê-se "Veha-Elohim, nissá..." (Gn 22:1)
e a haftará é lida em "Haben iaqir li Efraim..." - Jr 31:19.
11 Em iom ha-kipurim, na oração matutina, lê-se em
"...Aĥarê môt..." (Lv 16:1)
e a haftará, em "Ki cô amar Ram veNissá..."
(Is 57:15). Na oração vespertina, nas relações
proibitivas que estão na porção
"Aĥarê môt", para que envergonhe-se e
caia em opóbrio todo o que houver tropeçado numa delas,
e arrependa-se. O terceiro que ler na Torá,
lê por haftará o livro de Jonas.
12 Em sucôt, nos dois primeiros dias, lê-se na
"parachat ha-mo'adôt", e a haftará do primeiro dia em
"Hinê iom bá, lAdonai..." (Zc 14:1). No segundo dia,
lê-se "Kol ha-bekhor..." (15:19), e a haftará,
"Vaiehi kikhlôt Chelomô..." (1Re 8:54). No dia seguinte,
lê-se "Vezôt ha-berakhá..." (Dt 33:1), e a haftará,
"Vaia'amôd Chelomô..." 1Re 8:22. Há os que lêem
a haftará em "Vaiehi, aĥarê môt Mochê..." (Js 1:1).
Nos demais dias da festividade, lê-se nos sacrifícios do festival.
13 Como assim? - a cada dia de ĥol ha-mo'ed lê-se
duas parchiôt: no dia terceiro,
que é o começo
do ĥol ha-mo'ed, o cohen lê "Uvaiom ha-cheni..." (Nm 29:17),
e o levi lê "Uvaiom ha-chelichi..." - (Nm 29:20), e o
israel lê"Uvaiom ha-chelichi...".
O quarto leitor torna a ler "Uvaiom ha-cheni..." e
"Uvaiom ha-chelichi...". Assim no dia quarto, que é
o segundo do ĥol ha-mo'ed, lê-se "Uvaiom ha-chelichi..."
e "Uvaiom ha-revi'íi..." - Nm 29:23. E, assim [se prossegue nos demais dias,]
por este modo.
14 Em cada dia dos iamim tovim,
e assim também no iom ha-kipurim,
tira-se dois rolos da Torá na oração matutina.
No primeiro, lê-se os assuntos concernentes ao dia,
conforme esclarecemos. No segundo, lê-se concernente
ao sacrifício daquele mesmo dia, conforme aparece no
"ĥômech ha-pequdim".
Quanto ao que lê em concernência ao sacrifício,
este mesmo lê a haftará no profeta.
15 Todo dia no qual dois sifrê Torá são tirados,
ao devolver o primeiro, recita-se o qadich, e tira o segundo. Ao devolver o
último, recita-se [novamente] o qadich.
Já lembramos que o costume
geral é que sempre recita-se outro
qadich ao término da leitura do machlim,
e depois lê-se a haftará no profeta.
16 Chabat que cai em ĥol ha-mo'ed - seja em pêssaĥ
ou em sucôt - lê-se nesse mesmo chabat
"Reê atá omer elai..." (Ex 33:12).
Quanto à haftará, em pêssaĥ lêem
"Ha-'atzamôt ha-ievechôt..." (Ez 37:4). Em sucôt,
"No dia em que vier Gog..." (Ez 38:18).
17 Em ĥanucá - no primeiro dia - lê-se
desde
"bircat cohanim" até o final do sacrificador
do primeiro dia. No segundo dia, lê-se o sacrifício do
nassi do primeiro dia. No segundo dia, lê-se o sacrifício do
nassi que sacrificara no segundo dia, e assim até
o oitavo dia, quando lê-se desde o sacrifício
oitavo até o final de todos sacrifícios.
