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01 Oito pormenores é preciso que o que ora tenha cuidado em fazê-los, e caso se acha dificultado demasiadamente ou impossibilitado, ou mesmo intencionalmente deixara de fazê-los, não impedem sua oração. São estas: 1) estar de pé; 2) direcionado ao Templo; 3) Preparação do corpo [para a oração]; 4) Preparação do indumento; 5) Preparação do local; 6) colocação da voz; 7) o curvar-se; 8) o prostrar-se por terra.
02 De pé, como? - Não se reza a não ser de pé. Estando em navio ou em carruagem - caso possa por-se de pé, ponha-se - caso não, sente-se em seu lugar e reze. O doente reza mesmo deitado sobre seu lado, desde que possa concentrar-se. Assim também o sedento e o faminto, que são como os demais doentes: caso possam concentrar-se, rezam, e caso não, não rezem enquanto não comam ou bebam. Estando montado sobre um animal - mesmo tendo quem possa segurar as rédeas do animal - não desça, senão reze em seu próprio lugar, para que possa manter-se concentrado.
03 Em direção do Templo, como? - achando-se no exterior da Terra de Israel, dirige sua face para a Terra de Israel, e reza; na Terra de Israel, dirige sua face para Jerusalém; em Jerusalém, direciona seu rosto para o Templo; estando no Templo, direciona seu rosto para o Qôdech ha-Qodachim. (*) O cego e quem não pode distinguir os pontos cardeais, bem como o que viaja em navio, direciona seu coração para a Chekhiná, e reza.
04 Preparação do corpo, como? - ao por-se de pé para orar, deve colocar os pés [juntos] um ao lado do outro, direcionar seus olhos para baixo, como que olhando para a terra, e seu coração dispensado para o alto, como que se achando no céus, e coloca suas mãos sobre o plexo solar fechadas [uma sobre a outra, segurando o pulso], a direita sobre a esquerda, estando como um escravo diante de seu dono, com respeito, temor e medo, e não pondo suas mãos na cintura. (Ver nota)
05 Estar adequadamente vestido, como? - revisa suas roupas antes, melhorando sua aparência e ostentando-se, conforme está escrito: "Curvai-vos a Deus em ostentar de santidade..." - 1Cr 1:16,29; Sl 29:2; Sl 96:9. Não ponha-se de pé para rezar com sua bolsa pendurada sobre si, nem com a cabeça descoberta. Tampouco com os pés revelados, se não é costume das pessoas do local virem perante os grandes personagens senão calçados. Em todo caso, não segure filactérios em suas mãos, nem rolo de Torá em seu braço, pois seu coração estará ocupado com eles, nem tampouco dinheiro ou utensílios. Pode orar, porém, com o lulav em sua mão nos dias da festividade [de sucôt], pois é o preceito do dia. Tendo uma carga em sua cabeça, chegando o momento da oração - se é menos que quatro qabin, lança para após si, e reza. Se era mais que quatro qabin, deposita-a no chão e reza. Costume dos sábios e de seus discípulos é que não rezem senão estando envolvidos [com o talit].
06 Preparação do local, como? - pondo-se de pé [para a oração] em um local baixo, voltando seu rosto para a parede. E é preciso abrir as janelas ou as portas em direção de Jerusalém, para orar em sua direção, pelo que está escrito: "Construiu para si janelas em sua elevação direcionadas para Jerusalém..." - Dn 6:11. O lugar para sua oraŁão deve ser permanente. Não se reza em escombros, nem atrás de uma sinagoga, a não ser que haja voltado sua face para a sinagoga. É proibido sentar-se próximo ao que acha-se orando, ou passar perante si até distanciar-se dele quatro amôt.
07 Não se ponha em um local alto três tefaĥim ou mais para rezar, nem sobre cama, nem sobre um banco ou sobre cadeira. Sendo o prédio elevado, caso haja nele quatro côvados por quatro côvados, que é a medida mínima de uma casa, é como uma elevação (andar) e pode-se rezar nele. Assim também no caso de ser cercado por cerca por seus quatro lados, mesmo que não tenha [em sua extensão ambiental] quatro côvados por quatro côvados, pode-se rezar nele por não ser sua altura conhecida, por ser um local à parte [devido ao cercado].
