Todo o Michnê Torá | Voltar | Glossário

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Capítulo 12

01 Moisés, nosso Mestre, decretara para [o povo de] Israel que leia-se a Torá em público nos dias de chabat, nas segundas e nas quintas, para que não permaneçam sem ouvir a Torá por três dias [seguidos]. Ezrá decretou que fosse lida em minĥá; a cada chabat, por causa dos iochvê qeranôt, e também decretara que na leitura feita nas segundas e quintas fossem chamados três pessoas, e que não se lesse menos que dez versos.

02 São estes os dias nos quais lê-se a Torá em público: em chabatôt, nos mo'adim, nos rachê ĥodachim , nos jejuns [públicos]. em ĥanucá e em purim, e nas segundas e quintas de toda semana. Não se lê o complemento nos livros dos profetas a não ser em chabatôt e em iamim tovim, em iom kipur e em tich'a beav.

03 Não se pode ler a Torá em público menor que dez pessoas maiores e livres. Não lê-se menos que dez versos, e "Vaiedaber..." é contado [como versículo para o complemento dos dez]. Não lêem menos que três pessoas, nem começam nenhuma "parachá" com menos que três versos, nem deixam [sem serem lidos] na parachá menos que três versos, e não leia o leitor [da Torá] menos que três versos

04 Ao lerem três pessoas dez versos, leiam dois três veros, e um, quatro. Seja o primeiro a ler, o mediano ou o último: [este procedimento do público] é louvável.

05 Cada um dos leitores abre um sêfer Torá e olha o local onde deve ler, e após isto diz: "Barekhu et-Adonai ha-Mevorakh!", ao que todo o povo responde: "Barukh Adonai ha-Mevorakh le'olam va'ed!" e volta [o que lerá a Torá] e bendiz: "Barukh Atá Adonai, Elohênu Mêlekh ha-'Olam, acher baĥar bánu mikol ha-'amim venatán lánu et Toratô! Barukh Atá Adonai, notén ha-Torá!" , após o que lê atê completar sua [designada] leitura. Então enrola o sêfer Torá [fechando-o], e bendiz: "Barukh Atá Adonai, Elohênu Mêlekh ha-'Olam, acher natan lánu Torat Emet, ĥaiê 'olam nat'á betokhênu! Barukh Atá Adonai, notén ha-Torá!"

áÌÈøÀëåÌ àÆú éÀäåÈä äÇîÌÀáåÉøÈê!
åëì äòí òåðéí: áÌÈøåÌêÀ éÀäåÈä äÇîÌÀáåÉøÈêÀ ìÀòåÉìÈí åÈòÆã!
áÌÈøåÌêÀ àÇúÌÈä éÀäåÈä, àÁìÉäÅéðåÌ îÆìÆêÀ äÈòåÉìÈí, àÂùÑÆø áÌÈçÇø áÌÈðåÌ îÄëÌÈì äÈòÇîÌÄéí åÀðÈúÇï ìÈðåÌ àÆú úÌåÉøÈúåÉ-- áÌÈøåÌêÀ àÇúÌÈä éÀäåÈä. ðåÉúÅï äÇúÌåÉøÈä!

Ao término da leitura, após fechar o sêfer Torá:

áÌÈøåÌêÀ àÇúÌÈä éÀäåÈä, àÁìÉäÅéðåÌ îÆìÆêÀ äÈòåÉìÈí, àÂùÑÆø ðÈúÇï ìÈðåÌ úÌåÉøÈú àÁîÆú, çÇéÌÅé òåÉìÈí ðÈèÀòÈäÌ áÌÀúåÉëÅðåÌ-- áÌÈøåÌêÀ àÇúÌÈä éÀäåÈä. ðåÉúÅï äÇúÌåÉøÈä!

06 O que vai ler a Torá não tem permissão para principiar a leitura até o esvair-se do "amén" da boca do público. Se ao ler errou em questão gramatical, mesmo uma só letra, obrigam-no a voltar até que leia corretamente [segundo as regras da gramática hebraica]. Não leiam dois [isocronamente] a Torá [em leitura pública], senão unicamente um. Se leu e calou-se, levante-se outro a ler, prosseguindo do mesmo local onde a leitura do que se calou foi interrompida, e bendiz ao final.

07 A pessoa que vai ler não tem permissão de ler, enquanto o maioral dentre o público não diga-lhe que leia. Nem mesmo o ĥazan ou o o líder da sinagoga Não pode ler por decisão própria, senão após conceder-lhe permissão o público, ou o maioral dentre o povo. É necessário que alguém ponha-se de pé consigo durante sua leitura, assim como o ĥazan procede para com os leitores.

