Todo o Michnê Torá | Glossário | Voltar
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Capítulo 9

01 Não se faz o sêfer Torá seu comprimento a mais que seu contorno, nem seu contorno mais que seu comprimento. Qual é seu comprimento? - seis tefaĥim no gevil, que são vinte e quatro dedos segundo a medida da largura do polegar. em qelaf, ou menos [que isto], ou mais, desde que esteja seu comprimento equiparado a seu contorno. Assim também, se fizer no gevil menos que seis, ediminuir a [forma de] escrita - ou mais que seis, aumentando a [forma da] escrita, para que esteja o contorno igual ao comprimento - estará feito de acordo com a mitsvá.

02 A medida do espaço vazio na parte inferior da página, é de quatro dedos. Acima, três dedos. Entre uma e outra página, dois dedos. Portanto, é necessário que deixe livre no princípio e no final de cada ieri'á a largura de um dedo e o suficiente para a costura, para que quando for costurada a ieriá, esteja entre cada página em todo o sêfer dois dedos, deixando o suficiente para enrolar uma coluna [escrita] no princípio e no final do rolo. Todas estas medidas, são por mitsvá: se aumentar ou diminuir deles, não invalidou o sêfer Torá.

03 Como fará a pessoa para que seja o comprimento e o contorno do sêfer iguais? - ao principiar a fazer o sêfer, deve fazer quadrada cada folha, para que sejam iguais todos os lados, sendo a largura de cada página seis tefaĥim, medida-padrão para todas as demais. Em seguida, deverá enrolar as peles, fazendo delas um volume bem apertado. Aumenta sempre as peles e aperta-as, para que esteja o contorno seis tefaĥim, que é a largura da pele. A medida é feita com um fio de carmesim, que é envolto em torno do volume [de peles].

04 Em seguida, deve preparar uma vareta cujo comprimento seja de quarenta a cinquenta dedos, e dividir um dos "dedos" da vareta em dois, em três e em quatro partes de um "dedo", para que tenha a contagem de meio dedo, de um quarto de um dedo, e assim por diante nesta divisão. E, meça cada pele com essa vareta, até saber quantos dedos estão contidos em cada pele, para saber quantos dedos há por todo o volume [do sêfer].

05 Depois disto, tome para si outras peles, duas ou três, para verificar nelas o tamanho a ser usado para as letras. Escreverá nelas uma página. E sabe-se que o comprimento de uma página é dezessete dedos, pois deve deixar três dedos como espaço livre acima, e quatro dedos abaixo. Porém, a largura da página é segundo a escrita, se fina ou grossa. Igualmente, o número de linhas na página deverá vir segundo a escrita, sendo deixado entre as linhas o espaço suficiente para que escreva se um linha.

06 Após escrever a página que usará como modelo, deve medir a largura da página com a vareta, pela medida de dedos, acrescentando a cada página dois dedos [que é a distância de separação] entre cada página, calculando quantas páginas formarão o volume por aquele mesmo estilo de escrita através da qual efetuara a verificação, sabendo assim qual a quantidade de páginas [contida no volume do sêfer], concluindo assim o cálculo das páginas. E veja quanto foi escrito nessa página-padrão de toda a Torá, e calcule aproximadamente de acordo com o sêfer do qual copia. E, calcula: se toda a Torá coincide com o número de páginas, esta escrita deve ser o usado para o volume. Se do cálculo o resultado é que as páginas sejam mais em número do que a Torá, aumente no estilo das letras, até que se diminua o número de páginas, verificando através da escrita de outra página. Se o resultado do cáculo for que o rolo da Torá é maior que o número de páginas, diminua no tamanho das letras, até aumentar o número de páginas, verificando em outra página. Assim, página após página, até que alcance uma equivalência entre ambos.

07 Após saber exatamente qual a largura das páginas e qual o tamanho das letras [segundo o qual deve escrever], comece a escrever no volume. E deve dividir cada pele em páginas, página por página por sirtut, de acordo com a largura da página usada como modelo, segundo o cálculo. Se por acaso restar da pele três dedos ou quatro a mais que a última página da ieri'á, deixa dessa página a largura de um dedo e o suficiente para a costura, e pode recortar o restante sem se preocupar, pois ao final juntar-se-ão mais peles ao volume que enrolara, segundo os aumentos que recortara de cada pele, pelo que não precisa calcular isto, já que a escrita conduzí-lo-á de acordo com o número de páginas.

