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| As Sete Leis de Deus à humanidade |


Pergunta: Há alguns meses Nossa família toma parte de estudos em reuniões especiais de estudo algumas vezes por semana, segundo os quais esse grupo é o verdadeiro cristianismo e Cristo já encontra-se entronizado desde o ano 1914. Esse grupo dá muita ênfase à simbologia trazida no livro útimo do Novo Testamento, o Apocalipse, que o senhor como judeu e rabino, provavelmente deve desconhecer. Segundo suas afirmações, o reagrupamento dos judeus em sua antiga Terra nada tem a ver com a redenção prevista para a nação israelita, visto que o sentido das profecias não é literal, e refere-se após o nascimento do cristianismo a 144.000 israelitas espirituais. Após lermos suas páginas, e percebermos que realmente há um pacto anterior com o qual toda a humanidade continua obrigada, decidimos escrever e pedir sua opinião. Gratos por tudo o que nos disser, satisfatório ou não.

Resposta:

Meus caros,

Sua forma de agir e examinar as coisas que lhe são ditas - seja em que ambiente for - é aplaudível! Se todos assim o fossem, pensamos que a verdade já haveria dominado o universo no qual habitamos! Infelizmente, a maioria das pessoas não querem a verdade, senão o que escolhem como verdade a seus olhos ou sentimentalismos.

Conhecemos o livro chamado "Apocalipse", bem como todo o NT, e sabemos das várias dissensões que há na cristandade. Sabemos que diversos grupos são mais diferenciados em suas idéias, e que somente a si próprios vêem como cristãos, e um deles é o mencionado em sua carta, cujo nome não foi citado, e pelo mesmo motivo, tampouco nós o faremos.

O único grupo que crê segundo os pormenores citados é uma dissidência de um grupo maior - os Adventistas do Sétimo Dia - que admite determinadas idéias desse grupo, e outras, não. A diferença bàsica entre ambos em concernência à fé: os adventistas admitem a trindade como fato real e dogma de fé, e o grupo dissidente, não. Porém, não lograram deixar totalmente esta errônea forma de fé comum a diversos povos do passado, como os Egípcios e os babilônios, condenada pelas Escrituras, admitindo ser JC um "deus menor", uma aberração ainda maior que não sabem explicar, pois se perguntados quantos deuses existem, dirão que "há um só", e citam seu nome "traduzido" de acordo com os idiomas gentílicos.

Em suma, devemos entender que é impossível uma planta agir como um animal pelas leis impostas pelo Criador, ou uma pedra como um vegetal, e assim por diante. Cada um dos entes criados possui sua natureza material e sua natureza espiritual desde sua formação. Ou seja, é impossível ser israelita espiritual o que não o é fisicamente. Somente os filhos de Jacob podem ser chamados israelitas, ou os que aos israelitas se únem por adoção, admitindo sobre si o determinado pela Lei que rege a nação israelita. O espiritual é unido ao material que lhe pertence e conserva sua natureza de forma intrínseca e inexecrável, sendo que todo o que afirma ser israelita sem o ser na carne, é tão pascácio que ainda não conseguiu perceber este fator na própria natureza. O mais engraçado na imaginativa criação deste "Israel espiritual" é a divisão dos mesmos por tribos. Dir-se-ía: "Sou benjamita espiritual!", ou "levita espiritual", e demais. Cada tribo de Israel tem suas peculiaridades características tribais, conforme a bênção de nosso pai Jacob antes de falecer, e de Moisés nosso Mestre no final do Pentateuco. Acaso há entre eles também peculiariedades diferenciais?

As profecias acerca do renascimento do povo judeu como nação na Terra de Israel é tão simples de se perceber que refere-se a nós quando percebemos na principal profecia - Ezequiel cap. 37 - acerca do assunto que o reavivamento no campo espiritual do povo dar-se-ía somente algum tempo após, conforme diz ali referindo-se aos ossos secos que apesar de haverem-se juntado, criado carne e tendões, "não havia neles espírito", que é o que ocorre hoje no Estado de Israel. O renascimento espiritual do povo reunido dentre as nações nesse país laico dá-se pouco a pouco, tendo progresso somente após algumas dezenas de anos depois da independência do país, que ainda não se firma na Lei de Moisés. Acaso não mostra isto a verdadeira face da profecia e seu cumprimento?

O método de estudo bíblico usado por tal grupo - trazendo livros com parágrafos, e sobre os mesmos uma, duas ou até três perguntas cruciais, fazendo com que o trecho seja lido e volte o leitor a ler exatamente uma pequena porção que ficará gravada em sua mente até criar fortes raíses, não é acaso um sistema inteligentemente elaborado de "lavagem cerebral", que impede o estudante de raciocinar devidamente, e livre de inculcos? O mesmo não se dá com o uso de versículos bíblicos desprovidos de seu contexto e relato?

A nosso ver, toda pessoa que se submete a isto deve entender que sua mente está sendo escravizada para admitir determinada forma de pensamento, impedido de desarraigá-la de si após alguns anos, sem que haja para ela qualquer base ou fundamento real quando verificar o contexto de cada versículo bíblico que venha a servir de "prova incontestável" para o que dizem e ensinam.

Rabino J. de Oliveira

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