08 O leitor pode omitir trechos de um lugar para outro, em tratando-se de um mesmo assunto, como por exemplo em "Aĥarê môt" - Lv 16:1 - e "Akh be'assôr" - Lv 23:27 - que acham-se na porção "Emor el ha-cohanim". Isto, desde que não declame de cor, pois é proibido recitar versos que não seja por leitura direta do escrito, mesmo uma única palavra. Não pode pausar no omitir trechos, senão o tempo que leva o tradutor para traduzir o verso [anteriormente proferido].

09 Havendo principiado o leitor a leitura da Torá, está proibido conversar mesmo acerca de assuntos concernentes á halakhá, devendo todos estar em silêncio e ouvir, dando atenção ao que lê o leitor, pelo que está escrito: "...e os ouvidos de todo o povo estavam atentos ao sêfer Torá." - Ne 8:3. E é proibido sair do meio do público no momento em que o leitor executa a leitura, mas é permitido sair entre um leitor e outro. Quem se ocupa [do estudo] da Torá permanentemente, sendo a Torá sua profissão , é-lhe permitido ocupar-se do estudo da Torá durante a leitura.

10 Desde os dias de 'Ezrá promulgara-se o costume de que haja um tradutor traduzindo ao povo o que o leitor lê, para que entenda o povo a que concernem os pormenores [lidos]. Quanto ao leitor, este lê um único verso, e cala-se até que o tradutor traduza, e prossegue após a tradução a leitura do verso seguinte. O leitor não tem permissão de ler para o tradutor mais que um único verso.

11 O leitor não é permitido de elevar sua voz mais que a do tradutor, nem tampouco o tradutor pode levantar sua voz mais alto que a do leitor. O tradutor não pode [começar a] traduzir, enquanto não terminar o leitor a leitura do verso. O tradutor não pode apoiar-se nem na coluna e nem no leitor, senão deve estar de pé com temor e respeito. E nem deve traduzir diretamente do escrito, senão de cor. Não pode o leitor auxiliar ao tradutor, para que não digam que a tradução [do texto] está transcrita na Torá. Um pequeno (menor de treze anos, a maioridade hebraica) pode traduzir ajudado por um maior (de idade), mas não é honroso para um maior [de idade] que seja ajudado por menor.Não devem ser os tradutores dois isocronamente, senão um [único] leitor e um [único] tradutor.

12 Nem todos os versos são traduzidos em público. O caso de Reuven, a bênção sacerdotal ("bircat cohanim"), e o caso do bezerro, desde: "Disse Moisês a Aaron..." - Ex 32:21 - até: "Viu Moisés o povo..." - Ex 32:25. E, ainda um verso: "Feriu com epidemia Adonai ao povo..." - Ex 32:35 - são lidos, e não traduzidos. O caso de Amnon, onde está escrito "Amnon ben-David" - 2Sm 13:1, não se lê nem se traduz.

13 O Maftir no profeta é preciso que leia na Torá anteriormente pelo menos três versos, voltando a ler o que foi lido pelo leitor que o antecipara, e não pode principiar a leitura do profeta enquanto não enrolar o sêfer Torá [fechando-o]. Não pode ler [o maftir] menos que vinte e um versos, mas se completou o assunto da leitura com menos que isto, não é necessário [que leia tudo isto]. Caso haja lido dez versos, e traduzira o tradutor, é suficiente, mesmo sem completar o assunto [da leitura]. Quanto à leitura do profeta, uma pessoa lê, e até mesmo dois podem traduzir. E, pode saltar de um assunto para outro [diferente], mas de um profeta para outro não, senão unicamente nos profetas dos doze [livros] unicamente; e isto, desde que não seja do fim do livro para o princípio. Quanto ao que omite trechos, não o faça, senão o tempo necessário para que o tradutor complete a tradução [do verso anteriormente lido].

14 O maftir ao ler o [trecho designado no livro do] profeta, pode ler para o tradutor [até] três versos [de uma vez], e o tradutor pode traduzir três versículos um após outro seguidamente. Caso sejam os três versos três porções [distintas], não leia para o tradutor senão verso por verso.

15 O maftir bendiz antes [de principiar sua leitura] uma bênção: "Barukh Atá Adonai, Elohênu Mêlekh ha-'Olam, acher baĥar bineviim tovim!..." e bendiz após a leitura quatro bênçãos: a primeira, sela com as palavras "...Ha-El ha-Neeman bekhol devarav!", a segunda, com as palavras "...Bonê Ieruchaláim!", a terceira, "...Magen David!", e a quarta, de acordo com a santidade do dia. Assim, caso caia roch ĥôdech em chabat, deve lembrar o roch ĥôdech nesta bênção, selando-a "...Meqadech Israel, veha-chabat verachê ĥodachim!"

