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Os Grandes Filhos da Nação: |
|Antônio José da Silva|
cogominado:"o judeu"
Sua origem familiar mostra a maior quantidade de julgamentos e condenações inquisitoriais - geração após geração - em relação a qualquer outra família cripto-judaica.
Foi aluno na Universidade de Lisboa, e já em 1726, quando tinha ainda 22 anos, era suspeito de tendência para a fé de seus antepassados.
Entre suas várias realizações, acham-se muitos poemas sátiros, que não foram bem-vistos pela inquisição, a qual deixara-o inválido em tudo o que concerne ao campo literário, sem que pudesse sequer assinar seu próprio nome, havendo sido suas mãos destruídas por seus algozes na busca de fazê-lo "arrepender-se de seu mal caminho judaico", julgando-o e determinando que seu veredicto seria que "arrependesse completamente de seu proceder".
Ainda na prisão descobriram que costumava jejuar toda segunda e quinta, dias especiais semanais de leitura da Torá em público, e no Iom Kipur ("antepura") o alimento que se lhe foi dado tornara a seus algozes intacto, com o que foi condenado à morte na fogueira em auto-de fé.
Antônio José teve seus bens confiscados pela igreja católica após sua morte, ficando sua esposa e familiares em extrema probreza, como comumente ocorria em todos os casos desta classe.
Sua esposa foi declarada "arrependida", e condenada ao "sambenito", mas após as dificuldades e as torturas, falecera também esta no mesmo ano em que queimaram a seu esposo (1739). Foi tido da Silva como o maior dramaturgo tido em Portugal em seus dias. Devido ao apreço popular, muitos vieram pedir clemência - que não fosse condenado à morte. Entre eles, o próprio rei D. João V, sem que nada surtisse efeito perante a grandeza do "amor cristão que vela pela salvação" das almas cripto-judaicas.
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