A hafatará em chabat que cai em ĥanucá
é lida nas
velas de Zacarias. Em caso de dois chabatot [em ĥanucá],
lê-se no primeiro chabat as velas de ĥanucá, e no segundo,
nas velas de Salomão. O que lê o concernente a ĥanucá,
ele mesmo lê a haftará no profeta.
18 Em purim, lê-se em chaĥarit "Vaiavô 'Amaleq..." (Ex 17:8).
Em tich'á be av, lê-se em chaĥarit "Quando gerares filhos..." (Dt 4:25)
e a haftará, lê-se em "Assof assifem.." (Jr 8:13).
Em minĥá, lê-se "Vaiaĥel Mochê..." (Ex 32:11)
como nos demais jejuns. Quanto aos demais jejuns, os quais nós fazemos
pelo que acontecera a nossos pais, lê-se em chaĥarit e em minĥá.
O primeiro lê em "Vaiaĥêl..." quatro versos,
e lêem o segundo e o terceiro em "Pessôl lekhá avanim...",
até "...acher ani, 'ossê 'imakh..." - Ex 34:10. Nos
jejuns decretados sobre o povo,
como quando falta a chuva, ou há epidemia, e assim por diante,
lêem-se as bênçãos e as maldições,
para que o povo arrependa-se e rendam-se a Deus em seus corações,
ao ouví-las.
19 O costume israelita geral é lerem as
haftarôt anteriores a tich'á
beav nos três chabatôt em
palavras de admoestação.
No primeiro chabat, lê-se palavras de Jeremias;
no segundo, a visão de Isaías;
no terceiro, "ekhá haitá lezoná" (Is 1:21).
E assim, no chabat posterior a tich'á beav,
lê-se a haftará em "Naĥamú
naĥamu, 'ami..." (Is 40:1).
O costume generalizado em
nossas cidades
é estarem lendo as haftarôt nas
consolações de Isaías até
roch ha-chaná. Quanto ao chabat que vem entre
roch ha-chaná e iom ha-kipurim,
a haftará é lida em "Chuvá Israel..." (Os 14:2)
20 Roch ĥôdech
adar que cai em chabat,
nele lê-se "parachat cheqalim"
e a haftará em Iehoiadá' ha-cohen (2Re 12:3).
Do mesmo modo, se cair
roch ĥôdech dentro da semana,
no chabat que antecede ao roch ĥôdech,
lê-se "parachat cheqalim".
Na segunda semana, lê-se
"parachat Zakhor" (Dt 25:17), e a haftará em
"Cô amar Adonai
Tsevaôt, paqadti..." (1Sm 15:2).
Que semana é a segunda?
- aquela na qual cair nela purim,
mesmo antecedendo ao chabat.
Na terceira semana, lê-se "Pará adumá"
(Nm 19:2), e a haftará "Vezaraqti 'alekhem maim tehorim..."
(Ez 36:25). Qual é a terceira semana? -
a que está mais próxima à quarta,
e na quarta lê-se "Ha-ĥôdech
ha-zê..." (Ex 12:2), e a haftará
"Barichon beeĥad laĥôdech..." - Ez 45:18.
Qual é a quarta semana? -
aquela na qual cai roch ĥôdech nissan,
mesmo que seja em véspera de chabat.
21 Assim sendo, às vezes haverá interrupção
entre a primeira semana e a segunda, ou entre a segunda e a terceira.
Mas, entre a terceira e a quarta, não se interrompe.
22 Cada parachá dentre estas quatro, um a lê em um segundo
sêfer, após haver-se concluído o
sêder daquele mesmo chabat.
Se cair roch ĥôdech adar em chabat,
e for o sêder daquele chabat "Veatá tetsavê" (Ex 27:20),
lêem seis desde "Veatá tetsavê" até
"Ve'assíta kior neĥôchet" (Ex 30:18).
Quanto ao sétimo, este volta a ler desde "Ki tissá" (Ex 30:12) até
"Ve'assíta kior neĥôchet". E assim se for o sêder do chabat
"Ki tissá": lêem seis desde "Ki tissá" até "Vaiqhel" (Ex 35:1),
e o sétimo torna a ler em um segundo sêfer desde
"Ki tissá" até Ve'assíta kior neĥôchet".
