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01 Oito Leis existem no fabricação dos tefilin, e são todas elas pormenores de leis transmitidas desde Moisés, conforme recebidas no Sinai, pelo que todas elas impedem [a aptidão dos tefilin para cumprimento do preceito, caso faltarem], e se mudar uma delas, torna os tefilin pessulim. São estes [os casos]: que sejam quadrados; sua costura, que também seja efetuada quadrada em sua forma; que seja quadrado também em sua forma perpendicular, para que se achem seus ângulos todos equivalentes; que haja uma forma de "chin" (щ) tanto no lado direito como no lado esquerdo dos tefilin da cabeça; que sejam envoltos [os pergaminhos] em matlit; que sejam enrolados [os pergaminhos] na "matlit" em fios de pelo; que sejam costurados com fios de tendões; que seja feito neles a ma'abôret, para que nele se introduza a tira, e possa correr nela livremente; que sejam as tiras pretas; que seja o nó deles um nó conhecido cuja forma é de [letra] "dal" (г).
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02 Como se fazem os tefilin frontais? - toma-se uma madeira quadrada, cuja altura, largura e comprimento sejam iguais - e, se a altura for mais que a largura, ou menos, não há nisto importância - e não se dá importância, senão que seja o comprimento equivalente à largura. Nela escava-se três sulcos, para que se faça neles quatro divisões, como esta:
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03 Toma-se a pele e faz-se com que esteja umedecida, e cobre-se com ela a [fôrma de] madeira, sobre cada um dos sulcos; repuxa-se a pele enquanto ainda está úmida de ambos os lados, até fazer dela própria a forma de "chin" (щ) com três cabeças no lado direito de quem os usa, e a forma de "chin" com quatro cabeças no lado esquerdo de quem os usa.
04 Deixa-se a pele sobre a fôrma até que se seque, após o que retira-se a pele da fôrma, e temos nela quatro divisões vazias. Em cada uma destas divisões insere-se uma parachá, entornando a pele um pouco de baixo. Costura-se por seus quatro lados, e faz-se na pele, na parte que ficara por baixo, lugar para que nele se insira a correia, como um aro, e é o que chama-se "ma'abôret".
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05 Como se fabrica tefilin para o braço? - toma-se uma fôrma de madeira,
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06 Qual a ordem da colocação dos tefilin frontais? - insere-se a última parachá -
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07 Os tefilin do braço devem ser escritos
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08 O enrolar das parchiôt - tanto as da cabeça como as do braço, deve ser efetuado do fim [da escrita] para o começo, para que quando abrir a parachá possa ler toda linha desde seu princípio até seu final.
09 Ao inserir as parchiôt nos tefilin, enrola-as em "matlit", e, sobre a "matlit", pelo. Quanto a este pelo, é mister que seja de animal doméstico ou silvestre que seja puro, mesmo que seja de suas nevelôt ou terefôt. E, já se generalizara o costume de enrolá-las com pêlos de cauda de bezerros.
10 Quando se costura os tefilin, não se faz isto a não ser com tendões de animais puros, mesmo das nevelôt e terefôt dentre eles. Extrai-se os tendões que acham-se no calcanhar dos animais, que sáo brancos e duros, bate-se bem com pedras, até que se façam como o linho, e faz-se deles fios, e [finas] tranças, e com eles se costura os tefilin e as páginas dos sifrê Torá.
11 O costurar dos tefilin deve ser feito em quadrado. Quanto à halakhá comum, é que se faça em cada um dos lados três costuras, sendo o total doze costuras, tanto no do braço, como no frontal. Mas, caso queira fazer dez ou catorze costuras, pode fazer. Todas as costuras, deve o fio circundar ambos os lados.
12 É necessário que cheguem os sulcos dos tefilin frontais até o local da costura. E, caso seja o sulco reconhecido, que todos possam perceber as quatro divisões, mesmo que o sulco não chegue até o local da costura, são aptos [para uso em cumprimento do preceito], e se não puder ser reconhecido o sulco, inaptos. E, é imprescidível que se introduza um fio ou graxa em cada um dos sulcos ou , separando as divisões. O costume geral é introduzir um dos [fios de] tendões que são usados para a costura em cada um dos três sulcos. (*)
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13 Como se fazem as correias? - toma-se uma tira de couro cuja largura seja equivalente ao comprimento de uma [semente de] cevada, e se for mais larga que isto, é adequada [para o uso em cumprimento do preceito]. Quanto ao comprimento das tiras - a da cabeça deve ser o suficiente para circundar a cabeça e amarrar o nó, esticando ambas as tiras [que saem do nó] por ambos os lados [do corpo à frente], até a altura do umbigo, ou pouco acima dele - e o da mão, deve ser o suficiente para envolver o braço e amarrar do que dela sobra o nó, e possa ser esticada até o dedo médio, e envolva o dedo três vezes e amarre. Caso sejam as tiras maiores que estas medidas, são aptas [para serem usadas em cumprimento do preceito].
