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01 Estas quatro parchiôt, que são: "Qadech li..." (Ex 13:2), "Vehaiá ki ieviakhá..." (Ex 13:11), "Chemá'..." - Dt 6:4 e "Vehaiá im chamô'a..." (Dt 11:13), são as que se escrevem separadamente [do corpo da Torá] e, cobertas com pele, são chamadas "tefilin". Colocam-se sobre a cabeça, e amarram-se sobre o braço. Até mesmo a pontinha de um "iod" (é) de qualquer das quatro parchiôt invalida a todas [em concernência ao preceito de tefilin], segundo a Torá, sendo necessário que estejam escritas em plenitude, e de acordo com suas regras.
02 Similarmente, ambas as parchiôt da mezuzá, que são "Chemá..." (Dt 6:4) e "Vehaiá im chamô'a..." (Dt 11:13) - mesmo uma única letra de uma das duas parchiôt, caso falte uma pontinha dela, invalida [esta falta o cumprimento deste preceito] por determinação da Torá, sendo necessário que estejam escritas em sua plenitude. Assim também um sêfer Torá no qual falte uma letra, é passul.
03 Dez pormenores existem nos tefilin, todos eles sendo halakhá le-Mochê mi-Sinai, todos eles invalidam [o cumprimento do preceito], portanto, se algum pormenor dos dez for mudado, os tefilin serão inaptos ("pessulôt"). Dois [destes pormenores] relacionam-se à escrita, e oito, à cobertura [dos pergaminhos escritos] e ao amarrar de suas tiras. São os dois em sua escrita, que estejam escritos com tinta, e que estejam escritos em pergaminho.
04 Como é feita a fabricação da tinta? - reúne-se os [resíduos de] fumaça de óleos, ou de piche e cera, ou similares, mistura-se [este extrato] com resina de árvores e um pouco de mel, deixando-os de molho por muito tempo, amassando-os bem até que se façam partículas, após o que deve-se deixá-lo secar e guardá-lo em secreto. No momento de escrever, deve-se umedecê-lo em mê-'afatsá e escrever com ele, [de forma que] se [pretender] apagar [o escrito], ele pode ser apagado. É esta a melhor forma do cumprimento deste preceito que se escreva com isto rolos da Torá, tefilin e mezuzôt, mas, se escrever com mê-'afatsá e calcanatos, cuja tinta subsiste e não pode ser apagada, estarão [considerados] kecherim.
05 Que, então, exclui a halakhá dita a Moisés no Sinai, ao dizer que devem ser escritos com tinta? - exclui as demais cores, como por exemplo, o vermelho, o verde, e similares - que caso haja escrito nos "sefarim", nos tefilin ou nas mezuzôt mesmo uma única letra com outras cores, ou com ouro - estão invalidados [para o cumprimento do preceito respectivo a cada um].
06 São três as peles [usadas para pergaminho]: gevil, qelaf e dokhsostos. Como [procede-se em seu preparo]? - toma-se a pele animal, tira-se o pelo, depois salga-se, e curte a pele com farinha, e depois em afatsá, e similares, coisas que apertam a pele e tornam-na mais forte; isto é o que chama-se gevil.
07 Tomando-se a pele após a retirada do pêlo, dividindo-a em duas partes, como sóem fazer os curtidores, até que se façam duas peles, uma fina, que é a que se acha diante do pelo, e outra grossa, que é a que se achava perante a carne - curtindo-a com sal, depois com farinha, e após, com 'afatsá, ou similares - o lado que se achava diante do pêlo é chamado "dokhsostos", e o que diante da carne (*) (3 na gravura), chama-se "qelaf".
08 Por lei transmitida desde Moisés (*) no Sinai: rolo da Torá escreve-se em "gevil", e escreve-se no local onde crescia o pêlo; tefilin, escreve-se em "qelaf", e devem ser escritos no local onde antes era a [ligação com] a carne. Mezuzá escreve-se em "dokhsostos", no lugar onde crescia o pêlo. Quanto a todo o que escrever tefilin no "qelaf" onde antes crescia o pêlo, que escrever no "gevil" ou no "dokhsostos" onde antes era [o lado da] carne, torna inapto [o objeto feito para o cumprimento do preceito para o qual designar-se-ía].
09 Apesar de ser assim a a lei recebida desde Mochê no Sinai, caso haja escrito o rolo da Torá em "qelaf", está apto para uso, pois não foi dito "gevil" senão para excluir o "dokhsostos", que se nele for o rolo da Torá escrito, será inválido. Similarmente, caso haja escrito a mezuzá em "qelaf" ou em "gevil", estará kecherá; não foi dito sobre "dokhsostos", senão preceitualmente a priori.
10 Não pode-se escrever sefarim, tefilin ou mezuzôt em pele de animais ou aves impuros, mas escreve-se em pele de animais ou aves puros, mesmo em nevelôt ou terefôt dentre eles. Não escreve-se, porém, na pele de peixe [mesmo que seja] puro, pois sua infectuosidade não desaparece com o curtimento.
11
"Gevil" para rolo da Torá, "qelaf" para tefilin e para rolo da Torá, precisam
ser trabalhados desde o princípio para tal fim, e se não foi trabalhado para tal,
são
"pessulim". Portanto, se o gentio trabalhara as peles, são inaptos para uso,
mesmo no caso de havermos dito que trabalhasse
tal pele com a finalidade de que fosse escrito nela
um rolo da Torá, ou tefilin,
pois o gentio faz por sua própria conta,
e não segundo a intenção do que o contrata.
Portanto, todo caso no qual se faça mister
a ação em propósito determinado,
caso o gentio haja feito, [o fruto desta ação] é passul.