23 Em roch ĥôdech adar que cair em chabat, tira-se três
sefarim: em um deles se lê o sêder do dia; no segundo,
em pertinência ao roch ĥôdech; no terceiro,
"Ki tissá" (Ex 35:1). Roch ĥôdech nissan que caia em chabat,
lê-se o sêder do dia em um sêfer, em pertinência ao mês em outro,
e "Ha-ĥôdech ha-zê..." (Ex 12:2) em um terceiro.
24 Se cair roch ĥôdech
tevêt em chabat, tira-se três sefarim.
No primeiro, se lê o sêder do dia; no segundo,
o concernente ao mês; no quarto, relativo a ĥanucá.
25 Mesmo a pessoa ouvindo a leitura de toda a Torá
durante todo o ano em leitura pública, é
obrigatório que leia para si mesmo a cada semana
o sêder daquela semana duas vezes na
Miqrá
e uma na tradução
[aramaica]. Versículos que não tenham tradução, devem
ser lidos para si mesmo três vezes, até completar suas parchiot com o público.
01 Em chaĥarit, em mussaf e na
ne'ilá,
os cohanim levantam
suas mãos, mas em
minĥá, não,
pois ao horário de minĥá já
efetuara todo o povo sua refeição,
e pode ser que os cohanim hajam tomado vinho,
e o embriagado está proibido de fazer
"nessiát capáim".
Mesmo em oração minĥá
de jejum não se faz, por
gezerá concernente
à minĥá de todo [outro] dia [qualquer].
02 Em que caso? - em caso de jejuns nos quais rezam-se
minĥá e ne'ilá, como o jejum de kipur,
ou o jejum público. Mas jejum no qual não haja
ne'ilá, como
tichá beav e
chiv'á 'assar betamuz.
Por ser a oração minĥá desses dias
próxima do crepúsculo, assemelha-se
com ne'ilá, e não pode ser confundida com a minĥá
todos os dias. Portanto, há nelas nessiat capáim.
Quanto ao cohen que transgrida [o decreto] e suba ao
dukhan em minĥá de iom kipur,
por ser sabido que não há embriaguez,
este pode efetuar nessiat capáim, e não fazem-no descer
do dukhan por causa da desconfiança do público, que não digam:
"-Ele é
passul, por isto obrigaram-no a descer [do dukhan]!".
03 Como se faz nessiat capáim nos
"gevulim"? - No momento em que chega o oficiante da ordem da plegaria pública à bênção
chamada
"retsê",
é assim: pelo amanhecer, todo o público
assenta-se, e o chalíaĥ tsibur à
[bênção chamada] 'avodá,
no momento em que diga "Retsê"
todos os cohanim que encontram-se na sinagoga saem de seu lugar,
e dirigem-se ao dukhan. Ali, põem-se de pé, com suas faces para
o
hekhal e suas costas voltadas para o povo,
e seus dedos devem estar dobrados para dentro de suas palmas,
até que complete o chalíaĥ tsibur a [recitação da]
hodaiá. [Então,] voltam seus rostos em direção ao público,
estendem seus dedos e elevam suas mãos acima da altura de seus ombros, e
principiam: "Ievarekhekhá..." (Nm 6:24), e o chalíaĥ tsibur
lê para eles palavra por palavra, e eles repetem, como está escrito:
"Emor lahem:..." (Nm 6:23), até completar o primeiro verso, e o povo responde após eles:
"Amén!" , após o que torna o chalíaĥ tsibur
e lê-lhes o segundo verso palavra por palavra, e eles respondem [recitando após ele],
até completar o segundo verso, e todo o povo responde:
"Amén!". E, assim o terceiro verso.
