Michnê Torá de Rabi Mochê ben-Maimon

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Grandes Figuras do Judaísmo Hispano-Português

Os Grandes Filhos da Nação:

|Rabi Iehochú'a ben Israel Benveniste|

Entre os maiores escritores rabínicos de Constantina no final do quarto século e princípio do quinto do sexto milênio (séc. xvii da era ocidental), destaca-se a figura de R. Iehochú'a ha-Levi Benveniste, irmão maior de R. Ĥaim Benveniste. Assim como seu irmão, estudara com o grande sábio R. Iossef di Trani. Foi nomeado daian (juiz rabínico) de Constantina, e foi famoso por sua grandeza em concernência á sabedoria da Torá, sendo que de muito longe dirigiram-se a ele com questionamentos em assuntos de halakhá.

Dentre seus escritos, que são vários e diversificados em seus campos, destaca-se em importância o livro Sedê Iehochú'a ("O Campo de Iehochú'a"), que é uma imensa exegese sobre a maior parte do Talmud de Jerusalém. Pouquíssimos sábios lograram aprofundar-se nos labirintos semi-inextricáveis do Talmud de Jerusalém e explaná-lo, conforme fizera R. Iehochú'a Benveniste. No intróito a sua exegese, escreve estas palavras:
"...Ao ver a pedra preciosa que é este Talmud jogada a um canto qualquer, sem que ninguém o recolha para explanar suas palavras e revelar seus segredos, relatando-nos os mistérios, escondidos em suas máximas, levantei-me eu, apoiando-me na Rocha, Bendito é Ele, e alcançando o entendimento dos livros, concluí em explanar o que concerne às leis no Talmud de Jerusalém..."

O lado alusório do Talmud de Jerusalém, não explica, por já haver sido escrito sobre o assunto o livro de Rabi Samuel Iafê Askenazi em seu livro "Iefê Marê" (Belo de aparência). O livro "Sedê Iehochú'a", porém, se sobressai por sua profundidade. Ele envolve todo os assuntos envolvidos em cada "sugiá" (uma das vinte e uma divisões da gemará, que é o trecho lido que julga determinado assunto ou lei, podendo ser algumas linhas, ou mesmo algumas páginas) e compara a "sugiá" à trazida no Talmud Babilônio e à exegese a seu respeito nos escritos dos grandes eruditos do Talmud.

Seus escritos sobre o Sêder Zera'im (primeira dentre as seis divisões do Talmud), foram impressos em sua vida; quanto a Mo'ed, Nachim e Neziqim, imprimiram-se somente muitos anos após seu falecimento.

Suas responsas foram impressas durante sua vida, e foram destruías em sua maioria no incêndio que atingira a cidade de Constantina em seus dias. Somente parte de suas respostas em concernência ao Ĥôchen Michpat (divisão do Chulĥan 'Arukh de Rabi Iossef Caro que trata de assuntos legislativos em geral, como furtos, empréstimos, negócios, testemunhos, etc.) chegara até nós, e foi impresso com o nome "Cha'ar Iehochú'a" (O portal de Iehochú'a),

Entre seus escritos, deve-se lembrar o livro "Ozne Iehochú'a" (Os ouvidos de Iehochú'a), que são sessenta e quatro discursos ordenados pela ordem das porções da Torá lidas a cada chabat nas sinagogas, e o livro "'Avodá Tamá" (Serviço Pleno), que é um tratado exegético acerca do serviço sacrificial (e sacerdotal em geral) de iom kipur no Templo Salomônico. Também uma fórmula para divórcio foi por ele formulada, e é trazida no livro "Get Pachut", de R. Mochê ben-Ĥabib. Escrevera também alguns poemas, alguns deles muito conhecidos, como "Michmêret ha-Mitsvôt" (A Guardia dos Mandamentos), que é admoestação aos seiscentos e treze preceitos da Torá em rimas pelo estilo de "Kêter Malkhut" (Coroa do Reino) de R. Salomão Ibn-Gabirol, e outros.

Rabi Iehochú'a Falecera no ano 1671.


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