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Capítulo 1

Importante: Quase todo lugar onde aparecer nota em forma de "script", tratar-se-á também de um "link". Se quiser melhor esclarecimento deve apertar, para melhor compreensão. Devido a serem as leis do chabat um pouco mais complicadas em comparação com as estudadas nos livros anteriores, procuramos esclarecer melhor ao estudante por todos os meios possíveis.

01 O descanso de trabalho no sétimo [dia] é um preceito positivo, conforme está escrito: "...e, no sétimo dia, descansarás..." - Ex 34:21. Todo o que nele executar alguma obra, acha-se em anulação do cumprimento de um preceito positivo, e em transgressão de um preceito negativo, que está dito: "...Não fareis todo trabalho..." - (Ex 20:9; Dt 5:13). Em que incorre, em caso de realização de trabalho [proibido]? - se fez por sua própria vontade, intencionalmente, incorre em carêt. Se em presença de testemunhas, e após hatraá, incorre em seqilá. Se transgredir inintencionalmente, incorre na obrigação de [imolar] sacrifício ĥatát qevu'á.

02 Todo lugar nas leis pertinentes à observância do chabat onde se disser que a pessoa que fizer tal coisa ĥaiav, significa: incorre em carêt. Perante testemunhas e com hatraá, incorre em seqilá. Se foi inintencional, em imolação de ĥatát qevu'á.

03 E, todo lugar no qual dissermos que quem fizer isto é "patur", é isento do carêt, da seqilá, e da imolação sacrificial, mas é proibido fazer isto no chabat. Sua proibição neste caso é por "divrê soferim", para um distanciamento do trabalho [proibido pela Torá]. Quanto ao que transgredir isto por intenção, incorre em penalidade de macat mardut.

04 Todo lugar no qual esteja escrito que "é permitido fazer assim e assim", significa que é permitido a priori fazer tal coisa. Assim também, todo lugar onde estiver dito que "não incorre em nada", ou "é isento de tudo", não se castiga de forma alguma.

05 Coisas (*) que no chabat são permitidas, mas no momento do feitio de tais coisas, pode ser que algo proibitivo seja feito, e pode ser que não: se não teve intenção para tal ação, isto é permitido. Como assim? - pode-se puxar uma cama ou uma cadeira, ou um grande armário, e semelhantes no chabat, desde que não haja intenção de cavar um sulco no chão ao puxar. Portanto, se cavar o solo, não [é necessário que] se incomode por isto, pois não teve intenção. Também, pode-se andar por sobre a relva no chabat, desde que não tenha intenção de desarraigar. Portanto, caso se desenraiguem, não se faz mister que se incomode. Similarmente, pode-se lavar as mãos com pó de frutas e similares, desde que não tenha intenção de depilar-se.

06 Caso executar alguma ação (*) por cuja causa seja efetuada outra ação proibitiva com certeza absoluta, mesmo que não tiver intenção que tal ocorra, ĥaiav, por ser óbvio que não há possibilidade que tal ação proibitiva não seria feita [senão por ocasião da primeira]. Como assim? - por exemplo, se precisar de um cabeça de ave para fazer brinquedo para uma criança, e decepá-la no chabat, mesmo que não seja sua intenção final somente a morte da ave, ĥaiav, pois é óbvio que não há como decepar a cabeça de um ser vivo senão causando-lhe a morte. Assim, tudo o que a isto se assemelhe.

07 Todo o que fizer alguma ação (*) no chabat - mesmo que não tenha necessidade da ação em si - é ĥaiav por causa dela. Como assim? se apagar uma vela por que precisa do óleo, para que não se perca, ou para que não se queime o utensílio onde costuma colocar a vela, ĥaiav, pois o apagar é uma melakhá, e a pessoa tem intenção de apagar, mesmo que não necessite exatamente da ação de apagar, senão apaga somente por necessitar o óleo ou o utensílio, ou o pavio, mesmo assim, ĥaiav. Do mesmo modo, se transportar um espinho no rechut ha-rabim por quatro amôt - ou apagar uma brasa - para evitar que o público não seja prejudicado por eles, ĥaiav: mesmo sem ter necessidade do ato de apagar em si, ou do ato de transportar, senão [unicamente] a intenção de distanciar o prejuízo. Assim, tudo o que a isto se assemelhe.

08 Todo o que pretende efetuar uma ação devido à qual ocorra para si uma outra sobre a qual não tinha intenção, é patur, por não haver-se realizado seu pensamento. Como assim? Se atirar uma pedra ou uma flecha em uma pessoa ou em algum animal, no intuito de matá-los, e desarraigar uma árvore ao andar, e não matar, é este patur. Quanto mais se pretender transgredir uma proibição leve e ocorrera [por seu intermédio] uma proibição pesada, como por exemplo se pretender atirar à carmelit, e passou a pedra ao rechut ha-rabim, que é patur. Assim, tudo o que a isto se asselhe. Se pretender fazer o permitido, e ocorrer-lhe a ação proibida, por exemplo: pretende cortar o [fruto ou similar já previamente] colhido, e cortou o que está ligado [à árvore ou similar], não é ĥaiav por nada. Assim, tudo que for semelhante a este caso.