04 Ao completar os três versos os cohanim, começa o
chalíaĥ tsibur o recitar da última bênção
da oração, que é
"Sim chalom...", e os cohanim voltam seus rostos em direção ao
qôdech, e depois fecham novamente seus dedos,
permanecendo de pé ali no dukhan, até terminar o chalíaĥ tsibur
a recitação da bênção, e [só] então retornam a seus lugares.
05 Não há permissão para o que lê para os cohanim
que o faça antes que se desfaça o "amén!"
da boca do povo, nem os cohanim estão permitidos de
empeçar a bênção, até o término da voz
[que provém] da boca do que lê, nem tampouco o que lê pode
começar outra bênção. O chalíaĥ tsibur
não está permitido de responder "amén!" como os demais
para que não se atrapalhe, e não saiba qual a bênção
que lê para eles, se segundo ou terceiro verso.
06 Os cohanim não têm permissão de voltar a face do povo,
enquanto não principiar o chalíaĥ tsibur a recitação de
"Sim Chalom...", nem são permitidos de fechar seus dedos, até voltarem
suas faces da direção do povo. Um dos decretos de
Raban Ioĥanan ben-Zacai
é que não subam os cohanim ao dukhan
calçados com suas sandálias,
senão descalços
07 Ao abençoarem os cohanim o povo, não devem olhá-los,
nem desviem seu pensamento [da bênção que proferem],
senão estejam seus olhos em direção ao chão,
como a pessoa que encontra-se de pé em oração.
Ninguém tem permissão de olhar o rosto dos cohanim no momento
em que bendigam, para não desviar sua concentração.
Todo o povo deve ter em mente o ouvir da bênção,
direcionando suas faces na direção; dos cohanim,
sem olhar em suas faces.
08 No caso de ser apenas um cohen a abençoar o povo,
principia por si mesmo, e o chalíaĥ tsibur lê para ele
[a continuação] palavra por palavra.
Se dois cohanim ou mais,
não podem começar a abençoar até que diga o chalíĥ tsibur:
"Cohanim!". Então respondem, dizendo: "Ievarêkhekha;..." (Nm 6:24),
e [o chalíaĥ tsibur lê para eles
[a continuação] palavra por palavra por ordem, conforme dissemos.
09 Como é [que se efetua] a bircat cohanim no Templo?
- Os cohanim sobem ao dukhan após completar o
serviço diário matutino, levantam seus braços
acima de suas cabeças com seus dedos estendidos, exceto o
cohen gadol, que não eleva suas mãos acima do
"tsits". Uma pessoa lê para eles palavra por palavra,
assim como nos "gevulim", até completarem os três versos.
O povo não responde "amén!"
após cada verso, senão fazem-nos
todos uma única bênção
[respondendo apenas ao final de todos os três].
Ao completarem, o povo todo [responde em uníssono]:
"Barukh Adonai Elohê Israel, min ha-'Olam ve'ad ha'Olam!"
10 E profere [o Cohen Gadol] o Nome de Deus
conforme suas letras, que é o que se pronuncia das letras
iod - hê-vau-hê. Nos demais lugares,
dizem-no simplesmente pelo denominativo, que é
alef-dalet-nun-iod (*)
Mas, desde que morreu
Chime'on ha-Tsadiq, deixaram os cohanim de abençoar
com o Nome Explícito mesmo no Templo, para evitar que
aprendessem sua pronúncia pessoas inconvenientes.
Não ensinavam os Sábios da antiguidade a seus discípulos
e filhos convenientes [por bom seu proceder]
senão uma vez a cada sete anos. Tudo isso,
devido à grandeza do Nome
Glorioso e Temível .
11 Bircat cohanim não pode ser dita em todo lugar
a não ser no
idioma sagrado, pelo que está escrito:
"Assim abençoareis os filhos de Israel..." - Nm 6:23 -
Assim ensinaram os ouvintes da
"chemu'á" de
Mochê Rabênu: "Assim abençoareis..."
de pé; "Assim abençoareis..."