08 Semelhantemente, o que deseja fazer a largura do sêfer mais que seis, ou menos que seis: de acordo com este mesmo sistema deverá calcular para que obtenha o comprimento equivalente ao contorno, sem mais nem menos. E isto, se não errar no cálculo.

09 A "largura do dedo" dita em todas estas medidas e em todos as demais medidas da Torá, que é o mediano, já ajustamos seu valor, e concluímos que equivale a sete grãos de cevada colocadas uma ao lado da outra, bem juntas, e equivalem ao comprimento de dois grãos de cevada, sem que estejam juntos. Quanto a todo têfaĥ trazido em todo lugar, equivale à largura de quatro desses dedos, e a amá, seis tefaĥim. (*)

10 O sêfer Torá que eu escrevi tem cada uma das páginas, por largura, quatro dedos. Quanto Chirat ha-Iam e a Chirat Haazinu, a largura das páginas de cada uma delas é de seis dedos. Quanto à quantidade das linhas em cada página, cinquenta e uma. A quantidade de páginas de todo o sêfer, duzentas e vinte e seis. O comprimento do rolo, mil, trezentos e sessenta e seis dedos, aproximadamente.

11 Esses seis dedos que saem a mais nos cálculos, servem para a margem do princípio do sêfer e de seu fim. Quanto às peles sobre as quais escrevemos, eram peles de cervo. Quando quiser escrever segundo estas medidas, ou segundo medidas aproximadas a estas, se por acaso eximir uma, duas ou três páginas, ou acrescentar uma, duas ou três páginas, não se cansará, nem precisará cálculo, senão terá imediatamente ao terminá-lo o comprimento equivalente ao contorno.

12 Não se faz em uma mesma ieri'á menos que três páginas, nem mais que oito. Se lhe sobrevir uma ieri'á de nove páginas, deve dividir: quatro páginas em uma, cinco em outra. Em que casos? no princípio do sêfer, ou em seu meio; mas, no fim do sêfer, até mesmo um verso único pode ser feito em uma única página, ligando-a às demais ieri'ôt.

13 A costura das ieriôt não pode ser feita senão com [fios fabricados de] tendões de animais puros, mesmo nevelôt e terefôt, assim como costura-se [as caixinhas dos] tefilin. Isto é halakhá le-Mochê mi-Sinai. Portanto, se costurar com outra coisa que não seja tendões, ou com tendões de animais impuros, fê-lo passul, até que retire-os, e costure conforme a halakhá.

14 A costura das ieri'ôt não se faz por toda a ieri'á, de seu começo até seu final: deve-se deixar um pouco acima e um pouco abaixo sem costura, para que não se rasgue a ieri'á em seu meio, quando enrolar [o rolo da Torá]. Deve fazer para o sêfer Torá duas colunas de madeira, um [colocará] em seu princípio, outro em seu final. Costura-se a pele que sobra bo começo e no fim sobre as colunas com [fios feitos de] tendões, para que possa ser o sêfer Torá enrolado sobre elas. É preciso distanciar entre a coluna de madeira e a escrita da página. (Clique para ver as colunas sobre as quais se prende o sêfer Torá.)

15 Sêfer Torá no qual haja-se rasgado uma ieri'á, se o rasgo foi dentro de duas linhas, pode costurar; se de três, não. Em que caso? no caso de um sêfer Torá envelhecido, no qual já não se reconheça a afatsá. Mas, caso o gevil possa ser reconhecido como trabalhado com afatsá, pode costurar mesmo um rasgo que atinja três linhas. E assim, entre cada página, e entre cada palavra, também pode costurar. Todos os [tipos de] rasgos não podem ser costurados senão com tendões como os usados para costurar as ieri'ôt umas às outras. Em todos os rasgos, deve cuidar que não haja desfeito nenhuma letra, ou mudado sua forma.


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