Todo o Michnê Torá | Voltar | Glossário
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Capítulo 26

01 Todos os utensílios de fiandeira, bem como os fios e os canos, é permitido que sejam portados como utensílios cuja função é proibitiva - com excessão dos carretéis - superior e inferior, por não poderem ser retirados, já que são encaixados. De mesmo modo, as colunas da finadeira, é proibido portar, pois pode acabar por consertar os buracos causados por ela. Os demais utensílios da fiandeira, são permitidos.

02 As vassouras de tamareira, e semelhantes utensílios usados para varrer o chão, são como utensílios cuja função é permissiva, pois é permitido varrer no chabat. Tijolos que sobrarem de uma construção, são como utensílios cuja função é permissiva, pois pode-se acostar-se sobre eles, pois costuma-se lixá-los e consertá-los. Mas, se os juntar em um lugar determinado, separa-os para fim determinado, e é proibido removê-los.

03 Um pequeno pedaço de argila, pode ser transportado, até mesmo no recinto público, já que é útil no quintal para cobrir a boca de um pequeno vasilhame. A tampa de um barril que se despedaçar, tanto ela quanto seus pedaços podem ser transportados. Mas, se jogar no lixo ainda na véspera, é proibido remover. Um utensílio que definhar, não pode-se desprender dele um pedaço de argila para usar como cobertura, nem tampouco para servir de apoio.

04 É permitido introduzir no recinto reservado para necessidades fisiológicas três pedras arredondadas, para limpar-se com elas. Qual a medida de tamanho das pedras? - um volume que possa preencher a mão. Mas, um torrão de terra que esteja próximo de desfazer-se, não pode-se transportar para limpar-se com ele. É permitido levar as pedras para o teto, para limpar-se com elas. Caso chova sobre elas, e afundarem na lama, se suas marcas forem reconhecidas, é permitido transportá-las. Uma pedra sobre a qual haja alguma sujeira, que é claro que é reservada especialmente para a limpeza, pode-se transportar, e mesmo que seja grande.

05 Tendo perante si uma pedra pequena e um [caco de] argila, limpe-se com a pedra. Mas, se o caco de argila for de bordas de utensílios, limpe-se com argila. Tendo perante si uma pedra pequena, e mato, se estiver o mato fresco, limpe-se com ele. Se não, com a pedra pequena.

06 Restos de tapetes desgastados são tidos como utensílios cuja função é permissiva, pois podem ser usados para cobrir algo imundo. Porém, no que concerne a restos de roupas que não tenham 3X3 [tefaĥim], é proibido que sejam portados, pois não são próprias nem para pobres e nem para ricos. Cacos de um forno, é permitido transportar, e são como utensílios cuja função é permissiva. Fogão do qual se soltara um de seus suportes, é proibido o transporte, pois pode ser que venha a efetuar um encaixe. ***

07 Escada para subir à elevação é proibido seu porte. Quanto ao do viveiro de pombas, é permitido entornar, mas não levar de um viveiro a outro, evitando que se faça como nos dias comuns, e acabe por efetuar uma caça. A vara de colher azeitonas, se tiver qualificação de utensílio, é tido como um utensílio cuja função é proibitiva. Quanto à vara que designar o caseiro para abrir e trancar a casa por seu intermédio, é utensílio de função permissiva.

08 Porta na qual houve dobradiça, mesmo que não haja no presente, reservada para fechar local determinado, e pode ser arrastada, para que a portem e fechem com ela, e semelhantemente os espinhos usados para fechar aberturas de cercas, bem como esteira que possa ser arrastada, se estiverem amarradas e penduradas no muro, pode-se fechar com eles; se não, não se pode. E, caso estejam altos acima do chão, pode-se fechar com eles.

09 Porta que seja uma única peça, que retira-se e fecha-se com ela, se não possuir algo embaixo como um batente, que prove que ela é utensílio designado para trancar, não pode ser usada para fechar-se com ela. De modo similar, a tranca que tiver uma travessa, e não uma viga comum como as demais, pode-se trancar com ela no chabat.