- com elevação de mãos;
"Assim abençoareis..." - no idioma sagrado;
"Assim abençoareis..." - faces perante faces;
"Assim abençoareis..." - em voz alta;
"Assim abençoareis..." - com o Nome Explícito,
e isto no Templo, conforme explicamos.
12 Não têm os cohanim
permissão de acrescentar
bênção alguma
sobre os três versos, como por exemplo:
"Adonai vosso Deus aumente sobre vós
como vós mil vezes!" - Dt 1:11 -
ou similar, nem em voz alta,
nem em sussurro, pelo que está escrito:
"Não aumentareis à palavra..." - Dt 4:2.
No momento em que o cohen
sobe ao dukhan, quando move seus pés para subir, diz:
"Seja desígnio perante Ti, Adonai nosso Deus,
que seja esta bênção
que nos ordenaste a abençoar
a Teu povo Israel uma bênção
plena, sem que haja nela tropeço
ou iniquidade, desde agora para a eternidade!"
E, antes de voltar sua face para o povo,
bendiz: "Barukh Atá Adonai, Elohênu
Mêlekh ha-'Olam, ache qidechánu
biqeduchatô chel Aharon, vetsivánu
levarekh et-'amô Israel, beahavá!"
Após isto, volta sua face para o público,
e começa a abençoá-lo. Ao retirar
sua face do povo, depois de completar a bênção,
diz: "Fizemos conforme decrestaste sobre nós; faz conosco conforme nos prometeste:
"Olha desde a Tua santa habitação,
desde o céu, e abençoa a teu povo, a Israel...!" " - Dt 26:15.
13 Ao voltarem os cohanim suas faces para o público para abençoá-lo,
não o façam senão pela direita, em todo lugar.
Ao voltarem suas faces de diante do povo,
não voltem, senão pela direita. Da mesma forma,
toda direção para a qual se direcionar a pessoa,
não seja senão pela direita.
14 No Templo, os cohanim abençôam
uma vez por dia, após o sacrifício matutino.
Vêm e param nos degraus do Santuário,
e abençôam, conforme dissemos.
Quanto aos demais lugares, abençôam em todas as orações,
com exceção da oração vespertina, como dissemos.
Em todo caso, procura-se fazer que seja o que lê para eles
israel, porquanto está escrito: "Dize-lhes..." - Nm 6:23 -
significando que o que lê para os cohanim não é do meio deles.
01 Seis pormenores impedem [o cohen de fazer a ação de]
nessiát capáim:
a língua, os defeitos [físicos],
a transgressão, a idade, o vinho e a impureza das mãos.
02 A língua, como? - os dislálicos que não pronunciam as letras de acordo,
como por exemplo, que lêem o
"alef" como "'ain" -
ou
"sibôlet" em lugar de "chibôlet", e similares,
não podem fazer "nessiat capáim".
Do mesmo modo os de linguajar pesado,
cujas palavras não são claras para todos,
não fazem "nessiat capáim".
03 Os defeitos, como? - cohen no qual haja defeitos em suas mãos , sua face ou em seus pés,
como por exemplo, dedos tortos, ou voltados para o exterior das mãos, ou
suas mãos (ou braços) bi-colores
- não fazem nessiat capáim, por quanto o povo põe nele sua atenção.
04 Alguém cuja saliva escorre sobre sua barba
no momento em que conversa,
e assim também um cego de um de seus olhos,
não pode fazer "nessiat capáim".
Mas, se é comum vê-lo andando por sua cidade,
e todos são acostumados a este cego de um olho,
ou àquele cuja saliva escorre, é permitido que
façam nessiat capáim, pois o povo não dá
atenção a eles [por seu defeito]. Similarmente, alguém
cujas mãos acham-se manchadas com
anil ou com
puá,
não pode fazer nessiat capáim. Se, porém, a maioria dos
habitantes da cidade [onde vivem] ocupa-se
deste tipo de trabalho, é permitido
[que façam nessiat capáim],
pois ninguém presta atenção neles.