Quanto à mezuzá, não necessita trabalho pré-determinado.
12 Halakhá leMochê miSinai:
não se escreve rolo da Torá
senão com "sirtut", mas tefilin não
necessitam "sirtut", por serem [seus pergaminhos]
cobertos. E, é permitido escrever tefilin e mezuzôt
sem copiar diretamente do escrito, pois todos lêem
[sempre] essas parchiôt. Mas quanto ao rolo da Torá,
é proibido escrever nele mesmo uma única
letra que não seja copiada diretamente de outro rolo da Torá.
13 Um rolo da Torá, tefilin e mezuzôt que foram escritos por um
"min", devem ser queimados. Se foram escritos pelo gentio, pelo israelita
"mechumad", pelo
"mosser", por um escravo, por uma mulher ou por um
menor, são inaptos, e é necessário que sejam colocados
em "genizá", pois está escrito: "as atarás... e as escreverás..." -
Dt 6:8,9 -
Dt 11:18-20 - todo o que
foi advertido acerca do atar, e nela crê, [somente] este pode escrever.
Se acharam-se em poder de um "min", e não sabe-se quem escreveu,
devem ser postos em genizá. Se, porém, acharam-se em poder
de gentios, são
kecherim. Não se pode comprar
sefarim, tefilin e mezuzôt de
goim a mais que seu custo comum,
para não acostumar os gentios a roubá-los
ou a assaltá-los.
14 O rolo da Torá, tefilin ou mezuzôt que foram escritos
em pele de animais ou aves impuros, ou em peles que não
foram trabalhadas para tal propósito,
são inaptos.
15 Se alguém escrever um rolo da Torá, tefilin e mezuzôt,
e ao escrever não tiver intenção, escrevendo um dos
Nomes Divinos que nele acham-se sem que sejam
por si próprios,
estarão inaptos. Portanto, mesmo que um rei de Israel o cumprimente,
não responda. Caso estiver escrevendo dois ou três Nomes
[Divinos] - pode interromper entre um e outro, e responder.
16 Ao imergir a pena para escrever o Nome Sagrado,
não comece da [primeira] letra do Nome
[Divino], mas sim da [última] letra [da palavra]
que antecede o Nome. Em caso de haver esquecido de escrever o Nome,
deve escrevê-Lo entre as linhas [escritas], mas uma parte do Nome em uma ,
e a outra em outra, torna o escrito inapto. Quanto às demais palavras,
caso haja esquecido, pode escrever parte dentro da linha, e a outra parte acima dela.
Mas nos tefilin e nas mezuzôt, não pode-se escrever entre linhas nem mesmo
uma letra. Se esqueceu uma só letra, deve colocar tudo o que escrevera
em genizá, e escrever outra vez. E, é permitido escrever o Nome [Divino]
no local raspado, ou no local apagado,
em todos eles.
17 Os escritores de rolos da Torá, tefilin e mezuzôt,
é-lhes proibido que entornem a
"ieri'á" sobre sua face, podendo
somente cobrir com um tecido, ou enrolar.
18 O rolo da Torá, os tefilin ou as mezuzôt cujo escritor haja
dito que não escrevera os Nomes [Divinos] por eles mesmos,
não é fidedigno para torná-los inaptos,
mas o é para perder seu pagamento [que recebera por eles].
E, por que razão não o é para torná-los inaptos?
Porquanto pode ser que não haja intencionado senão de causar ao
comprador, ou ao que o contratara, pensando que com tal afirmativa não
perde senão o pagamento dado pela escrita dos Nomes [Divinos]. Portanto,
se disse estes tefilin, ou este rolo da Torá
(*), não foram suas peles
trabalhadas desde seu princípio com tal finalidade, já que por
ser fidedigno em perder [com
esta afirmação] todo seu pago,
é fidedigno também em declará-los inaptos,
pois é sabido de todos que se as peles não foram trabalhadas
com tal finalidade de que sejam escritos sifrê Torá e tefilin,
não há pagamento
para ninguém.
19 Não escreve-se tefilin e mezuzôt senão em
"ketav achuri". E,
permitiram que os
sefarim sejam escritos em grego, somente. Quanto ao grego,
já desaparecera do mundo, complicara-se e se perdera, pelo que
atualmente não escreve-se senão em "achuri".
20 E, é necessário ser meticuloso ao escrever, cuidando que
não ligue-se uma letra a outra, pois toda letra
que não é circundada pela pele por todos
os seus quatro lados, é
inapta, e toda letra que não
possa ser lida por um menino que não seja nem sábio nem estulto,
é inapta;. Portanto, é necessário que tome-se cuidado
com as formas das letras, que não se assemelhem a letra iod (é) à waw (å),
nem a waw à iod, a kaf (ë) à bet (á), ou bet à kaf, a rech (ø) à dal (ã),
ou a
dal à rech.Assim, tudo o que se assemelhe a estes casos,
até que esteja o leitor lendo com rapidez.
21 Pele na qual haja um orifício, não se pode escrever sobre ele.
E, todo orifício no qual a tinta se sustenta [tapando-o],
não é [considerado] orifício, sendo permitido escrever
sobre ele. Por isto é permitido escrever em pele de ave
que foi trabalhada. Se na pele foi feito um orifício após
a escrita, se o orifício encontra-se no espaço
interior de uma letra como
a letra hê (ä) ou a letra mem (î,í),ou demais letras, é
apto para uso em cumprimento preceitual.
Se o orifício se fizera na perna de uma letra cortando-a,
caso haja restado da restante da letra o tamanho de uma letra pequena,
é aprobativo, desde que
não se assemelhe a outra letra. Se não restou dela o tamanho
de uma letra pequena, é inapto.
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