16 Quantos são os leitores? - no chabat, pelo amanhecer - lêem sete pessoas. Em iom ha-kipurim, seis. Nos dias festivos, cinco. Não pode-se diminuir desses números, mas pode-se aumentar. Em rachê ĥodachim e em ĥol ha-mo'ed, lêem quatro. Em chabat e em iom ha-kipurim, na oração vespertina (minĥá), nos dias de segunda e quinta de cada semana e em ĥanucá e purim - três. Sobre este número não se pode aumentar ou diminuir.

17 Mulheres não podem ler em público devido à honra do público. Menor que saiba ler e sabe para Quem se dirige as bênçãos, pode ser contado no número dos leitores [acrescentados aos números nos dias quando pode-se aumentar os leitores]. Assim também o "maftir", é contado entre os acrescentados, pois também lê na Torá. Se, porém, o chaliaĥ tsibur interrompera com o recitar do qadich entre o último leitor e o maftir, este não pode ser contado entre os acrescidos. Público no qual não haja senão um único que saiba ler, suba este mesmo e leia, desça e sente-se, volte e leia em lugar do segundo e do terceiro, até completar todo o número de pessoas que deveriam ler naquele dia.

18 Em todas estas leituras, o cohen lê primeiro, após ele um levi, depois do qual um israel. O costume generalizado em nossos dias é que um cohen, mesmo sendo leigo em conhecimento da Torá, antecipa a [todo e qualquer] grande erudito. E, todo o que for maior em conhecimento [da Torá] é precedido na leitura; quanto ao último leitor, que enrola o sêfer Torá, recebe ele o estipêndio de todos. Por isto, sobe ele à Torá como consumador [da leitura], mesmo que seja o maioral [em sapiênscia de Torá] dentre o público.

19 Em caso de não haver um cohen, deve subir um israel, e não suba no lugar do cohen um levi de modo nenhum. Caso não haja levi, o cohen que leu em primeiro lugar torna a ler segunda vez em lugar do levi. Todavia, não leia após ele outro cohen, para que não digam que por ser o primeiro passul, subiu outro cohen. Do mesmo modo, não suba um levita após outro, para que não diga o povo que um deles é passul.

20 Qual a ordem da leitura da Torá na oração [pública]? - em dias nos quais haja a oração mussaf, o chaliaĥ tsibur recita o qadich ao completar a oração matutina e retira um sêfer Torá e chama pessoas dentre o público de um em um, e estes sobem e lêem na Torá [a porção que se lhes cabe]. Ao término, devolve [o chaliaĥ tsibur] o sêfer Torá para seu lugar, e recita [novamente] o qadich, e rezam a oração [chamada] mussaf. Nos dias nos quais há maftir e mussaf, costumaram dizer o qadich antes do maftir, e outros lugares há nos quais costumaram dizer o qadich após o maftir

21 Em minĥá de chabat e de iom kipur, após culminar o chaliaĥ tsibur a recitação do salmo "Tehilá le-David" - Sl 145 - e o "sêder ha-iom", recita o qadich e tira um sêfer Torá, lêem nele [os chamados] e o devolve, [depois] recita o qadich e rezam minĥá. Também nos jejuns públicos, lê-se em minĥá. Outrossim, em iom tov não há costume de ler em minĥá.

22 Dias nos quais não haja mussaf, ao completar a reza chaĥarit recita-se o qadich e tira-se um sêfer Torá, lêem e devolvem a seu lugar, após o que recita-se "Tehilá le-David" (Sl 145) e o "sêder ha-iom", conforme se faz todos os dias. Depois recita-se o qadich, e todo o povo despede-se.

23 Não pode-se ler [a leitura pública da Torá] em ĥumachim nas sinagogas, por causa da honra do público. Não enrola-se sêfer Torá em público, para não importunar ao público, que não os importune obrigando-os a estar de pé até que termine de enrolar. Portanto, em caso de necessidade de lerem dois assuntos distintos, devem tirar dois rolos de Torá. E, não leia um leitor um único assunto em dois rolos, para que não digam que o primeiro rolo estava inapto [para a leitura], por isto é que leu no segundo.

24 Todo o que enrola o sêfer Torá, fá-lo-á por seu exterior, e ao apertá-lo, fá-lo-á de seu interior. É necessário que seja colocado de pé [ao ser guardado]. Local no qual tiram um sêfer Torá depois que lêm nele e transferem-no para outra casa para escondê-lo, não pode o público deixar o recinto enquanto não sair o sêfer Torá, acompanham-no pondo-se atrás dele [seguindo-o, e não postergando-o], até o lugar onde ocultam-no. (*)

[Sobre as caixas dos judeus dos países árabes, enfeitadas, ver asterisco.]


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