05 A transgressão, como? - um cohen que
matou uma pessoa,
mesmo que seja sem intenção, mesmo após haver feito
techuvá, não pode fazer nessiat capáim,
pelo que está escrito:
"...as vossas mãos estão cheias de sangue". - Is 1:15 - e,
está escrito: ".... e ao estenderdes vossas mãos,
farei como se meus olhos não vissem ...." - (mesmo verso).
Cohen que servira a deuses estranhos, seja por intenção
ou por engano, mesmo após haver feito techuvá, não
pode fazer nessiat capáim jamais, pelo que está dito:
"Todavia, não subiam ao altar os sacerdotes das
bamôt ... " - 2Re 23:9.
Quanto à bênção
[em nome do ídolo],
equipara-se ao serviço idolátrico,
pelo que está escrito: "...para O servir, e para abençoar em Seu nome até o dia de hoje".
- Dt 10:8.
06 A idade, como? - um cohen jovem não pode fazer
nessiat capáim, até que tenha barba completa.
O vinho, como? - alguém que haja sorvido um
revi'it de vinho de uma só vez,
não pode fazer nessiat capáim,
até que passe o [efeito de seu] vinho, porquanto há
conexão entre a bênção [sacerdotal] e
o serviço [sacrificial do Templo]. Se tomou uma revi'it
em duas vezes (ou seja, uma parte dessa quantidade a cada vez),
ou mesclou nele um pouco de água, é permitido
[fazer nessiat capáim]. Se tomou mais que um revi'it,
mesmo sendo mesclado com água, e mesmo havendo servido
em algumas vezes [por intervalos], não pode fazer nessiat capáim,
até que passe de si o efeito de seu vinho. Quanto é revi'it? -
dois dedos por dois dedos, sobre dois dedos e meio mais um quinto de um dedo.
Este dedo é o mesmo que se usa para ungir
[em todo caso concernente à unção] em toda a Torá,
que é o polegar, que é o chamado
"bohen ha-iad".
07 Impureza das mãos, como? - cohen que não fez
netilat idáim
não pode fazer nessiat capáim. Deve lavar suas mãos até o pulso,
como faz a santificação das mãos para o trabalho [no Templo], após o que bendiz,
pelo que está escrito: "Erguei vossas mãos santidade, e bendizei a Adonai." - Sl 134:2
O
ĥalal não pode fazer nessiat capáim, por não achar-se em seu sacerdócio.
08 Cohen no qual não se ache nada destes pormenores que impedem a nessiat capáim,
mesmo sem ser um sábio, faz nessiat capáim, e mesmo que não seja minucioso
no cumprimento dos preceitos, ou as pessoas falem [mal] dele [por seu mal proceder],
ou que em seus negócios não sejam em [plena] honestidade - este faz nessiat capáim,
e não se pode impedí-lo, por ser um preceito positivo sobre todo cohen que esteja apto para
efetuar nessiat capáim. Não pode-se dizer a uma pessoa iníqua que seja mais iníqua
e deixe de cumprir preceitos.
09 Não se admire, dizendo: "Que ajudará a bênção
deste simplório?!" - pois a bênção em si não depende dos
cohanim, senão do Santo, Bendito é Ele, como está escrito:
"Porão o Meu Nome sobre os filhos de Israel, e Eu
os abençoarei." - Nm 6:26. Os cohanim cumprem o mandamento que lhes fora preceituado,
e o Santo, Bendito é Ele, por Sua misericórdia, abençôa
a Israel segundo Sua vontade.
10 O povo que se acha atrás dos cohanim, não está incluído
na bênção. Quanto aos que acham-se ao lado deles, estão incluídos.
Mas, se havia
meĥitsá, mesmo que seja
uma muralha de ferro,
já que acha-se sua face perante os cohanim,
são abençoados. .