10 O ferrolho - caso esteja preso e pendurado na porta - pode-se fechar com ele; também se puder ser retirado, tendo seu laço sobre si. Mas, caso seu laço seja permanentemente ligado à porta, e ferrolho que se desprende como um caibro afim ser colocado em um canto, para que possa-se voltar a trancar quando bem quiser, com este é proibido trancar. o motivo, é que não recai sobre ele a peculiariedade funcional de um "utensílio", e não tendo atadura, pelo que não há um laço que comprove [ser tal objeto um utensílio].

11 Um candelabro desmontável não pode-se portar, para que não venha a montar no chabat. Se, porém, tiver apertaduras, e aparentar ser desmontável, se for grande que necessita ambas as mãos para ser removida, é proibido portá-la. Menor que isto, é permitido seu porte.

12 O calçado que estiver sobre o molde, pode ser retirado no chabat.O compressor de um empresário pode ser desarrochado, mas não pressionado. O compressor dos lavandeiros, não pode-se tocar nele, por ser "muqse meĥamat hissaron kiss". Semelhantemente, a lã: não pode ser portada, pois importa-se com ela. Portanto, caso haja-a separado para uso, é permitido o porte. Quanto às peles, pode-se portá-las, pois não se lhes dão muita importância.

13 Toda coisa imunda, como um vasilhame de vômito, de fezes ou semelhantes, se estiverem no quintal de onde mora, é permitido retirar para a lixeira, ou para o mictório. Isto é o que se chama "geraf chelare’i". Estando em outro quintal, cobre-se com um utensílio, para que uma criança não saia e se suje com isto. Cuspe que for encontrado no chão, pode-se pisotear como que por acaso, e prosseguir andando. Pode-se transportar um "kanona" por causa de suas cinzas, mesmo que haja sobre ela pedaços de madeira, por ser como o "geraf chelare’i". Não se faz um “geraf chelare'i” em chabat a priori. Mas, se fez-se por si próprio, ou se alguém transgredir e fizer, pode-se [transportar e] retirar.

14 O azeite que sai de sob a viga da prensa de oliva, e assim as tâmaras e amêndoas reservadas para comércio, é permitido comê-los no chabat. E, até mesmo um armazenamento de palha, ou palha em feixes: é permitido seu usufruto no chabat. Isto, porquanto tudo o que for alimento no é "muqsê" no chabat, sendo tudo o que for alimentício considerado como reserva pronta para uso. Exeptuam-se: figos e passas entre os que são "muqsê", durante o tempo em que se ressecam, pois por exalarem uma má olência durante isto, são inaptos para serem ingeridos, e, portanto, são proibidos no chabat por serem "muqsê". Um barril que se destampar, ou uma melancia que se partir, apesar de não serem aptos para fins de deglutir, pode-se apanhá-los e depositá-los em um local obducto. Um amuleto não testado, apesar de não ser permitido sair com ele no chabat, pode-se transportar. O resto de óleo que ficar na lâmpada, ou na tigela a qual acendera-se em determinado chabat, é proibido usar dele no mesmo chabat, pois é "muqsê meĥamat issur"

15 Depósito de palha ou de odres vinícolas apesar de ser permissivo seu usufruto - é proibido iniciar a enchê-lo ou esvaziá-lo a não ser para uma causa preceitual, como por exemplo, desobstruir para recepcionamento de hóspedes, ou para fazer do local um "bet ha-midrach". Como procede-se a desobstrução? - Cada pessoa enche quatro ou cinco cestos, até completarem, e não pode-se varrer o chão do local de armazenamento, conforme já esclarecido; ao entrar e sair dele, pode-se fazer um trilho com os pés.

16 Tudo o que for apto para servir como alimento para animais e aves existentes no local, pode ser transportado no chabat. Como assim? - pode-se transportar o tremoço seco, por ser alimento caprino, mas não o úmido; a ceborrancha, por ser alimento dos corços; a mostarda, por ser alimento columbino; ossos, por serem alimento canino; também as cascas e sementes, podem ser portados, pois são alimento para animais. Quanto ao que não são aptos [para todos os listados acima], sorve-se o comestível, e lança-se [os resíduos] após si. É proibido que se os porte. Pode-se portar a carne estragada, pois pode ser alimento para animais. E, porta-se a carne crua, seja natural, ou salgada, pois são aptas para o ser humano. De igual modo, o peixe salgado; mas, em estado natural, é proibido o porte.