08 Os artifícies que trabalham no cimo de uma parede ou no topo de uma árvore, ao chegar o horário da oração, descem e rezam, após o que tornam a seu trabalho. Caso encontrem-se no topo de uma oliveira ou de uma figueira, rezam em seu respectivo lugar, por ser demasiadamente forçosa [sua descida de tais árvores]. Que rezam? - caso seu trabalho seja pelo valor de sua refeição diária somente, oram todas as três orações de dezenove bênçãos. Caso trabalhem por salário, rezam "havinênu". Tanto em um caso como no outro, não se "desce diante da arca" (significa: não se realiza oração pública, com minian e ĥazan), nem levantam suas mãos [os cohanim ao bendizer o público].
09 Colocação da voz, como? - Não levante o tom da voz na oração, tampouco reze em seu coração, senão movendo os lábios de acordo com as palavras, fazendo ouvir [somente] a seus ouvidos, em sussurro. Não se ouça sua voz [na oração], senão quando estiver doente, ou quem não pode concentrar seu coração se não fizer ouvir sua voz, é-lhe permitido.
10 O curvar-se, como? - quem ora curva-se cinco vezes durante cada oração: no princípio da primeira bênção e em seu final; na ação de graças em seu princípio e em seu final. Ao término da oração, curva-se e dá três passos para trás curvado, e despede-se à esquerda própria e, em seguida, à direita, após o que levanta a cabeça [endireitando-se]. O curvar-se, fá-lo-á na palavra "Barukh" ("Bendito"); o endireitar-se, no Nome [Divino].
11 Em que caso [é feito assim]? - quando trata-se de pessoa comum; mas o cohen gadol curva-se no princípio e no final de cada bênção, e quanto ao rei, após curvar-se [no princípio da oração] não ergue sua cabeça enquanto não finalizar sua oração.
12 Por que despede-se da esquerda antes? - por ser a esquerda da pessoa a direita de quem se acha perante si. Quer dizer: achando-se [o súdito] perante o rei, despede-se da direita do rei, e depois de sua esquerda. Decretaram que se despeça da Chekhiná pela mesma forma segundo a qual se despede [o súdito] do [seu] rei.
13 Todas as vezes nas quais curvar-se [o que ora], é necessário que o faça de forma que todas as vértebras se movam, até fazer-se a coluna vertebral como um arco. Caso haja-se curvado um pouco, angustiando-se, como se estivesse fazendo tudo o que pode segundo o que é capaz, não há porque temer [o não haver cumprido com o curvar-se de acordo].
14 Como é o prostrar-se por terra? - após levantar sua cabeça ao término da quinta vez na qual se curvara, senta-se no chão e cai sobre sua face por terra, suplicando com todas as [formas de] súplicas que quiser.
15 "Keriá" dita em todo lugar é sobre joelhos, "qidá", sobre a face, "hichtaĥavaiá" é o estender sobre o chão o corpo todo, com braços e pernas estendidas até estar sobre a face por terra.
16 Quando se faz "nefilat panim" (cair com o rosto por terra) após a oração, há quem faça "qidá", e há quem faça "hichtaĥavaiá", e é proibido efetuar "hichtaĥavaiá" sobre pedras, exceto no Templo, conforme esclarecido nas leis acerca da idolatria. Tampouco pode uma pessoa importante fazer "nefilat panim", a não ser que saiba ser um justo como foi Josué, mas volta um pouco o rosto, sem colocá-lo sobre o chão. E é permitido que ore uma pessoa em determinado local, e caia sobre sua face em outro lugar.
17 Costume geral em todo o povo de Israel que não se faz "nefilat panim" nos chabatôt e nos iamim tovim, nem tampouco na oração de cada dia, e há pessoas que fazem "nefilat panim" [também] nas rezas noturnas. Somente no dia de kipur cai-se sobre a face em cada uma das orações, por ser um dia [especialmente designado] para súplica, pedido e jejum.
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