09 Pretendia colher figos pretos, e colheu brancos, ou pretendia colher uvas e em seguida figos, e dera-se o contrário, colhendo antes os figos e em seguida as uvas, é patur, mesmo que haja colhido tudo o que planejara. Por não haver feito conforme pensara, é patur, pois a Torá não proibira senão a ação derivada do pensamento, e este acha-se como se estivesse ocupando-se por fazê-lo casualmente, pois não percebeu no momento da ação que transgredira seu próprio pensamento.

10 Havendo perante si duas velas acesas, ou apagadas, e pretendia apagar uma e apagou a outra, ou acender uma e acendeu a outra, ĥaiav, pois efetuou a classe de ação que pensou efetuar. A que isto se assemelha? - a quem pretendia colher certo figo e colheu outro, ou a quem pretendia matar determinado ente, e matara a outro: fizera a ação que pensou fazer.

11 Mas, caso pensava apagar a primeira e apagar a segunda após acendê-la, e fizera o contrário, apagando a primeira e acendendo a segunda - é patur. Se apagar uma e acender a outra de uma vez só, é ĥaiav, pois mesmo que não haja adiantado a ação de acender, tampouco atrasou-a, fazendo ambas a um só tempo, e portanto, ĥaiav. Assim, tudo o que for semelhante. Quanto a todo o que fizer alguma ação proibida por acaso, sem ter intenção alguma, é patur.

12 Todo o que tem intenção de fazer determinada ação (*), e ocorrer que tal foi feita a mais do que desejava, é ĥaiav; a menos do que desejava, é patur (**) Como assim? - por exemplo, pretendia tirar uma carga por trás de si, e veio-lhe [a carga] por diante, é ĥaiav, pois pretendia um cuidado maior em sua segurança [do objeto], e dera-se uma menor segurança. Por diante de si, e esta veio-lhe por trás, patur, porquê pretendia uma melhor segurança, e dera-se uma pior. Assim, tudo o que se assemelhe.

13 Se estiver vestido com um sinar, e lançar sua carga entre sua carne e sua túnica, tanto faz se veio-lhe a carga para trás de si, como por diante, é ĥaiav, pois é costumeiro que volte-se de um para o outro lado.

14 Todo o que pensava fazer determinada ação no chabat, e começou-a, e fez segundo a medida proibida, é ĥaiav, mesmo sem havê-la completado. Como assim? - por exemplo, se pretendia escrever uma carta, ou uma nota no chabat, não se diz que não será ĥaiav enquanto não terminar o que pretende, de escrever a carta ou a nota: desde que escreva duas letras, é ĥaiav. O mesmo se pretendia tecer uma roupa toda: desde que faça o tecido de dois fios, é ĥaiav, mesmo que sua intenção seja completar. Após haver feito conforme a medida e com intenção, é ĥaiav.

15 Toda ação que uma pessoa só tem a capacidade de fazê-la, se duas pessoas fizerem-na em conjunto, seja quando um fizer um pouco e o outro outro pouco, como no caso de tirar um deles um objeto de um setor e colocá-lo em outro o segundo, seja fazendo-o isocronamente, desde o princípio até o final, como quando ambos pegam uma pena e escrevem, ou pegaram um pão e transferiram-no [desde o rechut ha-iaĥid] até o rechut ha-rabim. Ambos são peturim.

16 Mas, se apenas um deles sozinho não é capaz de fazer até que se juntem, por exemplo: no caso de dois que erguerem uma viga e depositarem-na no rechut ha-rabim: já que um deles não poderia fazê-lo por si só, e fizeram-no em conjunto [por isto], ambos são ĥaiavim, sendo a medida única para ambos. Se, porém, um deles era capaz de tirá-la sozinho, e o segundo não, e fizeram-no em conjunto, este que podia fazer só é ĥaiav. O segundo é [apenas] ajudante, e ajudante né passível de nada. Assim, tudo o que se assemelhe.

17 Todos os estragos são peturim. Como assim? - se golpeou alguém ou um animal por intenção perniciosa, rasgar ou queimar roupas, quebrar utensílios com intenção perniciosa, é patur. Cavou um buraco e não precisa senão da terra, fez um estrago, pelo que é é patur. Mesmo que haja feito uma ação proibida, por ser sua intenção estragar, é patur.

18 Todo o que estraga com a intenção de consertar, é ĥaiav. Como assim? - por exemplo, destruiu algo para reconstruí-lo em seu lugar, ou apagou para escrever no local onde apagou, ou fez um buraco para construir nele alicerces, e tudo o que assim for, é ĥaiav. Quanto à medida [de cada caso], é conforme a medida de conserto [para incorrer em penalidade].

19 Todo o que fizer alguma ação no chabat na qual uma parte foi sem intenção, e outra foi intencional, seja que foi intencional no princípio, e no final não, ou inintencional no princípio, e no final tornou-se intencional, é patur, até que chegue a fazer toda a ação intencionalmente desde seu princípio, após o que incorrerá em penalidade de carêt ou seqilá, ou faça inintencionalmente desde seu princípio até seu final, e então estará incorrendo em obrigação de imolar sacrifício ĥatát qevu'á.


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