17 Não se pode transportar cacos de vidro, apesar de serem comestíveis para avestruzes , nem tampouco feixes de copas arbóreas, apesar de serem alimento elefantino. Tampouco o "luf", apesar de ser alimento para corvos. Todos estes, por não serem comumente encontrados entre a maior parte dos seres humanos.

18 Feixes de caules de cereais, de madeira e de capim seco, é permitido portar, se foram destinados para alimento animal - e, se não, não pode-se portá-los. Feixes de "seá", hissopo e "qoranit" - se foram introduzidos [à casa] para servir de lenha, não pode-se ter neles usufruto nenhum no chabat. Se, porém, foi introduzido para servir de alimento animal, pode usar deles para si mesmo. O mesmo com a menta, e com a arruda, e todos os demais tipos de tempero.

19 Não se pode rastelar o alimento do “pêtem”, tanto na manjedoura de vasilhame como na feita no chão, nem tampouco empurrar para os lados, por causa dos excrementos, por decreto: pode ser que venha a equalizar o chão. Contudo, pode-se pegar [o alimento] de diante do burro, e depositar diante do touro; mas, de diante do touro, para colocar em frente ao burro, não; pois o alimento de diante do touro é imundo por sua baba, e é impróprio por isto para qualquer outro animal. De modo similar, folhas cujo odor seja ruim e nojento, pelo que o animal não as come, é proibido portar. Portanto, um varal de peixes, é proibido que se o porte; mas, de carne, é permitido. Conforme isto, tudo o que se assemelhe.

20 Apesar de ser proibido mover um falecido de seu lugar, pode-se untar e lavar [o corpo], com a única condição de não mover nenhum membro seu. Pode-se retirar de sob si a almofada, para que esteja sobre a areia, e espere. E, pode-se trazer utensílios resfriantes, e metálicos, depositar sobre seu abdome, para evitar que se inche. E, pode-se entupir seus orifícios, evitando que entre ar. Ata-se sua mandíbula, mas não para lenvantá-la, senão para evitar que aumente [seu descaimento]; e não pode-se fechar-lhe os olhos no chabat.

21 Um que morto deitado ao sol, pode-se colocar sobre ele um pão ou criança, e portá-lo. Similarmente, se houver um incéndio na circunvizinhança na qual haja um morto, pode-se colocar sobre ele um pão ou criança, e caso não haja ali nem pão e nem criança, de qualquer modo deve-se livrá-lo da queima, para evitar que venha a apagar o fogo pois assusta-se por seu defunto, que não queime-se. Não permitiram [os Sábios] portar [usando uma] criança ou um pão senão por um morto, porquê as pessoas se assustam por cuidado de seu ente falecido.

22 Se estiver deitado ao sol, e não houver um local para onde transportar, ou não quiserem movê-lo de onde se encontra, podem vir duas pessoas e assentarem em ambos os lados. Estando quente para eles por baixo, cada um pode trazer uma cama, e assentar-se sobre ela. Ao estar quente por sobre eles, cada um traz uma esteira, e estende por cima de si. Então, cada um levanta sua cama, e se vai, e a barreira se faz por si mesma, pois a esteira de cada um deles terá seu teto ligado ao da outra, e suas extremidades sobre o chão, por ambos os lados do falecido.

23 Um falecido do qual exala má olência, estando em menosprezo entre os vivos, tornando-se as pessoas em menoscabo por sua causa, é permitido retirar o morto para a "carmelit". Grande é a honradez das pessoas, que chega a por de lado o mandamento negativo da Torá, que é o mandamento que nos ordena: "...Não desviareis de tudo o que te disserem..." - Dt 17:11. Mas se as pessoas tiverem outro lugar para onde irem, não podem retirar o cadáver, senão deixá-lo ali, e elas que saiam.


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