14 E introduz a tira frontal no aro [dos tefilin], envolve a cabeça com ela segundo sua medida pessoal, e faz um [determinado] nó quadrado, semelhante a uma [letra] "dal". Quanto a este nó, é necessário que todo Talmid Ĥakhamim aprenda-o, sendo impossível transmití-lo por escrito, senão ocularmente. Semelhantemente, no braçal, ata o nó a forma de um "iod" (й), e esteja a tira braçal correndo livremente dentro do nó, para que possa encurtar ou alargar, quando quiser amarrar sobre seu braço. |
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15 As correias dos tefilin, tanto da cabeça quanto do braço - seu exterior deve ser preto. Isto é halakhá le-Mochê mi-Sinai. Porém, no que concerne ao lado interior das correias, já que ficam por dentro, caso sejam verdes ou brancas, encontram-se adequadas [para o cumprimento do preceito]. Vermelhas, não faça, pois podem revolver-se as tiras, e é-lhe ignominioso. Jamais tenha o lado interior da tira senão a cor da qetsitsá: se a qetsitsá é verde, sejam verdes as correias; se brancas, brancas sejam as correias. É [considerado] beleza para os tefilin que sejam pretos todos: a "qetsitsá" e toda a correia. |
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16 A pele com a qual cobre-se os tefilin deve ser de animal puro ou de ave pura, mesmo de suas nevelôt e terefôt, Se fizer de pele de animais impuros, ou se cobrir os tefilin com ouro, são inaptos para o cumprimento do preceito. Quanto à pele com a qual se preparam as tiras, é necessário que sejam previamente trabalhadas para tal fim. Quanto à pele com a qual se prepara a cobertura dos tefilin, não precisam nem mesmo ser trabalhadas, e se quiser fazer de matsá, é o invólucro cacher. Em diversos lugares desenvolvera-se o costume de fazê-los com matsá.
17 Não pode os tefilin serem feitos senão por um judeu, pois seu feitio é comparado a sua escrita, devido à letra "chin" (щ) que é feita sobre a pele, conforme dissemos. Se, portanto, um gói os cobrira, ou costurara, estão pessulim. A lei é a mesma: todo o que está inapto para escrevê-los, tampouco pode fazê-los.
18 Os tefilin frontais, é proibido transformá-los em braçais, mas os braçais podem ser transformados em frontais. O motivo: não se diminui de uma santidade elevada para uma santidade mais leviana. O mesmo com respeito às tiras frontais, não se pode transformar em braçais. Em que caso? - em que já os haja usado. Mas tefilin frontais que jamais foram usados por ninguém, se quiser transformá-las em braçais, é permitido. Como deve fazer? - remenda sobre eles uma pele, fazendo com que tornem-se um compartimento único, e ata sobre seu braço.
19
Tefilin cujas costuras se desfizerem,
se duas costuras acharem-se juntas lado a lado,
ou desfizerem-se três costuras, mesmo que não
estejam ao lado uma da outra, estão os tefilin inaptos.
Em que caso? - em que jã forem velhos.
Mas, se forem novos, enquanto sua
parte inferior estiver intacta,
estão
kecherim .
20 E, estes são os
novos: todo tefilin no qual segurando-se
um pouco de sua pele na qual a costura se desfizera,
pendurando-os assim [em suas mãos], e ele mantém-se forte,
sem se rasgar - são [considerados] novos;
se não são [suficientemente] adequados para
para serem segurados assim, senão se rasgam -
[então] são [considerados] velhos.
21 A correia que se partir, não pode-se reatá-la, nem costurá-la, senão tirar e colocar em genizá, e fazer uma nova. Todo resto de correias de tefilin são pessulim, a não ser em caso que tenha a medida necessária para o uso em comprimento e largura, ou mais que o necessário. E deve-se sempre ter o cuidado de manter as correias com sua parte exterior para fora, quando os tem sobre seu braço ou em sua cabeça.
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