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O termo "nechamá" é comumente traduzido por "alma", e indica a força vital que faz com que o corpo persista, segundo a explicação do Rambam nos oito capítulos que escrevera para adentrar ao estudo dos "pirqê Avôt", não devendo ser confundido com o "nêfech", que é o que subsiste à morte corporal.Esta bênção a ser proferida a cada amanhecer no momento em que o homem hebreu desperta de seu sono é nossa principal confissão de fé na ressurreição dos mortos, e os crentes na fé helênica da reencarnação (ou "metempsicose"), mudaram a palavra "li" (grifada), "a mim", para "bi", "em mim", reforçando esta fé que no passado era tão estranha a nosso povo, conforme testifica Rav Sa'ádia Gaon em seu livro "Emunôt vede'ôt", citando os que "fazem-se chamar pelo nome de judeus, e crêem na hi'atqut (o mesmo que "gilgul" - metempsicose)...". Rav Sa'ádia foi gaon de Sura entre os anos 928-942 da era comum ocidental (4688-4702 do calendário hebraico). Segundo os estudiosos, esta fé javânica adentrara o meio judaico através dos caraítas (cujo princípio está ainda pouco antes dos dias de Rav Sa'ádia, e em seus dias principiavam a ter sucesso e expansão por todo o oriente.)
Com o passar dos tempos, e com o desenvolvimento da ciência cabalística, tanto o termo "nêfech" como o termo "nechamá" passaram a ter novas conotações. Os cabalistas dividiram o "plano espiritual" judaico em cinco graus espirituais, sendo a explanação demasiado complicada. Os que falam hebraico, porém, podem ter acesso a estas explanações nos primeiros capítulos da famosa obra de Rabi Ĥaiim Vital, o principal discípulo de Rabi Isaac Luria, intitulado "Chá'ar ha-Gilgulim" ("Portal das Reencarnações".)
Nas últimas décadas (possivelmente séculos, em determinadas regiões da diáspora) tem sido discriminados no meio religioso judaico os que descrêem desta fé egípcia antiga, o que tem levado a muitos grandes rabinos a não declararem em público sua descrença na reencaranação, por temor de serem declarados como "hereges", ou similares. Portanto, nós também declaramos aqui dois pontos especiais na fé judaica:
1. que a crença em tal dogma não faz parte dos princípios da fé judaica;
2. que não afirmamos que existem ou que não existem reencarnações, simplesmente que esta crença não era difusa entre os judeus até os dias de Rav Sa'ádia Gaon;
3. que nossa obrigação como judeus é crer somente na ressurreição (este terceiro ítem faz parte do primeiro).O tradutor assume toda a responsabilidade pelo escrito acima, baseado na Torá e nos escritos dos Sábios e profetas hebreus. Pode-se escrever para:
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