11 Nessiat capáim [é feita somente] em dez [pessoas],
e os cohanim fazem parte do quórum. Uma sinagoga na qual
todos são cohanim, todos fazem nessiat capáim: a quem abençôam? a
seus irmãos que achem-se no norte,
e a seus irmãos que se encontrem no sul. Quem, então, responderá
"amén!" após eles? - as mulheres e as crianças.
E, caso hajam ficado dentre os cohanim
que subiram ao dukhan
dez a mais que eles,
estes dez respondem o "amén!",
enquanto os demais abençôam.
12 Público que indispõem de cohen fora o
[que preenche o cargo de ] chalíĥ tsibur,
este não pode fazer nessiat capáim. Mas, se
está seguro que tornará à oração
depois de fazer nessiat capáim,
é-lhe permitido. Caso não se ache ali nenhum cohen,
ao chegar o chalíaĥ tsibur a
"Sim chalom...", deve
dizer:
"Elohênu vElohê avotênu:
barekhênu baberakhá
ha-mechulêchet baTorá, ha-amurá leAharon ulevanav,
cohanim, 'am qodchêkha, caamur: Ievarêkhekha Adonai,
veichmerêkha; Iaer Adonai panav elêkha, viĥunêka;
iissá Adonái panav elêkha, veiassem lekhá chalom! Vessamu et chemi 'al benê Israel, vaani avarekhem!"
13 Um cohen que rezou numa sinagoga, e indo a outra sinagoga
encontrou outro público rezando, sem que hajam chegado a bircat cohanim,
faz para eles nessiat capáim, abençoando-os.
E mesmo algumas vezes num [mesmo] dia.
14 O cohen que não haja movido seus pés para ir ao dukhan
no instante em que o chalíaĥ tsibur recita
"Retsê",
não pode mais subir naquela mesma oração.
Mas, se moveu seus pés para subir,
mesmo que não haja chegado ao dukhan senão após
a
"'avodá", este pode subir e abençoar.
15 Todo cohen que não sobe ao dukhan, apesar de estar anulando um [único]
preceito positivo, é como se estivesse transgredindo três preceitos positivos,
porquanto está escrito:"Assim abençoareis..." - Nm 6:23 - "Fala-lhes..." -
(mesmo) - "Porão o Meu Nome..." - Nm 6:27.
E, todo cohen que não abençôa,
não é tampouco ele abençoado.
Quanto a todo cohen que abençôa, também se abençôa,
conforme está escrito:"Abençoarei aos que te abençoarem..." - Gn 12:3.
Todos os dias deve a pessoa bendizer:
"Barukh atá Ado-nái
Elo-hênu Mêlekh ha-'olam,
chelô 'assáni gôi!
"Bendito és Tu, Ado-nái,
nosso Deus, Rei do Universo,
que não me fizeste gentio!"
"Barukh atá Ado-nái
Elo-hênu Mêlekh ha-'olam
chelô 'assáni êved!"
"Bendito és Tu, Ado-nái,
nosso Deus, Rei do Universo,
que não me fizeste
escravo!"
"Barukh atá Ado-nái
Elo-hênu Mêlekh ha-'olam
chelô 'assáni ichá!"
"Bendito és Tu, Ado-nái,
nosso Deus, Rei do Universo,
que não me fizeste
mulher!"
וכל העם עונים: בָּרוּךְ יְהוָה הַמְּבוֹרָךְ לְעוֹלָם וָעֶד!
בָּרוּךְ אַתָּה יְהוָה, אֱלֹהֵינוּ מֶלֶךְ הָעוֹלָם, אֲשֶׁר בָּחַר בָּנוּ מִכָּל הָעַמִּים וְנָתַן לָנוּ אֶת תּוֹרָתוֹ-- בָּרוּךְ אַתָּה יְהוָה. נוֹתֵן הַתּוֹרָה!
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